Finding Love | Julia Bergmann

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Alana Saad G.

O treino corria na quadra, as vozes atrás da gente viraram burburinhos, a presença de Julia se tornava cada vez mais alta e presente ao meu lado, ela comentava sobre as jogadas, me instigando a conversar e a falar, aos poucos a minha ansiedade vai se dissipando. 

Julia agora tem um dos braços passados sobre meus ombros, enquanto a gente conversa bem baixo, quase que um no ouvido da outra, é um flerte leve e descontraído, uma conversa tranquila, impossível não gostar disso.

— A gente não tem um encontro marcado para mais tarde? — A mulher ruiva faz um carinho em meu pulso com a ponta dos dedos.

— Sim, tem alguma ideia do que vamos fazer? — Aquela posição era confortável para mim, particularmente eu estava amando.

— Sim! — Julia parecia animada com a idéia.

— Então me conta, Ju. — Falo sorrindo para ela.

— O que acha de irmos para a Praia de Itaúna, vai estar mais vazia mais tarde e a gente pode tirar aquelas fotos bem bregas de frente para a Paróquia. — Julia diz me olhando nos olhos, me deixando um pouco nervosa.

— Tudo o que você quiser, princesa. — Dou um sorriso e me inclino na sua direção, na intenção de beijar ela, fazia um tempo que não fazia isso.

— Aqui não, Nana, bem que eu queria. — Julia beija meu rosto com carinho e se levanta, ela vai até onde o Paulo está, ele parece passar instruções para Julia.

Fico ali observando o treino, não sei quanto tempo se passou, mas eu foquei em observar tudo e prestar atenção no que a minha garota fazia, minha garota, soa bem.

O que a gente tem é intenso, começou com a relação lá no alto, meu medo é isso passar e não ficar nem a amizade, com certeza é algo que temos que conversar em algum momento, porém não acho que seja uma conversa para hoje.

Nossa relação tá evoluindo e eu tô gostando, então a minha com a minha mãe só regride, mal nos falamos desde aquele dia, não tem sido algo natural, ela vem verificar como eu estou, e eu falo com básico, com Rosa já está mais normal, agora já consigo brincar com ela como antes de tudo isso rolar.

Sei que deveria ter mais maturidade, só que eu não consigo engolir o que minha mãe fez, só é esquisito, acompanhei muita coisa bem de perto e não achei que ela faria isso.

— Alana! Chega aí! — Kisy grita do outro lado da quadra, tendo Gabriela e Kiara ao seu lado, lá vem.

Me levanto sem fazer esforço, pego a minha garrafa de água e vou até elas com calma, o sorriso delas entrega que era alguma ruim, ruim para mim, muito bom para elas. Então já chego lá com um pé atrás e desconfiança a mil, observo tudo ao nosso redor, ainda tem pessoas na quadra observando o treino, que agora eram só treino de recepção, não sei porque Gabriela e Kisy não estão treinado, mais suspeito ainda.