Boomerang (1)

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*O dia do exame de entrevista de Chay*

Macau acompanhou nessa tarde o amigo Som à faculdade de música da A-University. Macau não pretendia comparecer porque iria para a faculdade de artes para fotografia. Ele estava lá simplesmente para apoiar seu amigo.

"Eu vou esperar por você aqui fora." Macau parou na calçada e bebeu o último gole de sua bebida. "Boa sorte."

Som assentiu e rapidamente correu para duas garotas que seriam suas veteranas.

Macau pegou seu telefone e o desbloqueou para não encontrar novas notificações. Como de costume. Ultimamente, ele se sentia mais sozinho, mesmo quando estava cercado de pessoas. Vegas e Gun estavam sempre tramando algo e sempre deixavam o garoto fora do circuito.

Macau não era burro, cresceu no mundo da máfia. Ele sabia que algo estava acontecendo, mas não ousou perguntar. Vegas sempre tentou proteger seu irmão, dizendo-lhe para não se preocupar. Gun apenas disse a Macau que "um dia" ele iria ocupar o seu lugar ao lado deles, mas esse dia não era em breve. Mesmo tendo completado 18 anos recentemente, Gun ainda não acreditava nele o suficiente.

O menino cresceu com quase nenhuma lembrança de sua mãe e uma nova madrasta a cada dois anos. Suas babás o criaram quando criança e, eventualmente, os guarda-costas assumiram o controle. Macau aprendeu onde estavam as principais artérias, como atirar uma faca e como disparar uma arma aos 8 anos de idade.

Embora fosse extremamente mimado por todos que conhecia (com exceção da família principal), ele tinha um buraco crescente dentro de si que não conseguia explicar. Ele frequentemente tentava preenchê-lo com o amor por seus hobbies; fotografia, boxe e videogames. Mesmo essas coisas estavam começando a parecer mundanas, no entanto. Ele estava esperando por algo que lhe trouxesse a verdadeira felicidade. Uma aventura, se você quiser colocar assim.

Enquanto estava parado na sombra das árvores, ele pensou na faculdade. Talvez isso lhe desse uma experiência melhor. Talvez fosse melhor do que ficar nos negócios da família. Eles não o queriam nisso de qualquer maneira. De que serviria ele se não confiassem nele?

Ele caminhou até a lata de lixo para jogar seu copo fora quando viu algo dentro. Algo que não pertencia ali. Uma aplicação. Estava armazenado ordenadamente em uma capa de plástico.

Quem se esforçaria tanto para protegê-lo, apenas para jogá-lo fora? Ele pegou por curiosidade, mas o que o impressionou foi o nome, Porchay Kittisawasd. Ele conhecia esse nome.

*O próximo dia escolar*

Sim, Porchay era de fato um colega na mesma escola. A memória de Macau tinha razão. O menino estava na classe ao lado dele. Macau o tinha visto muitas vezes, mas nunca haviam se falado antes.

Macau segurou o formulário na mão e foi até a aula de Chay. Ele bocejou, pois era um período livre e ele costumava cochilar durante esse período. Sempre que podia, ele tirava uma soneca.

Para sua surpresa, Chay estava lá dentro, embora todos os outros tivessem ido embora. O menino deve ter adormecido no meio do dever de casa, pois seus papéis estavam bem debaixo de seus braços.

Ao se aproximar, Macau pôde ver um fio de baba saindo da boca de Chay e ele riu consigo mesmo. Ele pensou em acordar Chay, mas optou por não fazê-lo. De que adiantaria se o menino estivesse tão cansado? Ele colocou o formulário na mochila aberta de Chay que estava no chão ao lado da mesa.

Macau pensou que talvez tê-lo aparecendo magicamente desse esperança a Chay. O requerimento não foi entregue, portanto o rapaz não compareceu à entrevista. Macau achou uma pena. Era uma ótima escola, então ele se perguntou por que Chay iria jogá-la fora? Ele queria saber por que, mas isso é o que ele poderia fazer por enquanto. Talvez ele visse Chay frequentando a universidade mais tarde e pensasse que valeu a pena fazer uma boa ação.

Lugar Seguro (MacauChay)Onde histórias criam vida. Descubra agora