26º Capítulo

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*Thomas

Verifico a hora novamente e vejo que já se passaram mais de três horas.

- Você termina aqui, eu preciso ir. – coloco a boina e arrumo o sobretudo. – Onde eles iriam se encontrar?

- No Garrison, você vai foder e eu tenho que trabalhar. – ele resmunga, ignoro o mesmo e saio do galpão.

Caminho em direção ao Garrison e ao me aproximar vejo Rose na porta, molhada e tremendo por conta do frio.

- Vem, vamos entrar. – tiro meu sobretudo e coloco em seus ombros, a abraço de lado e abro a porta. – Todos para fora, vamos fechar. – as pessoas começam a se levantar e sair rapidamente. - Senta aqui. – Rose se senta, ela apoia os braços na mesa e o rosto entre as mãos.

- O que está fazendo aqui, Thomas? – sua voz sai em um tom rude.

- O que você está fazendo aqui, Rose? – retruco a pergunta e ela força uma risada.

- Agora você fala comigo?

- Rose, eu... – começo, mas a mesma me interrompe, ela levanta o rosto e é possível ver algumas lágrimas escorrerem pelo mesmo.

- A última vez que você falou comigo foi quando nos sequestraram e quase me mataram e isso já faz mais de cinco semanas.

- Eu precisei resolver umas coisas.

- Eu pensei que fossemos amigos, mas acho que você não sabe o que isso significa.

- Quer a verdade? – pergunto e ela me encara ansiosa pela resposta. – Eu te coloquei em perigo, Rose. Você quase foi morta por minha culpa e no dia seguinte quando eu vi os hematomas no seu corpo... Eu não conseguia olhar no seu rosto, me senti culpado.

Sinto uma queimação subir pelo meu peito, a verdade é que eu usei essas semanas para pensar sobre ela e o que eu faria a seu respeito e cheguei a uma conclusão, Rose era uma garota legal, todos nós gostávamos dela, mas o que eu precisava fazer era maior que qualquer estima que eu tivesse pela mesma. Mas não estou mentindo quando digo que me senti culpado por sua quase morte.

- Você está dizendo a verdade?

- Sim. – a palavra sai da minha boca e a mente grita "Não", me levanto e sigo até o balcão.

- Eu pensei que tivesse te afastado de alguma forma. – ela suspira frustrada. - Qual o problema comigo? Será que eu vou ser o suficiente para alguém um dia?

- Não há nada de errado com você. – sirvo whisky em dois copos, sigo até ela e me sento a sua frente. Estendo o copo e ela pega virando o mesmo de uma vez. – Ele é um idiota. – ela me olha surpresa. – Acha mesmo que iria se envolver com um dos meus homens e eu não iria ficar sabendo? Ele é um babaca e se eu soubesse desde o começo que vocês estavam juntos, isso não teria ido para frente.

- Ontem ele disse que me amava. – a mesma coloca o copo vazio sobre a mesa.

- E você o ama? – pergunto e ela morde o lábio inferior com força.

- Eu acho que amo outra pessoa, mas gostava dele. – ela confessa. – Para falar a verdade eu não conheço esse tipo de amor, porque ninguém nunca fica. – seu olhar vem em direção ao meu, a confusão dançando em seus olhos verdes. – Mas ele era legal, ele me tratava bem de verdade e eu pensei que com o tempo eu aprenderia a amar ele e... Dói Tommy, pensar que eu posso ficar sozinha.

Viro o resto de whisky presente em meu copo de uma vez e me inclino segurando a sua mão.

- Eu estou aqui. – acaricio sua mão. – E prometo não ir embora.

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⏰ Última atualização: Nov 04 ⏰

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