A minha vida está uma bagunça. Desde que a Emmy entrou na escola eu meio que tipo não tenho mais horários para mim mesma. De manhã , umas 7:45, eu levo ela para a escola, depois vou para a floricultura, mais tarde por volta de umas 13:00 vou buscar a Emmy na escola e vou deixar ela no Corrigan's para ficar com o Atlas (mas só de vez em quando) ou eu deixo ela com a minha mãe. E no sábado e no domingo são os dias mais cheios. Abro a floricultura as 8h e fecho às 17h
- Olá. - disse uma voz feminina entrando na floricultura.
- Olá, tudo bem? Em que eu posso lhe ajudar?
- Estou procurando algum tipo de flor que seja vibrante sabe? Com cores fortes e vivas que cause um impacto chocante! - A mulher disse parecendo que estava muito entusiasmada.
- Bem.. - eu disse. - Temos a "Viola tricolor", mais conhecida como "Amor-perfeito".
Vou até a sessão em que está a flor e mostro para a mulher.
- Magnífico! - ela exclamou. - Era justamente uma flor assim que eu estava procurando, cheia de cor, de vida! - ela analisou a flor. - Então, quanto que custa um buquê com essas flores?
- 45 dólares. - Eu disse pegando mais flores. -
Ela assentiu e fomos até o caixa. Allysa estava limpando o balcão então pedi para ela ficar com a mulher enquanto eu preparava o buquê.
- Prontinho, aqui está. - Eu disse entregando para ela o buquê com o maior cuidado do mundo.
- Obrigada.. - ela deu uma pausa. - Desculpe, mas como você se chama?
- Lily, Lily Bloom. E a senhora?
- Prazer em conhecê-la Lily, eu me chamo Margot. E a senhorita? - Margot perguntou assentindo para Allysa
- Allysa. Prazer em conhecê-la senhora Margot.
- Eu que deveria dizer isso, prazer em conhecê-la Allysa. - ela deu uma pausa. - E Lily. Bom, mas tenho que ir, tenho que ir buscar a minha filha na escola. Vocês tem filhos?
- Sim. - Eu disse. - A minha filha se chama Emerson.
- Ah que nome lindo. Tenho um tio que se chama Emerson. E você Allysa? Tem filhos?
- Sim sim, tenho dois. A Rylee, que é a mais velha, e o Peter, que é o mais novo.
- Ah que legal! Sei que estou sendo um pouco invasiva, mas quantos anos tem os filhos de vocês? A minha Anne tem 8 anos.
- Puxa que coincidência, a Emerson e a Rylee tem 8 anos também. - Eu disse enquanto apanhava algumas flores que tinham caído no chão. - Assim, a Emerson faz 8 daqui 3 semanas..
- Que coincidência ein? - Margot falou e riu um pouco. - Bom, mas agora vou ter que ir, se não a minha filha vai pensar que eu esqueci ela na escola! Foi um prazer conhecer vocês, Lily e Allysa!
- Foi um prazer conhecê-la também Margot. - Allysa falou enquanto abria a porta para ela, que em seguida foi embora.
Assim que Margot saiu da floricultura, Allysa e eu nos entreolhamos.
- Mas e aí? Como tá as coisas com o Ryle?
- A mesma coisa de sempre. - "A mesma coisa de sempre", ou seja, nossa filha. O motivo das nossas brigas é sempre a Emmy. - Queria que em algum momento nem que seja só 12 horas, a gente parasse de brigar tanto.
- Meu irmão é um babaca.
Eu ri.
- Mas é verdade. Quem é que fica bravo porque a ex-esposa esqueceu de por algo na mochila da filha quando era o dia de ele ficar com ela? - Allysa suspira. - O Ryle da passando dos limites dessa vez.
- É, eu sei.
- A Emmy nem imagina o que está acontecendo não é Lily?
A Emmy. Emerson. A minha filha. Ela não sabe nem um porcento do caos que está girando em torno dela, não sabe o quanto de vezes que eu e o pai dela brigamos mesmo estando separados. Sinto uma vontade de chorar enorme, eu tento, mas não consigo segurar.
- Ei tudo bem. - Allysa diz e chega perto de mim me dando um abraço.
- Eu só queria ser uma mãe melhor pra ela. - Eu falo em meio das lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
- Não diga isso, você é uma mãe incrível, e todos nós sabemos disso. Principalmente a Emmy.
- Quando eu olho pra ela eu sinto um peso tão grande, como se eu fosse desabar. - eu suspiro. - Eu não consigo olhar pra ela sem pensar no caos que está acontecendo Alyssa, eu não consigo.
- Olha, eu ia te dizer pra ficar calma, mas sei que isso não ajuda..
Eu dou uma risada durante o choro, e Allysa ri também.
- Mas você não pode desistir Lily, você é o Porto Seguro da Emmy, você é tudo para ela. Eu só acho que você deve contar o que tá acontecendo pelo menos de alguma forma mais leve para ela sabe?
Eu assinto com a cabeça.
- Não papai, borboletas são muito mais legais do que mariposas. - disse uma criança na frente da floricultura. Mas assim que eu vi, lá estava ele. Ryle. Junto com a Emmy.
- Falando nos dois... - Allysa falou.
- Eu ainda acho as mariposas mais legais do que as borboletas. - Ryle disse enquanto entrava com Emmy.
- Oi mamãe! - A Emmy falou enquanto corria para me abraçar.
- Oi querida! Como que foi a escola?
- Foi legal! A gente aprendeu sobre borboletas e mariposas!
- Hmm que legal! Quero aprender sobre Borboletas e Mariposas também.
Ela sorriu. Aquele sorriso era tudo que eu precisava hoje.
- Ah, oi tia Allysa!
- Oi minha sobrinha linda! - a Allysa disse dando um abraço bem apertado na Emmy.
- Eu perguntei se a Rylee queria vim comigo e com o papai, só que ela disse que ia esperar o tio Marshall.
- Eu até estranhei ela não ter vindo com vocês, ah essa Rylee.
- Pois é né tia Ally? Essa Rylee! - disse Emmy colocando as duas mãos na cintura e balançando a cabeça.
Todos nós rimos.
- Bom, eu vou pro escritório, vou descansar no sofá, depois de um dia tão cansativo na escola aprendendo sobre borboletas e mariposas eu mereço um descanso não é? - A Emmy falou fazendo todos nós rimos de novo.
- Ah eu vou também, quero que você me conte no lugar da Rylee sobre as borboletas e as mariposas.
A Allysa então se virou para mim e fez um olhar para eu conversar com o Ryle. Logo depois ela entrou no meu escritório com a Emmy.
- E então, ela teve febre durante a aula? - eu perguntei.
- A professora disse que não, mas que ela vomitou e tossiu um pouco nas aulas.
- Ah..
Ficamos em silêncio por alguns segundos até que o Ryle fez questão de começar aquela conversa.
- Por que você fica querendo me afastar dela Lily? Eu sou o pai dela, eu tenho direito de ficar com ela também.
- Eu tento de afastar dela? Você ficou maluco Ryle?
- Não Lily, mas você tá ficando maluca. Querendo me afastar cada vez mais da minha filha por esse seu medo de eu machucar ela. - Ele aumentou o tom de voz.
- Ryle por favor não grite aqui, ela pode escutar.
- Então me explica Lily, me explica porque você quer me afastar dela. EU SOU O PAI DELA CACETE! - Ele gritou nessa última frase.
- Ryle, para! A Emmy está aqui. - eu gritei mais alto ainda.
A porta do meu escritório se abriu.
- Emmy eu disse pra você não sair. - Allysa falou indo atrás dela.
- O que tá acontecendo? Por que vocês estão brigando? É minha culpa não é?
- Não, não é sua culpa. - Eu disse me abaixando para ficar na altura dela. Os seus olhos estavam tão cheios de medo quanto os meus. Eu coloquei as minhas mãos na sua bochecha e tive uma imensa vontade de chorar, mas não quero deixar ela ainda mais com medo. - Você não tem culpa de nada tá bom? Foi só uma discussão boba. - Senti um nó imenso na garganta.
- Eu não gosto quando vocês brigam.
Eu também não gosto filha. Senti vontade de dizer isso.
- Que tal você ir com a tia Ally no carro do papai pegar as suas coisas pra gente ir até o Corrigan's ? Pode ser assim?
- Pode ser.
Allysa e Emmy saíram da floricultura para ir no carro do Ryle.
Ryle ia falar algo, mas eu interrompi.
- Eu não quero saber de mais nada Ryle, isso já foi a gota d'água. Brigar na frente da Emmy já foi demais pra mim. Se você soubesse o quanto eu tô tentando evitar que ela sabia de tudo isso que tá rolando entre a gente. - Eu senti aquela vontade de chorar de novo.
A Emmy e a Allysa voltaram. Até que foi rápido, pensei que elas iam demorar um pouco mais.
- A gente já pegou tudo mamãe. - Ela estava um pouco triste.
- Certeza? Conferiu direito com a tia Ally?
Ela assentiu com a cabeça.
- Bem então nós já vamos indo. - Peguei a mão de Emmy. - Você pode fechar a floricultura Allysa?
- Claro!
- Obrigada!
- Tchau papai. - A Emmy falou pro Ryle e deu um abraço nele. - E borboletas são melhores que mariposas. - Eu ouvi ela sussurrando.
Ryle sorriu.
- Nada disso. Mariposas são melhores que as borboletas.
A Emmy sorriu de volta para ele.
- Tchau titia! - A Emmy disse para a Allysa e deu um abraço nela. - Diz pra Rylee levar a Barbie sereia dela amanhã pra escola, eu vou levar a minha Barbie fada.
Allysa sorriu.
- Pode deixar!
E a Emmy sorriu de volta. Como eu amo a minha filha.
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É assim que começa - 7 anos depois
FanfictionLily e Ryle ainda continuam brigando constantemente mesmo não estando mais juntos, mas as coisas ficam mais sérias quando Ryle tenta ter a guarda unilateral de sua filha, Emerson.