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Seulgi ria. Como ela conseguia ser tão burra? Ela não sabe dizer, mas era assim que se sentia nesse momento. Uma idiota.

- Egoísta. - Era o que a Kang dizia perante o que acabou de ouvir.

- Você não pode esperar que eu diga não ao meu chefe só porque você não quer ir, aliás eu tenho muita coisa para perder, não é como se o máximo que eu vá deixar aqui seja uma amiga advogada. 

Ok, aquilo foi específico demais e totalmente direcionado a Kang.

- Ai meu Deus o que eu ainda estou fazendo aqui? - Seulgi pergunta mais para si do que para a pessoa a sua frente.

O melhor, ou pior, de tudo aquilo se resumia em uma simples pergunta: Como Seulgi deixou algo assim acontecer?

Joohyun não só induziu que Seulgi era uma desempregada que não tinha nada a perder, como mostrou o que realmente achava sobre a mais nova.

- Olha, você ainda tem alguns dias para pensar sobre.

Toda aquela situação estava muito errada, não era apenas pelo fato de que Seulgi sentia que Joohyun estava enrolando ela em todo esse tempo, tendo um mês inteiro para lhe contar que planejava viajar para a Alemanha desde que voltaram a ter aquele relacionamento que a Kang sinceramente nem sabia como chamar, como também porque Joohyun agia constantemente como se estivesse fazendo um favor para a Kang, levando-a para um país que ela sequer sabia a língua nativa (inclusive, Seulgi poderia dizer que seu inglês nível mediano era péssimo), afastando a garota de quem lhe deu tanto suporte, até mesmo com aquela situação toda, alegando que acredita no potencial de Seulgi em manter uma amizade a distância.

Era egoísmo demais, esperar que apenas uma das partes doe tudo de si para ver a outra bem. Mas o pior ainda estava para acontecer.

- Não é justo que eu deixe tudo aqui pra seguir você em um lugar que eu não conheço. - Seulgi diz, mais amena a situação, ela não queria brigar.

- Então você quer que eu desista de ir só porque você não pode fazer o mínimo?

- Fazer o mínimo? - Seulgi pergunta. - O que é o mínimo pra você? Acho que você está perdendo um pouco a noção das coisas.

Mas se formos olhar um pouco para a situação de Joohyun, podemos dizer que ela estava com medo demais. Se antes ela aceitou aquela proposta de seu chefe para fugir da Coreia e de Kang Seulgi, agora ela se via cada vez mais arrependida por ter adiado tanto o momento de revelar aquela mudança tão grande que teria em sua vida. Na melhor das hipóteses Seulgi aceitaria ir com ela já que não há nada lhe prendendo aqui. Se fosse parar para pensar era uma proposta incrível, Joohyun pagaria as despesas de Seulgi na viagem e elas morariam juntas, como uma família.

Seria perfeito se fosse tão fácil assim, mas Joohyun simplesmente ignorou a pior das hipóteses, que era Seulgi não aceitar a proposta, o que curiosamente era o que estava acontecendo naquele exato momento.

E em vez de ser uma pessoa sensata e sincera Joohyun preferiu ir pelo caminho errado. Os insultos.  É claro que a Bae não queria dizer que Seulgi não tinha nada e ninguém por si, ela estaria ali para Seulgi, era óbvio. Acontece que Joohyun não sabia trabalhar com sinceridade e agora estava afastando a única pessoa que ela não queria que se afastasse por causa de suas palavras mal usadas.

- Me desculpa. - Ela diz, fazendo o que ela odiava fazer, se render. Reconhecer que estava tomando o caminho errado. - Eu não deveria te pedir isso, mas eu também não posso desistir por causa de você.

E aquilo quebrou o coração da Kang, e não só o dela. Quem disse as palavras estava com o mesmo pesar.

Acontece que não se pode jogar todos os anos de uma vida de trabalho fora por causa de um momento que ela nem saberia dizer quanto tempo duraria. Era seu trabalho em jogo, e depois de tantas bolas fora com seu chefe, faltas, problemas judiciais e atestados, a recusa do cargo poderia lhe trazer problemas. Ela era mãe e uma mãe não pode se dar o trabalho de colocar um relacionamento a frente do futuro de seus filhos. Karina sempre seria dela, mas Seulgi poderia ser alguém passageiro e ela não pode deixar que o momento a impeça de tomar a decisão certa.

Procura-se uma babá para minha filha - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora