Lírio

2.7K 246 87
                                    

🌸Florzinha de hoje representa pureza, paz, inocência, ternura, respeito e proteção. Guardei essa flor pro final, porque acredito que não há nada mais que eu queira transmitir nesse fim, do que isso tudo <3

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Era de madrugada quando Sasuke sentiu a mão de Hinata tocar seu ombro, primeiro um toque suave e um leve apertar de dedos que logo progrediu para um chacoalhão enquanto ela resmungava seu nome ainda sonolenta.

— Sasuke-kun, você esta acordado?

— Agora estou. — respondeu enquanto ligava o abajur e sentava na cama, voltando suas orbes escuras para a Uchiha deitada ao seu lado. — Aconteceu alguma coisa?

A barriga de sete meses ocupava um bom espaço na cama, Hinata tinha travesseiros a cercando mas ainda era difícil ficar confortável, Sasuke suspirou a olhando antes de passar a mão por seu rosto, os olhos levemente inchados das noites mal dormidas, o Uchiha não podia deixar de se sentir culpado nesses momentos onde sua esposa mal conseguia dormir ou reclamava de dores espalhadas pelo corpo. Ser acordado por ela no meio da noite tinha se tornado um hábito bem comum, mas dessa vez algo lhe dizia que não teria que buscar somente um copo de água ou outro travesseiro no armário.

— Estou com vontade de comer dango.

— Dango? — Sasuke repetiu, surpreso com o pedido. Além do enjoo de peixe no início da gravidez, nas últimas semanas Hinata tinha adquirido uma pequena aversão a doces, isso incluía até chás que ela passou a beber quase sem açúcar, então pedir por algo assim no meio da madrugada era de certa forma muito inusitado. Ela também não era uma grávida com muitos desejos, sendo a primeira vez que um deles ocorria em tal horário. — Agora?

— Se eu estou pedindo agora... — ela o fuzilou com o olhar, fazendo Sasuke engolir em seco.

As variações de humor estavam vindo com tudo nos últimos meses.

— 'Tá bom, eu vou ver se temos ingredientes suficientes pra fazer. — ele respondeu já afastando as cobertas e pulando da cama.

Sasuke sabia fazer dango? Não, mas teria que aprender. Hinata por sua vez se sentou na cama, coçando seus olhos pelo sono, mal tinha conseguido dormir e acordou com uma vontade absurda de comer o doce que só de pensar lhe dava água na boca. Mas tinha um porém.

— Fazer? Não, Sasuke-kun, eu quero os dangos do senhor Lin.

Ele que já estava próximo a porta, voltou para seu ponto de visão com uma expressão confusa no rosto.

— Hina, são quase quatro horas da manhã, a loja abre somente às sete. — o tom de voz do ex nukenin era igual ao que se usa para explicar a uma criança que ela não pode comer o doce antes do jantar.

— Até lá minha vontade já vai ter passado, tenho certeza que o senhor Lin vai ser compreensivo, afinal estou grávida. Você não quer que nosso bebê nasça com cara de dango, quer? — ela passou a mão na barriga, fazendo uma carinha inocente e um biquinho no final.

— O que?

— Você não conhece o ditado? Se uma grávida não come o que sente vontade, o bebê vai nascer com a cara daquilo que ela queria e não pode comer.

Sasuke ficou em silêncio, parecendo raciocinar o que ela havia dito.

— Isso é sério? — ele questionou mais uma vez, como se ponderasse a ideia dela estar dizendo a verdade mas ainda ter uma pulga atrás da orelha.

— Sim sim. — Hinata balançou a cabeça e cruzou os dedos, repetindo a palavra para dar ênfase.

— Eu volto já. — e com isso Sasuke pegou sua capa e saiu de casa em plena madrugada para tentar explicar a um senhor de idade que sua esposa grávida e um tanto mimada precisava comer os dangos de sua loja nesse exato momento, ou dali dois meses eles teriam um bebê com cara de dango sabor chá verde para cuidar.

One Night - SasuhinaOnde histórias criam vida. Descubra agora