Avatar 2 - O caminho do seu coração | Aonung X Neteyam

Capítulo 5

Neteyam e Lo'ak foram levados por Jake até a pequena casa da família Sully, enquanto Tonowari arrastava Aonung até a residência de sua família.

— Você perdeu a cabeça?! – Tonowari esbravejava – Iniciar um conflito corporal com os filhos de Jake Sully?

— Pai, foram eles quem- – Tonowari o interrompeu.

— Ah por favor! Eu conheço o filho que eu tenho. Você fez alguma coisa para aqueles meninos. Ninguém ataca outro na'vi do nada. – ele olhou para o rosto machucado do filho – Ainda por cima levou uma surra, que vergonha.

Tonowari deixou o local, logo Ronal apareceu.

— Meu filho, o que fizeram com você? – a Tsahìk disse, pegando algumas coisas para cuidar dos machucados de seu filho.

— Mamãe... – Aonung choramingou para sua mãe, enquanto a mesma passava algumas pomadas naturais em seu rosto.

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Mais tarde, Lo'ak e Neteyam teriam que pedir perdão para os meninos Metkayina, ordens de seu pai.
Apenas o garoto mais novo foi. O Sully mais velho se recusava a pedir perdão pelo ocorrido, afinal, eles mereceram.

Neteyam caminhava por aí, até que se encontrou com Kiri.

— Você não vai pedir desculpas a eles como o pai pediu? – a garota questionou.

— E no meu lugar, você pediria? – Kiri não respondeu a pergunta – Já não basta as humilhações que Aonung me faz passar, eu vou ter que me sujeitar a isso?

— Humilhação? O que ele faz com você? – Kiri.

— Ah, ele insiste em tentar me colocar para baixo, gosta de dizer o quanto eu sou ruim em qualquer coisa que eu faça. Ele ainda usou de uma brincadeira idiota para zombar da minha cauda, acredita?

— Eles realmente não nos querem aqui...

— E você? Está bem? Eu vejo que você e o Rotxo andam bem amigos. – Neteyam sorriu.

— Ele é legal, mas... eu ainda quero voltar para casa.

— Eu te entendo. Também tenho saudades de casa.

Os dois irmãos continuaram conversando por um tempo, até que foram interrompidos por Jake, que agarrou fortemente os ombros de Neteyam.

— Onde está o seu irmão? – o pai deles perguntou, ele parecia nervoso.

— E-eu não sei, o que aconteceu? – Neteyam.

— Lo'ak desapareceu, a última vez que o viram ele estava indo para o mar, sozinho.

Naquele momento, o corpo de Neteyam ficou gelado, ele paralisou, ficou estático. Um sentimento de culpa começou a dominá-lo.
"Como ele desapareceu?" Era a única coisa que se passava em sua mente.

— Eu sinto muito senhor.

— É claro que você sente, sinta mesmo. Onde você estava? Você é o irmão mais velho, deveria cuidar dos seus irmãos!

Jake saiu para procurar Lo'ak, e Neteyam se virou e começou a andar.

— Onde você vai? – Kiri.

— Vá para casa e fique com Tuk, Kiri. Eu preciso resolver algumas coisas.

O Sully estava procurando por Aonung.
Lo'ak havia ido se desculpar com ele e seus amigos, esses garotos com certeza tinham alguma coisa haver com isso.

Neteyam procurou pelo herdeiro Metkayina por toda a aldeia, até que ele finalmente o encontrou.
Aonung estava sentado perto das pedras, na praia, ele estava com os seus amigos idiotas.

— Ei! Cadê o meu irmão? – o garoto Sully perguntou para todos eles, de forma autoritária.

O herdeiro Metkayina se levantou, ficando frente a frente com o Omaticaya.

— Sabe, pequeno Sully, acho que vamos deixar você procurá-lo sozinho. – Aonung falou, em tom sarcástico, enquanto seus amigos riram.

— Deixem a gente a sós. – Neteyam disse aos amigos do herdeiro Metkayina.

Aonung assentiu para os outros garotos, que se retiraram dali.

— Olha, Sully, se você acha que eu sei de algo- – o Metkayina parou de falar quando o Omaticaya agarrou fortemente o seu colar, o puxando para mais perto.

— Eu vou te perguntar mais uma vez. Onde Lo'ak está? – Neteyam falou em um tom ameaçador, enquanto o encarava profundamente.

Aonung se perdeu naqueles olhos amarelados. Eram tão bonitos. E as sardas brancas, que formavam um belo desenho em seu rosto.
Seu olhar desceu para a boca do garoto Omaticaya, ele ficou imaginando como seria o beijo.

A ficha caiu.

Ele estava realmente se sentindo atraído por Neteyam.

Não sabia como isso tinha acontecido, mas sabia que sentia uma forte atração pelo garoto Omaticaya.

— Responda! – Neteyam o chacoalhou.

— Tá bom, Sully! Nós o levamos para além do recife e o deixamos lá! – Aonung confessou.

O Omaticaya não acreditou no que ouviu.
Eles fizeram isso mesmo? Por que? Só por causa daquela briga?

Neteyam empurrou Aonung, o fazendo cair na areia.

— Qual é a porra seu problema?! Por que você fez isso? O que você tem contra mim e os meus irmãos? O que você quer de mim?! – Neteyam gritava.

Aonung pensou no que o Sully estava dizendo. Por que ele fez tudo aquilo?
As brincadeiras de mal gosto, as perseguições aos irmãos Sully, as puxadas de cauda, e agora o incidente com Lo'ak.

Ele não sabia, realmente não sabia.

Apenas para ter a atenção de Neteyam?

Era difícil entender.

Ele não queria que o Sully mais velho o odiasse.

Aonung se sentiu culpado por tudo, pela primeira vez. Ele precisava se redimir de alguma forma, precisava fazer algo para que não fosse odiado pelo Omaticaya pelo resto de sua vida.

O Sully estava indo embora.

O herdeiro Metkayina não pensou duas vezes, se levantou rapidamente indo até o outro garoto.

Ele agarrou o pulso de Neteyam, virando-o para si, colocou uma de suas mãos na nuca do mesmo, o puxando para um beijo.

No momento em que suas bocas se tocaram, um choque percorreu os corpos de ambos.

Neteyam precisou de alguns segundos para entender o que estava se passando. Era isso que Aonung queria o tempo todo? Ele queria chamar sua atenção? Ele o desejava? Eram muitas perguntas.

O garoto Sully fechou os olhos e movimentou sua boca na de Aonung, sentindo ainda mais os lábios do mesmo. Eram tão macios.

O herdeiro Metkayina agarrou a cintura do outro com força, aprofundando ainda mais o beijo.
Ele conseguia ser doce, mas ao mesmo tempo era selvagem.

Eles se separaram do beijo, Neteyam deu um sorriso sarcástico.

— Era isso que você queria, afinal? – o Sully perguntou.

Antes que Aonung pudesse responder, Neteyam o puxou para mais um beijo, Suas línguas se acariciavam, enquanto eles sugavam os lábios um do outro, desesperadamente, buscando mais contato.

— Aonung! – os dois se separaram assim que ouviram o nome do herdeiro ser chamado.

Ambos se viraram na direção da voz.

Era Tsireya, os dois jovens tentaram se explicar, mas era tarde, ela havia presenciado o ato.

— Caramba... – a garota estava boquiaberta.

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