Manual de Como Conquistar uma Garota em um Encontro

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Stiles soltou uma de suas gargalhadas fascinantes e quentes, do tipo que carregavam uma especialidade única de irritar ruivas de aproximadamente um metro e sessenta de altura. Era a terceira vez que ele ria naquela manhã, espremendo os olhos e encostando a cabeça na árvore atrás de si, concentrado em seu próprio entretenimento.

Martin cerrou as mãos em punho, os dedos formigando em apreensão pela espera que julgava infinita. Talvez, se estivessem em outro momento, ela até se sentisse tentada a rir junto com ele. O problema era que, naquela manhã, a grande piada para o Stilinski não tinha graça nenhuma para a Martin.

Lydia costumava entrar em pânico todas as vezes que alguém ameaçava encostar um dedo que fosse em seu diário, mas até mesmo aquele sentimento era covarde tratando-se de Stiles.

Ela já estava cansada de receber tantas perguntas sobre o que ela escrevia naquelas folhas e só esforçou-se para resistir as tentativas iniciais e curiosas de Stiles porquê sabia, conseguia sentir que iria se arrepender caso cedesse.

Como o planejado, foi exatamente o que aconteceu. A garota estava sentindo o couro cabeludo formigar de tanta vergonha e estresse. É claro que ela exigiu que Stiles só lesse as folhas que ela autorizara, e Lydia foi sucinta em escolhê-las, mas já cogitava ter errado em sua decisão.

Parada em frente a ele, ela continuou observando o melhor amigo rolar os olhos pelas linhas do caderninho de capa marrom. Pensou que eles provavelmente estavam atrasados para a aula e que Allison deveria estar a procurando, porém, não ousaria deixar Stiles sozinho com o diário de forma alguma.

Depois de dez minutos inteiros contatos minuciosamente pela Martin, o garoto finalmente erguera os olhos castanhos das folhas, encarando-a. A categoria que agora estava ameaçando estressá-la não era mais "risadas que beiram ao deboche", mas um imenso "sorriso sacana e de má fé".

Sentado na grama do colégio, Stiles abaixou o diário ainda aberto nas coxas e balançou um dos pés como um tique. Suas pernas estiradas estavam doendo, mas ele se recusou a se levantar.

– Tenho uma pergunta. – Foi o que ele disse.

Com um suspiro perturbado, ela ajeitou os óculos com um toque na ponte do nariz. O sorriso antes faceiro no rosto do adolescente desapareceu, o que a forneceu alguma esperança de que a conversa podia ter um rumo tolerável.

Stiles nunca a deixava envergonhada de propósito e Lydia sabia disso. Era a razão principal para serem melhores amigos.

– O que é?

– Desde quando você tem fetiche por mãos?

Lydia engoliu seco, toda a cor sumindo do rosto como um riacho que secava. Stiles não conseguiu segurar uma nova risada, mas essa acertara a garota com um sentimento diferente. Era um som mais provocativo e malicioso.

– Não estou acreditando nisso...

– Eu não tenho fetiche por mãos. – Ela se defendeu, a voz mais baixa do que pretendia, os olhos fugindo para a entrada do colégio ao longe.

Ela o assistiu se levantar e aproximar-se, apontando para um dos itens na folha.

– Está escrito bem aqui, está vendo? "Mãos bonitas".

Ele soltou uma nova risada.

– As pessoas não podem escolher as mãos então talvez você devesse ser mais razoável nessa dica.

A Martin revirou os olhos, incomodada com a espécie de seriedade na expressão do amigo. Acreditava que era melhor tê-lo a contrariando do que realmente considerando todas as besteiras que ela escreveu na folha enquanto era torturada por tédio em uma aula chata de álgebra.

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