Lugar Seguro (MacauChay)

Talvez nunca consigamos sair (24)

*Sexta-3 de fevereiro*

Macau entrou em seu dormitório para encontrar Chay sentado e lendo no futon em frente à janela. "Estou mortooooo." Ele jogou a bolsa no chão e pulou para o lugar ao lado do menino. "O que você está lendo?"

Chay segurou o livro logo abaixo dos olhos, revelando o título. "Canção de Aquiles."

"Oh? Eu pensei que você tivesse terminado?"

"Fiquei ocupado com outros livros, mas vou terminar esta semana."

Macau levantou uma sobrancelha para o menino, que estava claramente escondendo o conteúdo dele. "Bem, o que está acontecendo?" Ele tentou espiar, mas Chay fechou. "Por que tão tímido?" Ele cutucou Chay, tentando fazê-lo desabafar.

"Eles... fizeram amor." Chay franziu os lábios em um sorriso tímido.

"O que?" Macau tentou agarrar o livro, mas Chay puxou-o mais longe com o braço esquerdo.

"Não é pornografia, pare com isso", alertou ele em tom de brincadeira.

"O quê? Não pode ser nada que não tenhamos feito antes?" Chay atingiu o peito de Macau quando ele se inclinou para ele.

"Comporte-se. Ou você não receberá seu presente de aniversário."

"Você comprou um presente?" Os olhos de Macau brilharam. Chay já havia lhe dado coisas, como sapatos e roupas novas, mas não para seu aniversário, que seria no dia seguinte. Ele estava guardando algo especial. "Posso pegar agora? Vou me comportar, prometo."

"Você tem que esperar por amanhã. P'Vegas está dando aquela festa para você, lembra?"

Ah, sim, a festa que Macau não quis. Ele odiava surpresas, então seu irmão disse a ele como um alerta. Ele sacaria sua arma se alguém tentasse assustá-lo.

"okkk." Macau afundou nas almofadas. Então um pensamento veio à mente. "Eu ia comprar algo para mim hoje. Você viria comigo?"

"Você está ganhando um presente de você mesmo? Isso não é justo."

"Não é algo que alguém pode simplesmente pegar."

"O que é isso?"

"Você realmente quer ver?"

Chay assentiu ansiosamente. O que poderia ser tão especial que ele teve que ir pessoalmente buscar?

*~*~*~*~*~*

"Aqui." Macau segurou a mão de Chay quando pararam de andar. Eles pararam em frente a uma loja de tatuagens.

"Você está fazendo outra tatuagem?"

"Mmm. Eu marquei uma hora atrás."

"Posso...fazer uma também?" Macau sorriu perante os olhos curiosos que lhe suplicavam.

"Se você quiser."

Macau foi o primeiro e sentou-se sem camisa de frente para Chay, mexendo em suas mãos. A agulha e o artista fizeram sua mágica, pressionando a pele na parte de trás de seu ombro.

"Não dói?" Chay tentou espiar para ver o que era, porque Macau estava mantendo isso em segredo. Macau estava tão contente e indiferente à dor.

"Não."

Antes que eles percebessem, todo o tempo havia passado. O artista recostou-se, limpando a tinta e o sangue da área. "Tudo feito."

Macau se levantou, mantendo Chay perto quando ele se virou para olhar no espelho. Foi a primeira vez que Chay deu uma olhada no que Macau tatuou. Um arco e flecha, igual ao da capa do livro que ele estava lendo antes.