25º Capítulo

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*Thomas

Entro na casa de apostas com Arthur reclamando atrás de mim, passo rapidamente pelas pessoas, afim de que nenhuma delas precise de mim e sigo para o meu escritório.

- Eu estou avisando, Thomas. – meu irmão insiste. – Ter a Diana nos negócios é ruim.

- Por que implica tanto com ela, Arthur? – pergunto e o mesmo fica em silêncio. – Nem você sabe de onde vem essa implicância toda, Diana é um ponto chave para nós, precisamos dela.

- Não precisamos, chegamos até aqui sem ela e podemos seguir. – ele se joga no sofá no canto da sala. – Ela é um risco para nós, vai me dizer que não estava louco para enfiar uma bala na cara daquele filho da puta quando ele a ameaçou?

- Não só eu, como você e John e mesmo assim ela não se deixou intimidar. – meu irmão suspira com a minha resposta.

- Seu favoritismo ainda vai levar ela para o túmulo.

- Arthur, eu... – antes que eu consiga terminar a frase, alguém bate na porta duas vezes. – Quer saber? Foda-se, entra.

Rose abre a porta e entra se aproximando com alguns documentos nas mãos.

- Preciso que assine esses papéis. – ela fala me entregando os mesmos.

- Rose, vê se você consegue colocar juízo na cabeça do seu chefe. – Arthur fala se levantando. – Ele precisa. – ele fala antes de sair da sala e bater a porta.

- Está tudo bem? – ela pergunta.

- Só Arthur com as crises dele de sempre. – coloco os papéis sobre a mesa e assino. – E você como está? O pé melhorou? A dor no corpo?

- Estou bem. – ela força um sorriso.

- Te conheço a pouco tempo, mas você é uma péssima mentirosa. – me escoro na mesa e ela suspira.

- Estou preocupada com meu irmão, você encontrou algo? – ela me olha esperançosa.

- Ainda não, eu sinto muito.

- Tudo bem. – ela força um sorriso, estendo os papéis para ela e ela pega os mesmos sem graça.

- Mas eu vou achar ele, eu prometo.

- Obrigada, Tommy.

*Três semanas depois

John abre a janela da sala que dá para o bar e grita por um whisky.

- Precisa gritar no meu ouvido, porra? – resmungo e o mesmo dá risada.

- Está sabendo da novidade, Tommy? – Arthur pergunta virando o último gole de whisky presente em seu copo. – Peter está ficando com a Rose.

- Peter... O nosso Peter? – pergunto e ele assente.

- A bonequinha está namorando um Peaky Blinders. – John fala dando risada e voltando a se sentar com a garrafa de whisky nas mãos. – Quem diria.

- Eles não estão namorando, John. – Arthur fala tirando a garrafa cheia da mão do mais novo. – Ele pretende fugir com ela essa noite, acho que você vai perder sua funcionária.

Me levanto e coloco o sobretudo, eles me encaram confusos.

- Onde vai, Tommy? Hoje é dia de comemorar caralho, nós ganhamos o dobro que a semana passada. – John fala.

- Eu preciso resolver algumas coisas. – coloco a boina e saio da sala antes que eles falem alguma coisa, sigo até os fundos do pub e pego o telefone, disco para o escritório.

- Alô? – a voz de Rose ecoa do outro lado da linha, desligo o telefone.

- Precisa de algo, Thomas? – Grace pergunta assim que eu passo pela mesma.

- Não.

Saio do pub e sigo em direção ao galpão, em poucos minutos chego e vejo Peter encostado na parede com um cigarro entre os dedos, o mesmo arruma a postura assim que me vê.

- Senhor Shelby, eu não sabia que viria até o galpão hoje.

- Eu não vim para ver as mercadorias. – olho para os dois homens que também faziam a segurança do galpão e os dois se afastam. – Fiquei sabendo que está saindo com a Rose.

- Estou sim. – ele sorri. – Ela é uma boa garota.

- Eu sei e é por esse motivo que você vai ir embora. – seu sorriso se desfaz.

- Não entendi, senhor Shelby. – ele fala confuso.

- Então eu vou ser mais especifico, você vai pegar as suas tralhas e sumir de Birmigham ainda hoje. – tiro um maço de dinheiro dos bolsos e coloco na sua mão. – Não era isso que você ia fazer? Fugir? – ele engole em seco. – Estou te dando essa oportunidade.

- E-eu preciso falar com a Rose primeiro. – ele gagueja.

- Não, você nunca mais vai dirigir uma palavra se quer para a mesma se quiser continuar vivo.

- Por favor, não faça isso. – ele pede e estende o dinheiro para mim. – Eu não quero o seu dinheiro, eu gosto dela de verdade, eu quero ficar com ela.

- Eu não vou repetir, Peter. – tiro a boina e a dobro colocando no bolso. – Eu não quero você perto de Rose e quero você longe de Birmigham, não me faça ter que te tirar daqui a força. – faço um aceno com as mãos e Rodolpho se aproxima. – Ele vai te acompanhar até a sua casa e após você pegar as suas coisas ele vai te levar até a estação e garantir que você pegue o próximo trem para qualquer lugar.

- Eu a amo, Thomas. – ele fala entredentes.

- Então o amor de vocês vai ficar para a próxima vida, mate ele se o mesmo se negar a pegar o trem.

- Vamos Peter, não torne isso mais difícil do que já é. – Rodolpho fala puxando Peter pelo braço e se afastando.

Observo os dois se afastarem e me escoro na parede, tiro o relógio do bolso e verifico a hora.

- Eu sabia que você estaria aqui. – John fala se aproximando. – Por que se importa se ela fica com ele ou não? Não vai me dizer que quer algo com ela? – meu irmão pergunta dando risada.

- Eu tenho planos para ela, John. – meu irmão me encara como se quisesse dizer algo, mas permanece em silêncio. – Vamos aproveitar que já estamos aqui e verificar a mercadoria.

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Escrito: 17.07.2022

Postado: 03.07.2024

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