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Alana Saad G.

Não citarei por um único momento o encontro de noite passada, por  dois motivos: tive alguns momentos com Julia que ninguém pode saber e dormimos no dormitório dela, Paulo bateu na porta de Julia mais ou menos 22h da noite, havíamos acabado de voltar, saímos por exatos 20 minutos, e chegamos em um horário cirúrgico. 

O dia é livre, por ser pleno domingo, o Zé ás vezes sabe ser bonzinho com as suas jogadoras e como a namorada de Kisy chega hoje, então temos mais coisas para fazer, por exemplo recepcionar a menina e ir para a minha casa, já é de praxe querem ir para a piscina e não para praia, por conta dos cabelos e toda essa frescura de não poder lavar o cabelo todo dia.

Kisy, Kiara e Gabriela foram para rodoviária buscar a Amanda, já eu e as Julias decidimos ficar e preparar algo para comer, já eram quase uma hora de tarde e ninguém havia comido nada ainda. Julia Kudiess se encarregou de fazer o arroz e alguns acompanhamentos, eu de limpar a piscina e a Juju de limpar a área da churrasqueira e onde comemos, tudo isso com um som alto, a minha playlist de rap tocava, Kant, UCLÂ, Haikaiss, Sid, Baco, Dudu, etc.  

— GATINHA, ASSIM VOCÊ ME ASSUSTA! — Canto com o catador de folha em mão, usando ele de microfone.

— Alana, terminar isso logo, bobona. — A  ponteira fala rindo, o sorriso em seu rosto me tirava o foco, me deixava em leve êxtase.

— Tudo bem, senhora, desculpa por enrolar. — Reviro os olhos brincando e tiro o restante das folhas da água.

Me aproximo devagar da mulher ruiva, ela parecia focada em limpar a mesa, estando levemente inclinada sobre a mesa de mármore branco, a mesma é grande e bem polida, nada brega, muito pelo contrário, uma mesa elegante. Passo meus braços pela cintura fina e apoio minha testa bem no meio de suas costas, respiro fundo pelo nariz e um sorriso fraco se abre em meus lábios, feliz por estar ali naquele segundo, me sentindo grata por ter aquele momento com Julia, mesmo que pequeno, significa bastante para mim.

— Que foi, Nana? — Julia apoia uma das mãos e um dos meus braços, fazendo um carinho deve com a ponta dos dedos.

— Nada, Bee, só precisava de um abraço. — Beijo suas costas por cima do tecido e me afasto.

— Gays. — Ouço Kudiess da porta de vidro, porta essa que faz a divisão da área de lazer da sala. — Elas chegaram, e Kisy é exagerada, ela comprou mais coisas. — O desanimo na voz de Julia K me fez gargalhar baixo. 

— Eu só queria paz! — Falo em tom de brincadeira e faço uma cena de drama, suspirando alto e jogando a cabeça para trás. 

Kisy entra na área, depois de empurra Kudiess para o lado com seu corpo, sendo seguida por Kiara, Gabriela e uma mulher que não conheço, mas de vista já era uma conhecia. Kisy e Gabriela traziam sacos de gelo, Kiara tinha alguns sacos de mercado que pareciam até leve e Amanda tinha uma mochila sobre os ombros e sacolas com o que parecia carnes em uma das mãos e outra de cerveja, como se não fosse suficiente o que restou dos outros dias.

A música muda e o volume vai abaixando, provavelmente foi a Kudiess de dentro da casa, me sinto um pouco envergonhada, não sou a pessoa mais extrovertida do mundo. 

— Vem Dani, deixa eu te apresentar quem foi a alma caridosa que ajudou a gente. — Kisy segura a mão da namorada e puxa na minha direção.

— Desculpa pela Kisy, sei que ela pode ser cara de pau na maioria das vezes. Sou a Amanda Danielli, mas pode me chamar só de Amanda. — A ponteira do pinheiros estica a mão e eu aperto.

—Sou a Alana Saad, só Alana tá perfeito. — Digo rindo um pouco, eu sei ser simpática. — Relaxa, a Kisy é um amor ás vezes, então acaba compensando. — Falo brincando baixo, fingindo que tô sussurrando apenas para a namorada da mulher a minha frente. 

— Sei bem como ela é. — O sorriso dela para Kisy é uma das coisas mais fofas, depois da Bee, que eu já vi. 

— Own, fofas, porém quero beber e comer. — Kiara bate nos ombros delas e sai desfilando com suas sacolas. 

Me sento em uma das cadeiras mais próximas as mesas, observo as interações entre as meninas, me mantendo de fora por um tempo, tentando acompanhar o ritmo delas e me acostumar com a nova presença no ambiente. Bergjuliamann chegou a perceber, se sentou ao meu lado e tentou me deixar mais confortável ao ambiente, enquanto ela é um camaleão, eu sou um bicho do mato, que tem medo de conversar na maioria das vezes, se não conheço uma pessoa. 

Kiara estava do outro lado do quintal, bem distante com um baseado entre dedos, fumando na sua maior paz, ela diz que não tem vicio e para quando bem entender, mas que ajuda ela com a sua ansiedade, e bom, ajuda mesmo, o tanto que Kia é imperativa é sacanagem, Julia tem que ter muita força de vontade e paixão para ficar com a minha amiga. 

Gabriela e Kisy tentavam ensinar uma coreografia de tiktok para a Amanda, enquanto as Julias conversam ao meu lado tranquilamente, a palma de Bee repousava sobre uma das minhas coxas, tentando me passar tranquilidade e segurança, ela conseguia fazer isso com tranquilidade e maestria. Elas me incluíam na conversa periodicamente, tentando me fazer falar e interagir mais, me tirar um pouco da minha zona de conforto, sem me deixar mais desconfortável.

—E ai? Como ficou a situação com a sua mãe? — Kiara fala se sentando na minha frente, olho para ela com as sobrancelhas juntas.

—Ela meio que se explicou, conversamos, mas tudo entre a gente ainda está esquisito, nada é como antes. — Dou ombros, tentando não parecer tão afetada com isso.

—Vamos mudar de assunto, como vocês se conheceram mesmo? — Bee aperta meu joelho e se dispõe a ouvir mais uma vez essa história brega da Julia K e da Kiara.

—  Ai meu deus, eu amo essa pergunta, então Juju.. — Kiara olhar para a ruiva ao meu lado com brilho nos olhos, é ela me tirou de um lugar desconfortável.

Tem sido difícil não pensar se daremos certo a distancia, se nossos estudos e trabalhos vão atrapalhar a comunicação, mas a realidade é, o amor deve ser leve e tem que existir confiança para que tudo isso funcione, porque se um lado não quer, os dois não andam. E pela Julia, eu faria dar certo em qualquer estação do ano, em qualquer hora do dia, o que ela me conquistou em semanas não está escrito, nossa conexão é palpavel e muito verdadeira, não acho que isso possa se perder tão rápido e mais que acredito que nossos sentimentos possam evoluir. Minha mãe me disse uma vez que eu saberia quando conhecesse a pessoa certa, e bom, eu acho que Julia Bergmann é a minha pessoa certa.

°°°

Opa meus anjos, me desculpem por sumir, muito caos na minha vida e um grande bloqueio criativo. Não sou a melhor escritora do mundo e sou péssima com frequências, mas vou tentar atualizar o mais rápido possível. Peço desculpas pelo capitulo extremamente curto, sei que é fora do normal.

Beijão e me digam o que acharam.

Finding Love | Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora