Efêmero

15 1 0
                                    

Tão funesto quanto andar descalço no asfalto quente é o momento em que colocamos uma venda e nos tornamos nossos principais vilões, mas esquecemos de deixar um vão para enxergar e para respirar.

Mais cruel do que sofrer,se magoar, é continuar se alimentando ou procurando mais motivos e fatos passados/presentes para se tornar amargurado ou fácilmente destrutivel.

Como se pegasse um punhado de carvão em suas mãos e começasse a engolir, sem sequer perceber.

Acontece que "automáticamente" temos um sentido que faz com que quando descobrimos algo tenhamos uma sede incesante de achar ainda mais coisas, mesmo se isso lhe custar o que és mais precioso para ti.

Independente dos motivos acabamos sendo levados para esse buraco negro que nao sabemos aonde começa e nem onde termina.

Mas sabemos que essa história nunca acaba bem, geralmente nos calamos e mantemos segredos sobre como chegamos até um veredito, e sabe o que é o pior?
É que quando descobrimos o que nos machuca nao escolhemos nos afastar, chegamos ainda mais perto, como se ver sua mao queimando no fogo nao fosse o suficiente e precisasse atirar alcool.

Pois bem, esse sentimento e acontecimento efêmero é tão destrutivel quanto um cigarro acesso do lado da bomba de combustivel.

E como se livrar dele?

Basta você fechar a boca, e parar de engolir carvão(Basta você fechar os olhos pra tudo o qual seus pés ja pisaram ou o de seu alimento antes mesmo de sua "Existencia").

Um momento sagaz de atitudes te fará arrancar a venda e perceber a sua realidade e nao a artificial.

Por tanto a raiva nos toma tanto quanto o sentimento de fazer algo pelo o que ja passou, como se estivessemos atrasados no tempo, mas na verdade nós até podemos nos atrasar ou adiantar, mas o tempo sempre será pontual, tanto quanto o sino da igreja aos domingos.

Notável é o ser que consegue rmergir dessa areia movediça que quanto mais nos movimentamos mais nos devora e quando tentamos fazer menos movimentos possiveis ela ainda sim nos mantém presos em algo que só existe ali, naquela hora, naquele instante.

É memoravel guardar e expor fotos na estante, por tanto as guardadas significam que nao estao mais ali e nao é o lugar delas, enquanto as que estao ainda continuarão la enquanto verem e serem as molduras certas.

Esperta a garota que roubava livros, enquanto roubamos o passado ou o futuro de outros, o que nos resta é sermos furtados pelo senhor tempo em nosso presente.

É inconsistente e frio, como seriamos se pudessemos nos ver como realmente somos a todo momento, e nao só ao nos olharmos ao espelho, nos amariamos mais ou nos odiariamos tais como o cão e o gato?

É um naufrágio ser tao frágil, um passo infalso e destrói o que demorou para ser levantado, decrescente e intolerável.

Então conclui-se que metade de nós é o Edem e a outra o Titanic.

Ambos bons iludórios e destrutiveis.

Armadilha do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora