Capítulo 08

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Dois meses depois...

Mesmo já tendo se passado dois meses, Jin e Tae quando caminhavam pelas vielas do vilarejo ainda escutavam comentários maldosos sobre eles e sua relação.

Tae não ligava e Jin não se importava mais com os comentários e nem com os olhares das pessoas, o único que interessava para si era Kim TaeHyung, seu companheiro.

E por falar no ômega...este estava sentindo-se mal e não era de hoje. Andava manhoso, carente, o cheiro de comida lhe dava enjoos, fora outras coisas que estavam acontecendo e que não ousaram a falar para as duas mulheres por que Tae sempre dizia que era por ter comido isso ou aquilo fora do horário.

SeokJin estava desconfiado de algo que o recordou do passado, seu primeiro ômega teve quase os mesmos sintomas quando estava gravido e por isso naquele momento estavam indo para o médico da vila, encontrando pelo caminho a vovó e a sogra.

Bebe água, espera. Bebe mais água, espera mais e assim foi por meia hora Tae já não aguentava mais tanta água. Na sala do médico, Dr. Chao Lee faz os exames comuns e não encontra nada, mas desconfiado de algumas respostas e como iam fazer o ultrassom de qualquer forma, ele esparramava o gel gelado na barriga de Tae e então o aparelho mostra o que ele já suspeitava.

- Ouçam. – Pediu para os quatro ali dentro.

- tum...tum, tum...tum, tum...tum, tum...tum.

Os lobos ficaram eufóricos. Jin começa a chorar e Tae tentava absorver a nova informação. Estava grávido. O médico que até então parecia atencioso, quando descobre a gravidez do mais novo e reconhece quem é o pai, apenas pergunta para Tae:

- Como pode engravidar de uma aberração?

Antes que SeokJin pudesse responder, vovó toma partido dos netos e começa a falar coisas para o médico.

- Acho bom o senhor não falar mal do meu neto, o fato do senhor ser letrado (estudado) não lhe dá o direito de falar assim e já vou avisando, conheço um velhinho, o sr. Wang, ele faz vudu e é tiro e queda. Então sr, Chao Lee tenha cuidado com suas palavras.

- Mas vovó o Wang é novo, não é aquele que faz as festas do vilarejo?

- É ele mesmo, ele tem magia das boas para ficar novo e bonitão.

O médico que a tudo ouvia pede desculpas e volta a examinar o ômega, passando algumas vitaminas e recomendações ao casal e familiares.

- Obrigado vovó por defender o Jin do médico. – Tae agradecia baixinho.

- Ele agora é da família e tomamos conta um do outro.

SeokJin fica comovido com as palavras da vovó e agradece apenas com um movimento de sua cabeça. Ele seria pai e finalmente seu sonho estava sendo realizado, mas também o fez reviver alguns traumas e medos do passado. Não queria passar por tudo isso novamente então sua postura muda.

- O doutor já terminou? Podemos ir? Seu lobo perguntava mostrando-se para os presentes os seus olhos vermelhos e seu tom de voz de alfa.

De repente um tapa e Jin reclamando do mesmo.

- Sossega essa fera dentro de você, ninguém vai fazer nada contra seu ômega e seu filhote.

- Meu!

- Já sabemos, e se não quiser umas bengaladas na cabeça fica quieto aí dentro lobo mau. – Dizia a vovó mostrando a língua para um Jin tomado pelo lobo.

- Alfa! – Chamou Tae. – Estou bem, nada de ser mau agora com as pessoas tudo bem? Somos quatro adultos e um bebê.

- Dois bebês. – Disse o médico preocupado com a reação da besta a sua frente, este que apenas ajoelhou-se e abraçou Tae pelas pernas, pondo sua cabeça na barriga do mais novo. Os meses foram passando, os cuidados e a proteção só aumentavam.

Jin tornou-se mais possessivo e protetor e às vezes não deixava nem o ômega levantar da cama. Tae estava adorando essa fase, então abusava do seu alfa.

- Quero comer morangos silvestres perto da nascente do rio.

- Mas amor...você vai ficar só muito tempo, isso fica do outro lado da floresta.

- Eu estou esperando dois filhos seus e você me trata assim? Não se fazem mais alfas como antigamente.

- Eu busco, mas deixa a vovó ou a mamãe chegar primeiro, okay?

- Okay.

E quando ambas chegaram, Jin partiu buscar os tais morangos. E os gostos de Tae foram todos feitos e em breve teriam seus filhos nos braços que de acordo com vovó e suas crendices seria na próxima lua cheia.

Durante toda a gestação vovó não descuidou do casal, enquanto fazia os berços, Tae aprendia a tricotar as roupinhas e sapatinhos. Aprendeu fazer comida para o casal e para os bebês, quando chegasse a hora deles comerem papinhas. Vovó os visitava pelo menos, no mínimo, três vezes na semana e cada vez com uma superstição nova.

O vilarejo já não falava mais do casal, vovó chamou as amigas fofoqueiras e contou a estória triste de SeokJin que agora passava pelas pessoas e era cumprimentado e sempre alguém lhe dava algo para os bebês lobos maus da vila como vovó dizia, mesmo com todos sabendo que eram bebês normais.

NEM TODO LOBO MAU... É MAU.Onde histórias criam vida. Descubra agora