Capítulo 7

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Apaixonada?

Juliette.

Deitada na cama, fecho os olhos, e a imagem da Sarah não saia da minha mente, seus cabelos voando com o vento, o corpo curvilíneo, o sorriso perfeito... fiz um grande esforço para não beijá-los, estava tão convidativo!

E pensando nela, eu adormeço, sonhando com o beijo que tanto desejo.

Levanto cedo, os sonhos ficaram vividos na minha mente. Vou correr um pouco, talvez o exercício clareie a minha cabeça, que está uma bagunça...

A corrida foi boa, mas os meus sentimentos estão mais confusos ainda, é difícil entender o que se passa no meu coração. Tomo um banho e vou visitar minha avó.

Em uma das melhores clínicas minha avó se encontra, é muito bem cuidada, mas vê-la ali tão distante observando o nada me deixa impotente, como se ainda não tivesse fazendo o suficiente para por ela. Aproximo da cama e segurando a mão frágil dela, a encaro, e converso com ela:

Juliette - Sabe vovó, eu tenho estado estranha nesses últimos meses... uma garota mexeu com a minha estrutura... - um sorriso brota na minha boca - Pela primeira vez na vida eu não sei como agir, o que pensar, o que fazer... Sarah é incrível, linda, inteligente, ela é única! A senhora ia gostar muito dela, ela é muito gentil, certinha, bem tímida... tem uma inocência e pureza no olhar... parece um anjo!

Para minha surpresa minha avó olha para mim, sorri e aperta minha mão. Vejo uma lágrimas descer de seus olhos e ela diz:

- Estou feliz por você minha filha! Tenho tanto orgulho da mulher que se tornou, tão linda, tão trabalhadora. Acho que o amor finalmente bateu na sua porta querida. Não deixe escapar! Agora posso descansar feliz!

Sua voz saiu fraca e rouca, mas a ouvi perfeitamente.

Juliette - Vovó!? Me reconhece!? - perguntei emocionada.

Acabo me desmanchando em lágrimas, faz pelo menos uns dois anos que minha vó não fala comigo!

Mas infelizmente, ela logo volta no seu estado anterior, totalmente inerte e olhando para o teto.

Juliette - Vovó!? Por favor volta pra mim... - murmurei.

Quando me recomponho da emoção, resolvo ir falar com uma médica.

Juliette - Doutora, minha avó acabou de falar comigo. Como é possível? Faz mais de dois anos que ela nem mesmo me reconhece.

- Senhorita Juliette Freire, né? - a senhora de cabelos pretos me perguntou, olhando um prontuário nas mãos. - Já ia falar com a senhorita.

Juliette - Sim. Minha avó é Maria Freire.

- Então Juliette, as vezes pacientes de Alzheimer tem esses lapsos de memória, despertado geralmente por um sentimento profundo. Fico feliz que tenha presenciado, porque ela está bem debilitada... não sei se terá muitos dias... eu sinto muito senhorita... mas estamos dando todo o conforto possível para ela.

Deixo escapar uma lágrimas involuntária.

Juliette - Queria ter mais o que fazer por ela! Um estudo novo, talvez?

- A senhorita já faz tudo por ela, e tenho certeza que lá no fundo sua vó sabe disso... não temos nada novo no Brasil para tratar essa doença...

Juliette - Te certo... obrigada pela atenção. Desculpa, mas a doutora é...?

- Sou doutora Flávia Moraes, cuido do caso da senhora Maria nesse último mês, a doutora Grace está de férias.

Juliette - Ah, muito obrigada pelo carinho com a minha avó.

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