A Executiva de Nova Iorque

23. Kimberly, eu...

O papai teve um desmaio
O papai teve um desmaio
O papai teve um desmaio...

Essa frase não parava de se repetir na minha cabeça, eu nao tive ação alguma. Era como se tivesse me jogado um banho de água fria, todo o meu corpo estremeceu e as minhas mãos começaram a ficar trêmulas. Foi aí que comecei a me tocar do que Kimberly havia dito.

ㅡ O papai teve um desmaio. ㅡ Olhei para Matteo que já estava me olhando e não pensei duas vezes antes de sair em direção a fila das mesas principais onde ele estava.

Tive um pouco de dificuldade para chegar lá por causa do salto, mas era como se eu estivesse flutuando porque até as minhas pernas eu não estava sentindo de tão nervosa que estava.
Quando me aproximei de lá, Florence estava encostada na cadeira chorando enquanto já tinham alguns homens que trabalham naqueles carros de socorro. Eles estavam ajeitando meu pai na maca quando cheguei perto.

ㅡ O... o que aconteceu com ele?
ㅡ Perguntei a William tentando controlar as lágrimas para não chorar ali mesmo.

ㅡ Não sabemos ao certo, estávamos todos aqui quando ele começou a passar mal com falta de ar e logo depois desmaiou. ㅡ Pus minhas mãos em frente a boca quando William terminou de falar. Eu não queria que aquilo acontecesse de novo, não queria ter toda essa sensação horrível de novo.

Senti um braço rodear minha cintura, olhei para cima e vi Matteo com um sorriso de canto reconfortante, era como se ele quisesse me trazer segurança e calma através daquele sorriso. Estava olhando para ele com muita vontade de chorar por tudo que estava acontecendo quando vários jornalistas apareceram na minha frente com câmeras e microfones.

ㅡ Senhorita Smith, pode nos explicar o que aconteceu? ㅡ O repórter que estava mais a frente perguntou.

Olhei para Matteo para que ele visse que eu não estava bem para responder aquilo. Não esperava que ele fosse entender mas me surpreendi quando ele balançou a cabeça e depositou um beijo no topo da minha cabeça.

ㅡ A senhorita Smith não tem condições alguma de responder as suas perguntas, peço desculpas. ㅡ Os jornalistas assentiram e graças a Deus não ficaram questionando a minha atitude. Eu queria mostrar ser forte assim como meu pai me ensinou, mas infelizmente não estava conseguindo.

ㅡ Senhores, desculpa atrapalhar mas alguém tem que ir acompanhando o senhor Smith até o hospital. ㅡ Um dos enfermeiros que estava ali falou.

ㅡ Eu sou a esposa dele e vou acompanhá-lo ㅡ Florence que estava passando mal, numa fração de segundos se levantou da cadeira.

ㅡ Não, eu vou, tenho certeza que ele iria querer que eu fosse. ㅡ Respondi firme.

ㅡ Você não... ㅡ Florence foi interrompida.

ㅡ Mamãe, é melhor que a Âmbar vá, ela é mais segura de si do que nós duas e tenho certeza que o papai iria querer que ela fosse, ele nos conhece bem.
ㅡ Kimberly segurou no ombro de Florence que olhou para mim com raiva, mas concordou.

ㅡ Te vejo no hospital. ㅡ Matteo segurou a minha mão e a beijou.

[...]

Eu odiava aquele lugar. Odiava hospitais. Foi aqui que vivi os piores dias da minha vida e estar aqui de volta não é nenhum pouco legal.

Meu pai havia entrado para a sala de emergência fazia 15 minutos, mas aqueles 15 minutos pareciam eternos. Já estava sufocada imaginando o pior, não é de hoje que meu pai vem se sentindo mal.

ㅡ Âmbar? ㅡ Ouvi a voz de kimberly soar atrás de mim, ela parecia estar chorando, parecia estar com a mesma dor que eu. ㅡ Sei que sou a mais velha e que deveria estar te consolando agora, sei que não sou a melhor pessoa pra te pedir calma, até porque você já passou por tantas coisas sozinha, sem a minha presença... Mas, me dá um abraço?
ㅡ Kimberly é minha irmã mais velha, quando criança tinha total confiança nela mas... quando fiz 5 anos, no dia do meu aniversário, ela me deixou uma carta de despedida, carta que dizia que ela não voltaria tão cedo para casa por que ia para uma escola onde seguiria uma boa carreira, ela era criança assim como eu e sempre sonhou alto. Kim vinha tquase todo verão me ver, ou seja, passei muitas coisas sem ela na minha infância. Não a julgo, sempre apoiarei ela em tudo. Mas, no dia que eu mais precisei dela, ela simplesmente sumiu de vez, não recebi mensagens nem ligações, o meu porto seguro além do meu pai não estava ali, e aquilo doeu demais em mim.

ㅡ Kimberly, eu... ㅡ Ela me interrompeu com um abraço, abraço do qual eu não soube reagir, fiquei paralisada por alguns segundos, eram contáveis as vezes que minha irmã me abraçou. ㅡ Ei prometo que daqui pra frente vai ser tudo diferente, vou fazer diferente da nossa mãe, prometo não te abandonar de novo. ㅡ Abracei Kimberly de volta, mas não porque quis e sim porque foi algo muito espontâneo.

Kimberly me soltou e eu ergui meu olhar para frente e vi Matteo nos olhando com um sorriso de canto, sorri para ele também até ver Florence atrás dele. Ela veio em minha direção com os braços abertos fazendo menção de um abraço.

ㅡ Familiares do senhor Jacob Smith, por favor. ㅡ Salva pelo médico.

CONTINUA...