Lugar Seguro (MacauChay)

Como eu amo de novo?(11)

*2 semanas até as provas intermediárias*

Macau voltou para seu dormitório à noite. Ele ficou até tarde trabalhando em um projeto e tudo o que queria era desmaiar na cama. Mas, ao abrir a porta, a visão de repente o fez esquecer a vontade de dormir. Chay estava sentado na cama, anotando coisas em seu bloco de notas enquanto olhava para seu livro.

O menino frequentava o dormitório de Macau na época. Chay estava cheio de pesadelos com seu sequestro e seu medo de abandono, e ele só queria alguém para lhe fazer companhia. Ele não sentia que poderia contar a ninguém sobre seus problemas, mas confiava em Macau para simplesmente estar lá para ajudá-lo, mesmo que não falasse sobre nada.

"Usando meu cartão-chave para sua vantagem, eu vejo." Macau riu e fechou a porta atrás de si. Ele largou a bolsa e pulou na cama enquanto Chay lutava para guardar suas coisas. "Espera, eu quero ver!"

"Você não pode! É para o meu projeto de meio de semestre." Chay colocou suas coisas na escrivaninha ao lado da cama enquanto Macau fazia beicinho.

"Vamos lá. Só uma espiada!" Macau estendeu a mão para pegar o bloco de notas, mas Chay deu um tapa em suas mãos.

"Ainda não! Vou deixar você ver se tirar uma boa nota." Chay estava escrevendo uma música. Não apenas qualquer música, mas uma para expressar seus sentimentos. Estava cheio de emoções depressivas que ele ainda tinha de um coração partido, os resquícios de sua tristeza trazidos por Kim e Porsche. A última coisa que queria era que Macau o lesse e sentisse pena dele.

"Você vai conseguir com certeza, eu sei que você pode." Macau beliscou a bochecha de Chay, fazendo com que o menino batesse um travesseiro no rosto de Macau.

"Ainda não." Chay levou um travesseiro até o nariz, tentando esconder o rosto agora vermelho.

Macau deitou-se na cama e Chay apagou o abajur de lado, sentando-se ao lado de Macau. Este era o novo normal deles, Chay indo e passando a noite. Ele não queria ficar sozinho e Macau estava mais do que feliz em tê-lo ali.

"O que é isso?" Os olhos de Macau tentavam ver o que havia no teto acima deles.

"O que é o quê?"

"Aquilo?" Macau apontou para o teto, onde podia ver vagamente pontos verdes entrando em foco. "São... estrelas?" Pequenas estrelas verdes crivadas em seu teto, e como elas chegaram lá o deixou perplexo.

"Você gosta delas?"

Macau ergueu-se sobre os cotovelos. Ele nunca esperou que Chay fizesse algo assim. "Você fez isso?" Pode ter parecido um pequeno gesto, mas para Macau significou o mundo. Para alguém ouvir o que ele tinha a dizer e realmente ouvir, para se lembrar de uma pequena parte de si mesmo que ele compartilhou.

"Mmm. Sozinho. Agora você pode dormir sob as estrelas todas as noites." Chay deu um grande sorriso para seu amigo, que estava completamente pasmo. Macau voltou a ser criança em questão de segundos.

Macau recostou-se, sorrindo para o novo céu noturno. "Você é realmente incrível, sabia disso?" Ele ergueu os braços e descansou um atrás da cabeça.

"Diga-me algo que eu não sei."

Macau lançou um olhar para Chay. "Oho! De onde veio essa confiança?"

"Eu não sei", Chay deu de ombros. "Por quê? Não combina comigo?" Talvez tanto tempo com Macau finalmente tenha passado para ele. Chay admirava a assertividade de Macau e havia encontrado algum autocontrole.

"Mmm. Fica bem em você."

Chay notou o rosto de Macau e ficou com calor. A forma como o sorriso de Macau era tão suave e os seus olhos ternos eram só para ele. E se a voz de Macau fosse uma flecha, ela havia perfurado o coração de Chay tão rapidamente. A compostura de Chay estava desmoronando sob o olhar de Macau.