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- Como já disse, precisamos de alguém em tempo integral e com urgência.

O homem repetia, não é que Seulgi seja devagar a ponto de não enteder o que ele disse de início, ela entendeu muito bem e se fosse em outro momento ela teria aceitado aquela oportunidade sem pensar duas vezes. De fato era um bom emprego. Seis dias por semana, sete horas por dia, e um salário que poderia ajudar bastante. Não que ela não ganhasse muito bem como babá, inclusive até melhor do que ela achou que uma babá geralmente ganha, mas tinha um probleminha que não deixava sua mente.

Bom, chamar de problema seria demais, tá mais para uma luz no fim do túnel. Quando Seulgi precisou de ajuda Joohyun apareceu e trouxe Karina para sua vida, seria desleal e traidor da parte da Kang deixar as duas assim sem nem ao menos as preparar.

Também tinha um detalhe pequeno que importava demais, que a maior estava deixando de lado. Karina. Seulgi amava Karina e sabia que uma criança de quatro anos não é capaz de fingir sentir amor por uma pessoa se realmente não o sentisse, então ela podia dizer que Karina também a amava.

- Senhorita Kang? - O senhor pergunta, notando o estado de hesitação presente na entrevistada.

Seulgi finalmente olha em seus olhos e afasta todos os pensamentos que estavam presentes em sua mente até agora. Se levantando de sua cadeira e vendo o homem repetir o ato.

Seulgi teme por um momento que essa seja a escolha mais estúpida que fará em sua vida. Negar uma oportunidade de ouro por causa de uma família que ela mal conhece? Essa oportunidade pode nunca se repetir. Mas ela não hesita. Mesmo com medo ela não hesita.

- Eu agradeço a oportunidade, mas não poderei aceitar. - Seulgi responde, inclinando seu corpo para frente como forma de reverência. - Eu sinto muito. - Conclui.

O homem acena e eles se despedem. Seulgi sai da sala e ao contrário do que ela achou que aconteceria por negar algo que era sua área e sua maior oportunidade até agora, Seulgi não estava arrependida.

Já fora do prédio a Kang percebe seu celular vibrar diversas vezes e pega o aparelho para verificar o que já sabia. Seungwan.

- Assim não tem como te ajudar, Kang. - Não há cumprimentos, apenas a bronca.

- Me desculpe Seungwan, e obrigada, mas eu não conseguiria fazer isso assim. - Seulgi se justifica.

- Tudo bem, eu entendi que você está apegada a criança, e que foi sua ajuda quando você estava prestes a ser despejada, mas você não acha que está indo longe demais por alguém que talvez não faria o mesmo por você?

Sim, ela pensou nessa possibilidade.

- Eu sei. - Disse pensativa.

Seulgi percebeu o pesar na voz da amiga e se compadeceu. - Tudo bem Kang, eu não concordo, mas te apoio. Se essa mulher te jogar na rua sem nada a gente quebra o carro dela.

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Há um ditado que diz que "não há rosas sem seus espinhos". As rosas possuem uma beleza encantadora, mas, sem o devido cuidado, qualquer um pode acabar se machucando em seus espinhos pontiagudos. E com rosas e espinhos quero dizer que a vida de Bae Joohyun, eram belas rosas com cores distintas mas sempre haviam os espinhos como infortúnio em sua vida.

Nos dias que se sucederam desde o seu desmaio por exaustão e negligência própria de seu corpo, Irene ainda estava afastada da empresa até que os superiores tivessem a certeza de que ela estaria bem e apta a trabalhar.

Irene não poderia ter feito outra a não ser ficar com sua filha dando atenção a criança, brincando e se divertindo com ela. Por consequência, Seulgi não compareçam ao apartamento por razões óbvias. Enquanto Karina sempre perguntava pela "tia" e Irene sempre tinha que inventar alguma mentira para que Karina desistisse da ideia de contatar a Kang já que ela precisava de dias em paz.

Procura-se uma babá para minha filha - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora