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   Estávamos de volta a Tokyo. Nem sequer tivemos tempo para voltar para casa, tomar um banho e trocar de roupas. Todos fomos para a Tokyo jujutsu high. O meu corpo estava pesado e minha cabeça doendo, tudo refletido do psicológico, afinal apenas uma hora de voo não era o suficiente para cansar, porém apenas de pensar no garoto que comeu o dedo amaldiçoado de Sukuna era cansativo.

   Puxei minha pequena mala pelo caminho até o vestiário junto com Nanami. Eu precisava deixar ela por ali, lavar o rosto ajeitar o cabelo e fingir que a notícia não me abalou. As vezes este trabalho é doloroso.

   — Eu vou trocar de roupa. Essa já está muito amassada, não acha? — perguntei olhado para Nanami que estava arrumando o seu cabelo olhando no espelho do seu armário no vestiário.

   Virei para ele e então ele analisou a minha roupa.

   — Só a camisa já seria bom — ele disse e eu concordei com a cabeça.

   Minha mente estava uma nevoa, troquei a camisa arrumei o meu cabelo, fechei o armário e respirei fundo passando a mão pela minha saia tentando me acalmar. Neste momento Shoko já deve ter ido ver como o garoto estava.

   E na sala de reunião eu continuava tentando me acalmar. Porém agora é um pouco mais difícil. A sala não é pequena, porém a mesa retangular centralizada na sala com todos os feiticeiros desta escola sentados um ao lado do outro faz com as paredes pareçam mais próximas.

   Observando todos eu consigo ver como Nanami e Gojo são ótimos em manterem a postura mesmo nesse tipo de clima. Gojo está visualmente relaxado, pernas cruzadas enquanto ele se pende para trás na cadeira quando não estão falando com ele. Já Nanami está relaxado, seu rosto está relaxado e sua postura perfeitamente ereta não demonstra um sequer desvio de tensão. Tento fazer o mesmo, mas eu sei que não consigo. Eu não sou assim.

   — Eu não acho que Yuji tenha que morrer por ter comido o dedo de Sukuna. Isso com certeza não foi culpa dele, não podemos acabar com a vida de uma criança por causa disso — disse Gojo indo direto ao assunto.

   Gojo foi o primeiro ali a mencionar o nome do garoto. Eu respirei aliviada, finalmente alguém usou as palavras certas. Não era "resolver o incidente" seria "assassinato de uma criança.

   — Então deixaremos um garoto de quinze anos andar por ai com uma maldição de nível especial no corpo? Pensa pelo menos uma vez Gojo — um dos anciões da mesa comentou.

   Não me lembro o nome dele, mas quem se importa com ele. E com alguém com essa opinião.

   — Eu estou falando que Yuji Itadori deveria virar um aluno de jujutsu aqui na Tokyo jujutsu high.

   — Agora você perdeu a cabeça — disse Gakuganji.

   Fora Gojo e os anciões da escola de jujutsu ninguém estava dando sua opinião. Eu ainda queria ouvir sobre a proposta de Gojo para poder comentar sobre algo, porque além de eu não achar certo matar o garoto eu não tinha opinião. Eu não sei o que deveríamos fazer para que desse certo.

   — Nunca encontramos um receptáculo para o Sukuna. Treinamos o garoto ensinamos ele a controlar e capturamos os dedos aos poucos.

   — Ele vai acabar morrendo no final, no momento em que selarmos Sukuna de vez — disse Shoko, mas não para alfinetar o plano de Gojo. Era mais para tentar entender o que ele estava propondo.

   — Sim, mas eu acho mais justo darmos esse tempo para ele. Não é justo chegar em um garoto de quinze anos que mal sabia que essa parte do mundo existia e falar que ele vai morrer hoje.

𝐌𝐲 𝐦𝐚𝐧; Nanami KentoOnde histórias criam vida. Descubra agora