Capítulo 3 Queremos rir, queremos dor.

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 "Você nos faz parecer mal", reclamou Toad. "Você parecia mal antes de eu te conhecer", Jon disse a ele." ― George RR Martin, A Guerra dos Tronos

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A audiência acabou, terminando de uma maneira completamente diferente do que qualquer um - sem duas ou três pessoas - jamais esperaria.

A sala se esvazia, deixando apenas a família real presente.

Há duas figuras avançando para o príncipe Velaryon; duas mulheres que se agarram com uma visão que só poderia ser descrita como competitiva.

A Rainha Alicent hesita em seus passos e permite que Rhaenyra avance, envolvendo Lucerys com as mãos.

O menino abraça a mãe de volta, mas seus olhos atentos estão na rainha.

"Eu te disse, você deveria confiar mais em mim", ele fala, a voz firme e muito segura de si. "Eu tinha tudo sob controle."

"Você teve?" Alicent pergunta, preocupação e fúria legítima se fundindo em seu rosto pálido. "Luke, foi perigoso. 'Sempre que eu sou um bastardo ou não é irrelevante'? Você está louco? "

O aumento de sua voz faz com que todos se voltem para olhar para a rainha, que está parada no meio da câmara agora vazia, as mãos já cutucando a pele dolorida perto de suas unhas, as primeiras gotas de sangue surgindo.

Luke gentilmente sai do abraço confuso de sua mãe e caminha até a rainha, estendendo a mão para pegar as mãos dela.

"Pare", ele fala baixinho, a voz gentil de uma forma completamente diferente do que Aemond ouviu antes. "Você está se machucando."

"Vou falar com o pai", promete Alicent, mas Lucerys balança a cabeça.

"Ele não vai ouvir. Lorde Hightower teve esse plano fermentando em sua mente por muito tempo, imaginei que não havia mal em ceder a ele."

"Nenhum dano?" Rhaenyra exclama. "Luke, você poderia ter morrido!"

"Eu duvido que sim", nega o príncipe. "Eu não passei oito anos da minha vida jogando pelas regras do tribunal para ter uma morte tão estúpida. Mas", ele sorri, uma expressão completamente desprovida de qualquer calor. "A questão da minha legítima sucessão ao Driftmark está resolvida agora e, espero, não será questionada novamente."

"E se for?" Daemon pergunta, encarando este garoto desconhecido de seu enteado com olhos cautelosos. Algo no menino deve lembrar o príncipe desonesto de Otto Hightower e ele não gosta nada dessa semelhança.

"Então eu vou lidar com isso quando vier", o príncipe dá de ombros, parecendo um menino de sua idade pela primeira vez desde que o viram. "Acredito que a celebração está em ordem? Acho que ouvi algum anúncio que acontecerá", ele dá um sorriso malicioso ao irmão mais velho e recebe uma piscadela de volta.

"O que vocês dois estão tramando?" Aegon pergunta, completamente despreparado para a visão à sua frente, meninos que ele lembra como bebês de boca amarela seguindo-o crescendo em rapazes confiantes e astutos.

"Isso é para nós sabermos", Jacaerys sorri vagamente. "E para você descobrir."

"Meninos," Alicent chama e três cabeças de cabelos escuros imediatamente se viram em sua direção.

Ela pega o olhar questionador de Rhaenyra e desvia o olhar, algo semelhante à culpa piscando em suas feições suaves.

"Vão para seus aposentos e se preparem para o banquete. Isso diz respeito a todos vocês", ela lança um olhar hesitante aos próprios filhos. "Seus antigos quartos foram deixados intocados e as empregadas estão preparando-os enquanto conversamos."

A Torre Negra | HOUSE OF THE DRAGONOnde histórias criam vida. Descubra agora