Chuva

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Flashback do Guizo

Guizo andava pela rua na qual caia uma chuva forte, tinha doze anos e havia acabado de sair da escola, não tinha amigos e as únicas pessoas com quem conversava era seu professor de TI e ciências nos qual adoravam ouvir suas teorias da conspiração sobre aliens.

Havia ficado até tarde no laboratório conversando com Chavier seu professor de ciências sobre sua teoria de aliens abitarem o buraco negro e se esquecerá que a escola fecharia e que Chavier tinha família.

Ele não tinha um bom relacionamento com os pais e era um garoto muito solitário no qual o silêncio o perseguia por onde andava.

Ele tinha sua câmera enrolada na sua blusa para não molhar e olhava o caminho atentamente para não tropeçar.

Mas seus planos de não tropeçar foram por água a baixo, por um momento ele olhou a sua volta e se distraiu; havia uma pista de skate, na qual não sabia o porquê estava aberta tendo em vista o temporal que acontecia, e também não sabia porque algum louco andava nela.

Ele deu um tropeço mais não caiu, ele ficou parado observando fixamente a pessoa que logo descobriu ser um, suas roupas amarelas se destacavam no dia chuvoso e cinza.

Ele se aproximou devagar, ele olhava a maestria do garoto no skate maravilhado, algo definitivamente o deixará admirado nele, talvez fosse porque ele era muito bom no que fazia, talvez fosse seu estilo, talvez seu cabelo, talvez seus olhos, ele não sabia bem ao certo, mas estava fisssurado nele.

Por um momento que ele não sabia bem ao certo quando o garoto escorregou caindo na enorme poça que estava na rampa, talvez fosse porque estivesse escorregadiu, Guizo deixou sua câmera cuidadosamente no chão embrulhada na blusa e correu até o menino.

- Ei, você tá bem? - tentei o ajudar a levantar.

Ele começou a tossir desesperadamente - Aí quase afoguei - ele se agarrou nos meus braços ainda tossindo seu cabelo mais molhado do que antes.

- Meu Deus, sério? - o segurei pela cintura.

- Sim - ele se agarrou em meu ombro me olhando nos olhos - foi horrível.

Sinto minhas bochechas quentes - Acho que você está exagerando.

- Eu não tô não - desvia o olhar ainda me segurando.

- Se machucou? - eu pergunto.

Ele mo olha, consigo ver seu rosto um pouco vermelho - Não, obrigado.

O ajudo a levantar, ele continuou se segurando no meu ombro - Tem certeza?

- Não, minha perna tá meio dolorida - ele olha a perna e eu olho junto, havia um machucado consideravelmente grande saindo sangue - pensando bem machuquei sim.

- Percebi... - o olho, eu realmente não havia perguntado o nome dele ainda, mas pensado bem eu vim o ajudar.

- Alexandre, mas me chama de Xande - ele me olha sorrindo.

- Guilherme e não tenho apelido - o olho sorrindo.

- Guizo combina com você - sei rosto fica um pouco vermelho e sem dúvidas o meu também.

- Gostei - meu sorriso alargou - camiseta legal, oculto.

Vejos seus olhos arregalarem e brilharem como seu eu tivesse falado a coisa mais brilhante do mundo.

A partir desse dia eu tinha um amigo, muito bonito, gentil, engraçado e preocupado.

Não podia negar que gostava de seu sorriso, seus cachos e seus olhos, talvez isso fosse só admiração, afinal ele era meu amigo não?

Guizo

Hoje em dia eu me pergunto como o Guzio de doze anos era tão lerdo, ou as vezes eu me perguntava se na época, no começo era só admiração mesmo.

Dependendo do que era, eu me arrependo muito por ser assim, agora eu tinha dezoito anos ele também, nós estudávamos juntos e tínhamos um grupo, eu, ele, Chico, Lírio (que namoravam) e Dara.

Dara era uma, menina, muito gentil, alegre, divertida e bonita, na qual Xande certamente era apaixonado, ele sempre a elogiava, a adimirva e a observava, talvez tivessem horas que eu queria ser ela, custava ele me olhar assim.

Talvez custasse, eu era um menino e não era tão interessante assim.

Xande

Guizo parecia distraído com algo, olhava fixamente para uma parede branca na qual não parecia nada interessante.

Mas era melhor assim, daria para admirar ele sem ter que disfarçar o que era muito difícil e vergonhoso.

Sua pele parecia cobre com o Sol que batia nela, seus olhos pareciam café e seu cheiro me lembrava a canela.

Por que ele tinha que ser tão perfeito?

- Gui! - o chamo, mas aparentemente ele não percebe.

- Guiii - arrasto a voz manhosamente.

- Ei, Gui, se tá acordado? - vou até sua frente passando a mão na frente de seus olhos.

- Que? Ah, tô sim - ele desvia o olhar.

- Você ouviu o que a Dara disse? - ele ainda continuava evitar me olhar.

- Não

- Gui você tá bem?

- Tô sim, eu tenho que ir Xande.

- Mas já? Tá chovendo.

- Não tem problema.

- Mas...

- Vai conversar com a Dara, me deixa em paz - ele parecia irritado e chateado com algo, e começou a arrumar suas coisas para ir embora.

- Mas eu queria conversar com você.

- Não precisa fingir, eu não quero atrapalhar - ele começa a sair de casa.

- Fingir o que? - eu pergunto o seguindo.

- Ser meu amigo, falar que eu não atrapalho - ele me olha e consigo ver lágrimas caírem de seus olhos.

- Mas você não atrapa...

- Desculpa Alexandre - ele se vira e vai embora no meio da chuva, sua voz tinha ficado com sabor de café amargo, e seu cheiro vermelho havia virado cinza.

Ele estava confundindo as coisas, ele não atrapalhava as coisas com a Dara, eu não gostava dela.

- Guizo! - começo a correr em sua direção, minhas roupas e cabelo ficando molhadas por causa da chuva.

- Alexandre, eu ja disse que n... - eu não sei o que ele iria falar, mas já não importava.

Antes que ele terminasse a frase eu o beijei, segurei seu rosto macio e juntei nossos lábios.

Ele correspondeu segurando minha cintura, nossas bocas m em sincronia, sabores que me lembravam ele, café, laranja, canela vieram a tona o seu vermelho, cobre, tudo junto era uma das melhores coisas que eu já provei, meu coração acelerou.

Quando nos separamos, ofegantes, os sabores, cores, todos continuavam ali, eu sorri - Eu não gosto da Dara.

Seu rosto estava vermelho e ele parecia surpreso.

- Eu gosto de você, desde a pista de skate.

- Quando nos conhecemos?

Acenei positivamente sorrindo - Sim.

- Eu também - ele sorri.

- Eu te amo.

- Também te amo princesa- ri com o apelido.

Estava chovendo quando nos conhecemos, e também estava chovendo quando o beijei.

Eu gostava da chuva ela me lembrava Guizo, e Guizo me lembrava da chuva.

Opa, eu vou postar one shots que posto no Twitter aqui.
Desculpa algum erro.














One shots Xanzo (Twitter)Onde histórias criam vida. Descubra agora