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Alana Saad G

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Alana Saad G.

Minha animação para viajar foi zero, acordei com uma dor de cabeça da porra e uma ressaca de leve, sorte que não desfiz minha mala, ou bolsa, sei lá, como preferir chamar. Já a Kiara acordou no pique, bateu no meu apartamento às 08:00 da manhã, eu não tinha nem tomado um gole do meu cafezinho.

A minha tia Marcela chegou logo depois com a Alice, então eu não tive paz ou descanso, até a hora que a gente saiu para o aeroporto, Alice dormiu no caminho, único jeito de deixar ela quieta, a mais velha preparou um café da manhã reforçado, só meu café preto não ajudaria a me sustentar durante o vôo, capaz de eu ter passado mal se tivesse só aquilo no estômago. E nosso vôo não atrasou, o que ajudou demais, não suportaria perder meu dia naquele aeroporto lotado de gente.

Kiara e Alice juntas eram duas crianças, olha que a loirinha é calminha comparada a Kiara, eu realmente não via a hora de pousar, ir para Saquarema e dormir nos braços de uma certa ruiva, certeza que se a Kisy pudesse ler isso, ela estaria me zoando de mil formas possíveis, não julgo, porque eu faria o mesmo se fosse com ela.

Mas eu só consegui pensar nos olhos claros e puxadinhos de Julia, depois do sorriso, é minha coisa favorita nela, o jeitinho que ela consegue se expressar com eles sem nem fazer esforço algum. Confesso que senti um pouco da falta de Julia e de seus beijos, pretendo matar todas essas saudades hoje.

— Acorda porra! Tá dormindo, caralho? — Kiara mete um tapão na minha cabeça e viro para ela na mesma hora com raiva no coração.

— Nana, colinho. — Alice fala me olhando com um biquinho, igual o da minha mãe, ela estava presa ao cinto de segurança.

— Tia Ma? — Olho para a motorista, que me olha pelo retrovisor e concorda com a cabeça.

Tiro o cinto de Alice com a maior felicidade do mundo e puxo ela para meu colo, abraçando o seu corpinho com carinho, Alice solta uma risada baixa quando eu cheiro seu pescoço.

— Hum, que neném cheiroso, vou morder hein. — Falo depois do cheiro e beijo a sua bochecha.

— Não, Nana! Não pode. — Alice tenta empurrar meu rosto enquanto ela gargalha, sem credibilidade nenhuma no que está falando.

— Meninas, sem bagunça aí atrás. — Faço um bico junto a Alice, que deita em meu ombro, no mesmo instante, o carro para no estacionamento do CDV.

O meu corpo fica levemente tenso, é um lugar que amo tanto vir, tem se tornado um ambiente ruim para se estar. Marcela, Alice e Kiara saíram do carro, me deixando sozinha por alguns segundos, não quero ir direto para minha mãe, vou enrolar o máximo que eu puder.

Não havia muito sol no dia de hoje, as nuvens cobriam os raios e o vento corria pelo estacionamento, me deixando com um pouco mais de frio, junto com a ansiedade e adrenalina correndo, isso deixava as pontas dos meus dedos geladas e minhas mãos levemente trêmulas.

Finding Love | Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora