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Lilian Rafaeli

5:00 da manhã, essa foi a hora exata em que acordei e senti meus olhos arderem por conta da luz.

Ainda sonolenta me levantei e fui para a cozinha do nosso quarto de hotel, onde vi as 2 garotas conversando freneticamente e esquecendo o fato de ainda ser madrugada.

— Meu deus, quem com sã consciência fica feliz as 5:00 da manhã.– eu olhei para o meu telefone que estava descarregando.– Que ódio, meu celular não carregou a noite, alguém tirou do carregador?

— fui eu, desculpa.– Fernanda diz e ri.

A olhei incrédula e colocando a mão no peito de forma dramática, digo:

— Nossa amizade termina por aqui...

O riso exagerado da Fernanda fez com que a mesma recebesse um tapa, era muito cedo pra ficar fazendo barulho e Felipa sabia disso, por isso o fez.

— Quer ser deportada?

[...]

O tempo nunca mais passou, e a espera para que o jogo começasse estava rodando sobre a minha cabeça.

Já estávamos no estadio, apenas esperando a hora do jogo, faltava algum tempo, mas a ansiedade de entrar em campo sem ter pagado um tustão estava dominando as três.

— Falta quanto tempo pra começar?– já sem paciência de esperar, eu pergunto.

— Uns 25 minutos, se acalme.

— Eu já volto.– eu digo pegando a minha mini bolsa que eu trouxe e disparei correndo tentando encontrar o mais rápido possível alguma tomada.

A cada passo que eu dava, parecia que as tomadas desapareciam.

Eu precisava do meu telefone carregado, caso acontecesse alguma emergência, ou hotel ligasse e obviamente para tirar fotos naquele lindo e enorme estadio.

Enquanto eu andava atrás de alguma tomada, passei por um corredor com inúmeras portas transparentes. Em uma delas havia uma mini sala de descanso com sofá e extensões, ao ver aquelas tomadas um sorriso automático se fez no meu rosto.

Quando eu estava prestes a entrar na sala, um segurança me barra.

— A moça não pode entrar aqui, é apenas para pessoas autorizadas.– ele disse e apontava para uma placa onde dizia "reservado".

Como eu era burra!

— Porfavor, é menos de 5 minutos para o meu telefone carregar.– eu estava quase implorando de joelhos.

— Não, infelizmente é regra, e a senhorita tem que cumprir, igualmente como os outr- e antes de terminar a frase, algo totalmente inesperado acontece.

Gavi parou ao meu lado, senti o garoto se aproximar mais de mim e enquanto encarava o rapaz alguns centímetros mais alto, o ouvi falar:

— Marcus, não tem problema algum em deixar a minha acompanhante usar a sala.

O moço alto com barba a nossa frente fez uma cara de surpresa erguendo as sombrancelhas e saiu da frente da porta, possibilitando a nossa passagem.

O tal Marcus então fechou a porta e naquela sala totalmente aconchegante ficamos nos encarando.

— Não vai carregar seu telefone?– ele disse como se fosse óbvio. Então eu me viro evitando qualquer tipo de olhar e tento colocar a parte do cabo do carregador no buraco do celular. O que ate minutos atrás era algo simples de fazer estava parecendo impossível.

— Se demorar mais não vai me ver jogar.– ele disse enquanto olhava o relógio.

— Eu não vim te ver jogar.– O nervosismo me consumia, e eu não fazia ideia do porque.

𝓛𝓲𝓵𝔂 - Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora