capitulo 2: os burgueses

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– beleza, que merda tá acontecendo aqui? – Franz pergunta totalmente confuso, fazia alguns minutos que chegamos no colégio e assim que entramos pelo portão percebemos uma movimentação estranha vinda do 2 ano A, várias pessoas em frente a sala como se tivesse alguma celebridade lá dentro, tava um caos de verdade.

Victor suspirou antes de responder meu amigo – os burgueses Franz, tão aqui na escola e parece que viraram celebridade – respondeu e eu vi Franz erguendo a sobrancelha.

– esse barulho todo é na minha sala?– perguntou o moreno mais uma vez.

– é sim – dessa vez quem respondeu foi shadow. Eu vi meu amigo suspirar irritado e alternar olhares entre o chão e a porta da sua sala de aula, ele estava pensando em alguma maneira de fazer com aquela confusão parasse, abri um sorriso mediano, eu amava quando o Franz resolvia armar barraco.

– Larry, me traz um machado – falou saindo de perto do nosso grupo e indo em direção ao 2 ano A, me desatei a rir e fui acompanhado por Marceline, Cristiane e shadow. Victor deu um sorrisinho mas nada muito revelador. A última coisa que vimos antes de perder o nosso amigo naquela multidão foi ele gritando pra fazer com que alguns caras se afastassem do caminho. A gente que não é besta resolvemos se aproximar também né? Queríamos ver o surto do nosso coleguinha de perto.

– ô seus desgraçados! Vamos parar com essa fuleragem bora? Os muleke acabaram de chegar e vocês tão nesse fuzuê da porra! Vão cuidar das suas vidas seus Zé ninguém – gritou Franz perto da carteira de algum dos burgueses que olhavam a cena assustados. Ri baixinho, quase como uma risada maligna, mas caramba tinha que concordar que os riquinho realmente tinham cara de rico, o loirinho parece até ser de outro país mano.

Franz em determinado momento olhou pra mim esperando que eu falasse algo, como eu sou do terceirão o pessoal tinha um respeito a mais sabe? Tirando o fato que se dou bem com todo mundo do colégio, até as tias da cantina! E a minha personalidade é muito boa também! Eu com certeza seria o cara que se estudasse em escola particular iria sempre ganhar pra líder de classe só por ter muito amigo. Franz não era diferente, ele era bem conhecido por ganhar algumas olimpíadas nacionais como a feira de ciências e a olimpíada de matemática, em personalidade ele não era muito bem lembrado, as pessoas normalmente não se metem muito com ele pra brigar por questões de: ele é uma criança problemática, e é por isso que muita gente respeita ele.

Me aproximei do meu amigo, e ele me olhou com uma cara de “cadê o machado?”, eu somente sorri colocando os braços atrás da minha cabeça – aí galerinha, vocês podem parar com esse barulho por favor? Os cara não são celebridade e eu duvido que vocês nunca viram pessoal da zona sul antes, então fiquem quietos e cuidem das suas vidas ao menos uma vez na vida por favor? – está aí a maior diferença entre eu e o Franz, enquanto meu amigo já chega xingando, eu falo mais tranquilo e mais amigável.

Algumas pessoas fizeram som de negação mas em alguns minutos todos já tinha saído de perto da sala e agora só tinham pessoas que estudavam ali de fato, e tava eu né? Mas depois eu voltava pra minha sala, Marceline ainda estava na sala também, encostada na porta com o celular apontando pra gente, obviamente aquela fofoqueira tava filmando, e ela nem disfarçava.

Olhei para Franz com um olhar orgulhoso enquanto ele me olhava com um olhar irritado.

– você não trouxe o machado... – reclamou.

– Franz.... Por que eu traria o machado? – perguntei meio assustado.

– poderia ser útil – deu de ombros.

– útil pra quê? Pra matar alguém? – ri da minha própria piada mas parei logo que vi Franz me fitando de maneira séria – pera tu realmente queria matar alguém? – o moreno deu de ombros novamente e eu o encarei perplexo.

os burgueses da zona sul ( Lebre E Coelho )Onde histórias criam vida. Descubra agora