21º Capítulo

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*Rose

Observo Diana e Thomas se abraçando no escritório e sorrio, logo após ela sai toda sorridente e segue em minha direção.

- Vou finalmente fazer parte dos negócios. – ela fala animada, mas em um tom baixo o suficiente para só eu ouvir. – O que você tem? Está estranha hoje.

- Ahn... Posso te perguntar uma coisa?

- Mas é claro, Rose. – ela segura a minha mão e me puxa para o escritório de John que estava vazio, já que o Shelby ainda não havia chegado. – O que houve?

- Thomas não disse uma palavra se quer para mim e já faz algumas horas que ele chegou. – a Shelby a minha frente suspira.

- Vou te fazer uma pergunta e espero que seja sincera. – ela pede e eu assinto. – Vocês transaram aquela noite?

- Nós o quê? – pergunto confusa.

- Transaram, foderam... Sei lá.

- Eu não sei do que está falando, Diana. – a mulher a minha frente me encara surpresa.

- Não sabe o que é sexo? – ela pergunta chocada e eu permaneço em silêncio. – Confesso que estou assustada.

- Eu deveria saber o que é isso?

- Sim! Quer dizer... Eu acho que sim. – ela coça a nuca nervosa. – Espera, na boate... Você sabe o que acontecia na boate?

- Eles nos jogavam em um quarto com homens e a nossa obrigação era satisfazer eles, mas eu nunca entendi e quando Thomas chegou, o senhor Aubry disse "Satisfaça ele, se ele começar a falar muito tire a roupa e ele cuida do resto".

- Meu Deus Rose, isso é horrível. – ela suspira e encara a mesa de madeira pensativa. – Você sabe como as crianças são feitas?

- Mas é claro, Diana. – falo como se fosse óbvio e ela suspira aliviada. – Quando um casal se ama eles dormem juntos e fazem amor.

- Não, credo. – ela faz uma careta. – Eles fazem sexo, amor é algo muito banal.

- É a mesma coisa? – pergunto e ela assente.

- Sim, então você sabe o que é.

- Por quê eu faria amor... Sexo com o seu irmão se ele não é o meu marido? – pergunto confusa e John entra no escritório bem na hora.

- Ahn... Eu preciso usar o meu escritório, claro se vocês permitirem. – ele fala de forma cínica, Diana sai do escritório e quando eu vou atrás dela, John segura a minha mão. – Mas só para desencargo de consciência, de qual irmão vocês estavam falando? – ele pergunta com um sorriso no rosto, Diana revira os olhos impaciente e me puxa para fora do escritório. Ela para em frente a sala de Thomas e abre a porta. – Vamos sair e já voltamos. – ela fala rapidamente e Thomas nos encara desconfiado. – Ela está passando mal, dá um tempo, Tommy.

Ela puxa novamente e saímos da casa de apostas, sinto o frio bater contra o meu corpo e xingo Diana mentalmente por não ter me dado tempo para pegar o casaco.

- Ele nem disse nada e você atacando o pobre coitado. – ela dá risada com a minha fala.

- Thomas sempre tem algo a dizer, eu só o interrompi antes. – seguimos para o Garrison e assim que entramos Grace nos olha assustada. – O que foi, loira? Por que o susto?

- Só me assustei com o barulho, senhorita Shelby.

- Certo. – Diana fala desconfiada. – Me traz uma garrafa de Gin e dois copos na sala privada, por favor. – ela pede e seguimos para a sala. – Tá, me conta o que você sabe.

- Quando um casal se ama, eles fazem amor e tem um filho.

- Credo Rose, você foi criada por uma freira? – ela pergunta incrédula, Grace entra na sala e coloca a garrafa de Gin sobre a mesa e os dois copos, logo sai e fecha a porta atrás de si. – Sexo é algo normal e você pode fazer com qualquer um, basta você e a pessoa querer e rolar um clima. – ela nos serve. – E clima é o que não falta entre você e o meu irmão.

- Me sinto uma idiota. – suspiro frustrada e pego o copo observando o líquido dentro do mesmo.

- Você não é idiota, só é... Ingênua. – ela sorri tentando me confortar. – Nunca conversou sobre isso com alguém?

- Meus pais morreram quando eu era criança, não me lembro muito deles. – dou um gole no líquido amargo e coloco o copo sobre a mesa. – Meus irmãos foram levados só Deus sabe para onde e eu e o Harry fomos para um orfanato, onde realmente por um tempo eu fui criada por freiras... Quando Harry completou vinte e um, ele me tirou do orfanato e fomos viver sozinhos, aí ele foi para a guerra e eu fiquei com uma senhora cigana, ela não era muito de conversar.

- Olha, eu saber dessas coisas não quer dizer que eu já tenha feito sexo, mas eu convivo com a Polly, Ada e porra, eu moro em Small Heat, você vê coisas que só Deus na causa. – ela fala e eu dou risada. – Mas você não tinha ninguém, é normal não saber de certas coisas. – ela levanta o copo e sorri. – Mas relaxa, eu vou ser a irmã depravada que você nunca quis.

Dou risada, estendo o meu copo e brindo com a mesma.

- Mas por que me perguntou isso? – pergunto quando ela abaixa o copo. – Se eu e o Thomas... Transamos.

- Porque geralmente é isso o que os homens fazem, te fodem e não falam mais com você e por mais que ele seja o meu irmão e eu o ame, ele ainda é homem, ou seja a filha da putagem vive nele. A não ser que... Ele sabe?

- Sabe o quê? – pergunto confusa e dou mais um gole no Gin.

- Que você gosta dele? – engasgo ao ouvir a sua pergunta. – Acho que nem você sabia. – ela fala rindo.

- Eu não gosto do seu irmão, Diana.

- Do Arthur e do John não, mas você está caidinha pelo Thomas. – reviro os olhos com o seu comentário.

- Isso não é verdade. – ela me analisa por uns segundos antes de colocar o copo sobre a mesa e a sua mão sobre a minha.

- É verdade, Rose. – ela força um sorriso. – Mas isso não pode acontecer, você não pode se apaixonar por Thomas. Meu irmão tem o coração cigano, ele acampa no seu coração e muda para outras camas, outras bocas...

- Eu estou bem, Di. – aperto a mão da mesma, antes de me levantar. – Eu não estou gostando do seu irmão, fica em paz. Eu só fiquei preocupada já que ele é meu chefe, vai que ele resolve me demitir novamente. – forço uma risada.

- Eu amo você amiga, mas você está mentindo para mim ou para si mesma?

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Escrito: 19.08.2022

Postado: 20.09.2023

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