Encurralada

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Venho seguindo a minha rotina de fazer massagem em um deles por dia, enquanto o resto do meu tempo aproveito para desvendar o mistério deste lugar. O que não vem sendo muito eficiente, já que não descobri nada além da lua e das flores.

Que me deixou mais confusa que o normal, mas decidi esperar a época delas florescerem para ver o que vai dar, apenas me conformo que nessa casa o tempo não é uma coisa que posso controlar, tenho que esperar tudo se encaixar e a pressa não vale de nada aqui.

Estava sentada embaixo de uma árvore, aproveitando a sombra desse dia quente. Não suportava mais ficar dentro de casa, não tinha o que fazer além de ler livros.

Agora olhando as pessoas trabalharem e o dia passar, pensei em como venho irritada e essa irritação tem nome. Dentre os setes homens tem um que desde o primeiro dia me incomoda, agora mais que o normal.

Fechei os olhos e respirei fundo — Não pense em nada e relaxe… — Falava sozinha, o que virou hábito.

Nesses meses que moro aqui já fiz massagem em todos, menos no Taehyung. Sempre quando é sua vez ele inventa algo e sai de casa, nunca está disponível e eu não deveria me importar, já que ele foi extremamente grosso comigo.

Porém, sigo sentindo um incômodo, chegando a ficar irritada com a ausência dele, que vem crescendo até eu nem conseguir ficar no mesmo cômodo que o mesmo.

Abri meus olhos na mesma hora que vejo ele chegando em casa, com seu sobretudo marrom claro e sapatos pretos. Levantei em um ímpeto desconhecido e fui questioná-lo  sobre não querer minhas massagens .

— Posso falar com você? — Falei um pouco mais alto por estar distante.

— Hum… Sn? O que faz aqui fora? — Pareceu surpreso em me ver.

— Preciso saber o motivo de não ir nos seus dias de massagem? — Cheguei perto cruzando os braços.

— Tenho compromissos que não posso adiar, infelizmente cai sempre no mesmo dia da massagem — Sorriu de lado — Me esperou aqui só para perguntar isso?

— Não, óbvio que não! Foi apenas coincidência — Continuei a encará-lo.

— Já que fez uma pergunta tenho direito de fazer uma também — Cerrei os olhos analisando o porquê dele está sendo tão educado comigo, assenti incentivando ele a continuar — Por que não denunciou o babaca do seu ex-chefe?

Meu coração gelou, dei um passo para trás com a respiração travada. Piscava feito louca tentando não acreditar que Yoongi contou meu segredo a eles.

— Co…co…como sabe? Quem te contou?

— Ninguém, descobri indo no seu antigo trabalho a pedido do Yoongi Hyung, devia ter desconfiado de algo quando ele pediu para investigar. Fui sem saber de nada e fiquei em choque quando uma das meninas de lá me contou — Agora era ele novamente, semblante irritado e fala áspera.

— Eu não quero falar sobre isso — Tentei dar meia volta e sair de perto dele, mas fui impedida com um aperto em meu pulso.

Pensei que ele iria me questionar novamente, apenas me puxou para uma casinha de ferramentas atrás da estufa. Soltou meu braço e me olhou com uma fúria nos olhos, a mesma daquele dia em frente ao meu quarto.

— Me responda Sn, por que não fez nada contra ele?

— Eu… não sei.

Chegou perto o suficiente para me prensar contra a parede, já estava ofegante e piorou com sua proximidade.

— Tem noção de como fiquei quando descobri, fui procurar o desgraçado e vi que era ele? Quis matá-lo na mesma hora, só de pensar em ele te tocando de novo, te fazendo sofrer outra vez… meu sangue ferveu — Colocou um braço de cada lado e gritava ao falar essas coisas que nem entendia do que se tratava — Sabia que ele apareceria, mas não pensei que seria primeiro que a gente, devia ter te encontrado antes e te protegido dessa vez — Encostou sua testa a minha e eu me encolhi — Odeio você com tanta força, odeio não lembrar do seus rosto, te falei inúmeras vezes que não me importava com a cicatriz e mesmo assim usava aquela maldita máscara cobrindo tudo, deixando apenas seus olhos a vista.

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