Tempestade

8 1 0
                                    

Se você está lendo esse post, provavelmente você não é um babaca, então estamos indo bem, eu imagino. Minha segunda dica é para você buscar cativá-la de todas as formas possíveis.

Em teoria, as minhas sugestões até agora estão atreladas a isso. É óbvio que você precisa cativá-la. Não posso te pontuar o que poderia fazer essa garota beijá-lo ou querer um segundo encontro com você porquê esse fato é relativo, mas vale lembrar que se ela se interessar, é óbvio que isso irá acontecer!

Você pode estar se questionando agora de que maneira pode cativá-la ou do que deveria fazer. Essa é simples. Leve-a a algum lugar legal e quando digo legal, estou dizendo realmente apenas legal. Não importa se vão ao cinema ou dar uma volta pela cidade, o interessante é você reconhecer satisfação nela.

Não esqueça de elogiá-la, mas de uma forma sincera. Nós conhecemos a bajulação melhor do que vocês, espertinhos. Você gostou do cabelo dela? Então diga isso. Foram as unhas? Tudo bem, apesar de ser esquisito. Foque em coisas específicas. Olhos, cabelo, o cheiro, a roupa... Apenas diga.
Você provavelmente não raciocinou isso, meu amigo, mas sua garota perdeu algumas horas no espelho antes de você bater na porta dela. Ter isso reconhecido é o máximo.

***

Os olhos verdes se moveram sob as pálpebras, cansados, perdidos na imensidão de escuridão e estranheza do sono. Os cílios tremeram e, um instante depois, o sono foi perturbado por um lampejo de realidade na consciência. Por algum motivo, o sono parecia esquisito. Martin abriu os olhos, a percepção preguiçosa identificando aos poucos o ambiente ao redor.

As estantes de livros. O tapete felpudo no qual estava deitada. A tela do projetor vazia um pouco há frente.

Por reflexo, tentou se virar de barriga para cima, entretanto, sua mão trombou em um braço masculino.

Um braço que estava ao redor de sua barriga.

E um tronco que estava colado em suas costas.

E um nariz que estava enterrado em seu cabelo.

Existia um corpo forte e masculino abraçado nela.

Martin não tinha a menor ideia de em qual momento da noite aquilo havia acontecido. Era provável que Stiles dormisse de conchinha com seus encontros, mas entendendo que ela não era uma mulher aleatória para ele, aquele tipo de contato era mais um limite quebrado pelos dois. Ou por ele. Ela não sabia. Em que momento se virou para que ele a abraçasse?!

Mel fervente pareceu se aconchegar em seu estômago nervoso. O contato era bom e assustador e impróprio. Pousou a cabeça de novo na almofada, os pensamentos começando a se acumularem como ondas de um tsunami. Pensar sobre o melhor amigo tornava-se pouco a pouco uma tarefa desgastante.

Observou que a biblioteca ainda estava escura. Devagar, ainda deitada, esticou um braço e alcançou seu celular ao canto do tapete. Acendeu a tela, os números "02:54" brilharam em resposta. Martin arregalou os olhos.

– Stiles! – Chamou-o baixinho, virando-se de barriga para cima. O braço do melhor amigo continuou em volta de sua cintura.

Ele murmurou baixinho, a boca levemente entreaberta e a cabeça pesada contra a almofada. Sem pensar muito, Lydia tocou-o na nuca e acariciou os cabelos escuros de Stiles.

– Ei, Stiles! – Com a voz ainda rouca do sono, voltou a chamar.

Ele piscou, abrindo os olhos, e o corpo denso nem se mexeu.

– Hum?

– Já está tarde, precisamos ir embora. – Disse ela, e uma nova carícia o atingiu.

Um instante depois, como se um raio atingisse a consciência da Martin, ela puxou a própria mão para si com os olhos arregalados, grata por Stiles estar sonolento demais para perceber o que estava acontecendo ou não.

Make Her MineOnde histórias criam vida. Descubra agora