12º Capítulo

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*Diana on

Corro em direção a estação sentindo o vento frio bater com força contra o meu corpo.

- ELE ESPEROU POR VOCÊ. - grito chamando a atenção do mesmo que estava rodeado por duas mulheres, elas se afastam enquanto me aproximo. - Ele te esperou a noite toda.

- Não faça escândalos.

- É sempre assim, não é? Você some e quando precisa de nós volta igual a um maldito cachorro com o rabo entre as pernas e vai embora quando fode com todo mundo.

Ele me puxa pelo braço e me aperta com força.

- Eu ainda sou a porra do seu pai, então abaixe o tom de voz se não quiser que eu quebre a sua cara.

Empurro o mesmo contra a parede, tiro um canivete do sutiã e coloco em seu pescoço, os olhos arregalados me encaram com pavor.

- Você não é o meu pai, nunca foi. Meu pai é o Thomas, Polly, Arthur e John, qualquer um menos você. - pressiono mais o canivete até sair um filete de sangue, ele grunhi e tenta se soltar. - Arthur tem as mãos mais sujas que o Diabo, mas seu coração é puro. É por esse motivo que ele segue ordens e não vai pela razão, já eu tenho as mãos limpas e graças a você o coração traumatizado, eu não me importaria de sujar elas tirando a sua vida.

- Ele te odeia. - ele fala com dificuldade. - Você sabe porque o Thomas te protege tanto? Porque Arthur te mataria sem pensar duas vezes na primeira oportunidade. Você matou a mãe dele, Diana.

- Isso é mentira.

- Ela pediu para não brincar perto do canal várias vezes e você persistiu.

- Eu não vou cair na sua manipulação.

- Você disse que as suas mãos são limpas, mas o sangue dela está em suas mãos.

- Você está mentindo, eu me lembraria disso. - falo soltando o mesmo e ele nega.

- Thomas proibiu o assunto dentro de casa com a desculpa de que não iria traumatizar mais uma Shelby, mas pergunta para quem quiser, eles vão te contar a verdade.

Forço uma risada e respiro fundo, coloco as mãos trêmulas no bolso para ele não perceber.

- Arthur pode me odiar, mas eu o amo. E eu juro por Deus que se você voltar a chegar perto dele eu vou ter o seu sangue nas mãos também, porque eu juro que te mato.

- Puta merda, Thomas te criou certinho. - ele fala rindo, se aproxima e deposita um beijo em minha bochecha. - Até mais, Sun. – meu apelido saindo de sua boca me atingi como se fosse uma facada.

Ele entra no trem e eu dou a volta, caminhando em passos lentos. Sinto a minha vista escurecer enquanto flashes passavam por minha mente sem parar, Arthur e John gritando, Thomas correndo comigo no colo, hospital, enfermeiras gritando e correndo para todos os lados. Sinto uma pressão absurda no peito e o ar me falta, os pulmões ardem, eu tento respirar, mas é em vão.

- Diana? - escuto a voz abafada de Finn no fundo. - Você está bem?

Vejo o rosto do meu irmão mais novo embaçado, levo as mãos até o peito e arranho o mesmo, como se pudesse abrir e deixar o ar entrar nos pulmões, mas era impossível.

- CHAMEM A AMBULÂNCIA, AGORA. - Finn fala me envolvendo em seus braços quando minhas pernas fraquejam e ambos vamos ao chão. O meu peito queimava e em um momento de desespero tiro o canivete do bolso e levo em direção ao peito.

Entre o rosto desesperado do meu irmão mais novo e a horrível falta de ar, eu tive um último flash de memória antes de ficar inconsciente. Era Arthur, apontando uma arma para a minha cabeça.

Dancing in the Darkness - Peaky Blinders Onde histórias criam vida. Descubra agora