Xie Lian é um padre de origens desconhecidas que mora numa pequena igreja abandonada de uma aldeia remota.
Hua Cheng é um vampiro constantemente perseguido que já não tem fé na humanidade.
Mas serão eles apenas isso? O que duas criaturas diferentes...
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O silêncio do restaurante era uma música macabra em contraste com a súbita luminosidade. Era normal acontecerem coisas estranhas uma vez ou duas, mas aquilo não era um pouco demais?
— ...o que é que acabou de acontecer? — resmungou Ming Yi.
Shi QingXuan também parecia confuso:
— Senhor Padre... aquele criado, porque não o parou? Ele era claramente o vampiro.
Claro que aqueles dois guerreiros sabiam quem era o vampiro. Mas QingXuan precisava de conhecer as forças do padre. É verdade que padres identificam vampiros com facilidade, mas guerreiros que lutam constantemente contra essas criaturas não teriam tanta dificuldade em identificá-los.
Ele estranhou desde o princípio a beleza pouco natural do criado, e conseguiu confirmar as suas suspeitas quando os guardas invadiram o restaurante á procura de um vampiro.
Então... porque Xie Lian mentiu? Os seus olhares eram demasiado óbvios. O que aconteceu?
Xie Lian baixou os braços, deixando-os esconderem-se nas longas mangas do seu manto. Ele sorriu levemente:
— Ele não atacou ninguém e não há sangue nas suas mãos.
— É recém transformado?
— Não. — Xie Lian olhou para a cruz nas suas mãos — É um vampiro muito antigo. Realmente antigo.
...
— Vampiros maduros... são muito perigosos. — QingXuan tentou, cauteloso — Deixá-lo á solta é perigoso.
— Ele tocou-me. — Xie Lian sorriu — Mais do que uma vez.
Shi QingXuan abriu a boca por alguns segundos, mas voltou a fechá-la. Com um suspiro, ele bateu com o leque na palma da sua mão, aceitando a decisão de um padre.
Porquê?
Bem, porque... vampiros marcam as suas presas com o toque. Ao tocar nas suas presas, elas deixam o seu próprio cheiro nela, permitindo procurá-la mais tarde sem quaisquer problemas.
Xie Lian é uma presa.
Mas o padre não parecia muito incomodado com o assunto.
— Bem... - Shi QingXuan sacudiu as vestes com um sorriso e puxou Ming Yi, que insistia em decorar a sua refeição — Vamos resolver este caso?
— Vamos primeiro explicar ao teu irmão porque estamos aqui primeiro? — perguntou Ming Yi temerosamente.
De facto, Shi Wu Du estava ás portas do restaurante, á espera do irmão. Sem mais palavras, Shi QingXuan despediu-se do padre com um aceno, tapou a cara com o leque e caminhou para o seu irmão com o olhar sombrio.
