08

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   Depois que eu levei Itadori para escola voltei para casa. Aquela viagem de trem não foi nenhum pouco confortável. Puxei a minha pequena mala e entrei em casa deixando meus tênis de lado. Olho para o relógio de pulso e vejo que já são apenas sete da manhã e Nanami já estava na cozinha assando algo que cheirava muito bem.

   Ele usava uma camisa branca, uma calça de moletom azul e um avental de cozinha escrito "melhor irmã do mundo", foi o que eu ganhei do meu irmão mais novo há alguns anos atrás. Na época que ele era um amor de pessoa, hoje ele não é.

   — Bom dia — eu disse.

   — Bom dia. Conseguiu dormir? — ele perguntou se aproximando de mim com uma feição preocupada.

   Eu provavelmente devo estar pior do que eu imagino, afinal parece que um   me atropelou.

   — Não. Nada, minha cabeça vai me matar.

   — Quer café? Chá? Ou suco?

   — Eu vou tomar um banho primeiro.

   — Ok, eu estou assando pão.

   — Meu deus, você é tão proativo.

   — Eu sei — ele disse e eu ri do seu comentário.

   — Você montou a mesa? — perguntei finalmente percebendo a mesa no lugar que estava vazio quando eu viajei.

   — Bom, seus pais iriam precisar do quarto e não dá para comer com neve lá fora.

   — Obrigada — eu disse.

   — De nada, agora vai tomar o seu banho e vem logo para tomar café.

   Concordei com a cabeça e então fui para a pequena salinha de lavanderia, botei as roupas para lavarem e então fui para o meu quarto tomar um banho. Eu precisava relaxar e fechar os olhos por um minuto sem sequer me preocupar com qualquer outra pessoa, mesmo que os meus pais estejam aqui e Nanami sozinho na cozinha. Porém ele sabe se virar, ele se dava melhor com meus pais do que eu. Ele conseguiu ficar inteiro durante este final de semana inteiro. De roupão depois do banho começo a dobrar algumas roupas que estavam na secadora, afinal quando minhas roupas ficassem limpas eu precisaria colocar elas na secadora. Ouvi duas batidas na madeira da porta e mandei entrar.

   — Já que decidiu evitar estar em sua cozinha, eu vim.

   Quando ouvi a voz de Nanami eu virei o olhar para trás e lá estava ele, apoiado no batente da porta segurando duas xícaras de porcelana, com desenhos delicados da flor lavanda. Não eram minhas xícaras, mas são bonitas.

   — Belas xícaras, mas não são minhas — eu disse.

   Nanami riu e eu me aproximei dele.

   — Obrigada — eu disse.

   Ele me entregou a xícara com chá.

   — Senta. Só que... daquele lado, eu estou ocupada. Dobrando roupas.

   — Enquanto ignora o fato que sua família espere que você apareça com o seu lindo namorado. E que ele se sente ao seu lado enquanto tomam café da manhã.

   — Sim. Eu estou cansada.

   — Você gosta da ideia de estar em um relacionamento? — ele perguntou.

   Eu concordei com a cabeça. Só tive um relacionamento a minha vida inteira, e foi quando eu estava estudando jujutsu. Não foi muito bom, e ao mesmo tempo não foi ruim. Não foi nenhum pouco duradouro. Mas se for para imaginar um relacionamento não sei como seria, sei como seria se fosse como nos livros em que eu li seria um romance perfeito, sem defeitos. Mas esse tipo de coisa não existe, ainda mais quando você convive com outo ser humano. Pessoas são falhas e porque os relacionamentos não seriam. Sei como seria se fosse como meu primeiro relacionamento, seria vazio. Como se estar em um relacionamento fosse apenas conquistar um título. Mas eu gostaria de estar em um relacionamento, queria ter minhas próprias experiências com namoro.

𝐌𝐲 𝐦𝐚𝐧; Nanami KentoOnde histórias criam vida. Descubra agora