A Executiva de Nova Iorque

46. Noite de Natal - Fim

Quando eu era criança um dos meus maiores sonhos era casar igual as princesas dos filmes e ver o Matteo me pedindo isso faz com que um sonho de criança esteja no caminho para se realizar. Mesmo que esse sonho tenha se quebrado com o tempo, olhando para o rapaz a minha frente ele só volta a crescer mais e mais. Mal posso esperar para contar isso para o meu pai, ele é o que vai ficar mais feliz com a notícia.

ㅡ É claro que você não aceitaria, fui burro demais achando que isso aconteceria. ㅡ Matteo resmungou e fechou a caixinha me tirando dos meus pensamentos.

ㅡ Como você é bobo. ㅡ Ri baixo e ele me olhou confuso. ㅡ Matteo, desde pequena eu sempre quis casar, escolher meu vestido de noiva... era um sonho.
ㅡ Suspirei.

ㅡ Então... então quer dizer que... que você... ㅡ As palavras na boca dele parece que não conseguiam sair. ㅡ Eu... eu...

ㅡ É claro que eu aceito. ㅡ Sorri e num impulso o abracei fazendo que ele caísse para trás e as coisas em cima da toalha ficassem um pouco desarrumadas. ㅡ Eu te amo, obrigada por tudo isso. ㅡ Sorri distribuindo vários beijos em seu rosto, o que o fez sorrir também.

ㅡ Eu também te amo e quero você comigo para o resto da minha vida. Eu te amo em todos os universos. ㅡ A cada palavra que saía da boca dele meu coração pulava, estar apaixonada é a melhor coisa que já me aconteceu.

Nós ficamos lá por mais um tempo, nos divertimos demais e até escolhemos nomes para os nossos futuros filhos. Talvez nós possamos passar uma temporada no Brasil, meu pai tem uma filial lá e seria bom que eu fosse para dar uma olhada em como anda as coisas pela empresa, mas claro que isso não aconteceria agora, não posso deixar meu pai sozinho ainda.

O pôr-do-sol aqui é apaixonante, era tão bom ficar apenas eu e o Matteo, em silêncio apreciando aquela linda vista. Hoje é véspera de Natal e por isso não podemos demorar muito, na minha família quando comemorávamos o Natal era nos dois dias 24 e 25 de dezembro. Mesmo que algumas pessoas daqui achassem estranho mas meu pai disse que era uma coisa que ele gostava muito e que era assim que se fazia no Brasil e assim a família dele seria acostumada. Matteo e eu voltamos para casa cantarolando músicas de Natal dentro do carro com as janelas abertas, desejávamos feliz Natal para todas as pessoas que víamos nas ruas, era a melhor data comemorativa do ano.

[...]
ㅡ Enfim chegaram. ㅡ Meu pai veio até a porta para me dar um abraço, combinamos de passar a noite de Natal na nossa casa por ser maior, ainda era cedo e os pais de Matteo junto com a sua irmã e Ryan ainda não haviam chegado.

ㅡ Estava te esperando para fazermos os biscoitos juntas. ㅡ Victória apareceu em meu campo de visão com um avental e um daqueles chapéus de chefe de cozinha. ㅡ Vamos, não temos tanto tempo, ainda temos que nos arrumar.

ㅡ Eu só vou falar pro Matteo que...
ㅡ Olhei para trás e não vi mais meu pai e o meu namorado, eles... estavam indo para o escritório com dois controles de vídeo game. ㅡ É, acho que eles vão ficar muito ocupados. ㅡ Sorri para Victória mas ela apenas arqueou uma sobrancelha e me estendeu um avental sem sorrir nem nada, parece até que virou uma versão minha. ㅡ Acho que vou chamar o Ryan pra você rir um pouco.

As bochechas dela ficaram avermelhadas e os seus olhos foram se arregalando aos poucos, o que confirma ainda mais o que acho dos dois.

ㅡ Er... vamos... vamos fazer os biscoitos e os bolos que ganhamos mais, até porque você não sabe cozinhar direito.
ㅡ Apontou para mim mudando completamente de assunto.

[...]

ㅡ Pronto. ㅡ Dissemos juntas após terminarmos o último bolo, nós ficamos com a parte doce enquanto a família do Matteo com a dos salgados. ㅡ Acho que nunca fiz tanta coisa na cozinha quanto hoje. ㅡ Me sentei em um banco.