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Ai, ai

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Ai, ai. Lá vamos nós de novo. Empurrei meu carrinho de compras em frente, em vez de dar a volta para seguir pelo corredor como planejara. Mas, após dar um passo ou dois, não pude evitar.

Recuei o suficiente para esconder meu corpo atrás das prateleiras e inclinei a cabeça para frente para assistir à ação. Uma mulher com cabelos cheios de frizz em um tom nada natural de vermelho colocou um desodorante de volta na prateleira e pegou outro.

Ela tirou a tampa e cheirou antes de erguer um lado da blusa e passar o desodorante na axila, fazendo o mesmo com o outro lado em seguida. Colocando a tampa de volta, ela examinou a prateleira por um momento antes de escolher outra marca. Mais uma vez, tirou a tampa, cheirou e passou em cada uma das axilas.

Fiquei observando, fascinada com a seriedade em seu rosto enquanto experimentava seis desodorantes diferentes, antes de um funcionário da loja finalmente perceber o que ela estava fazendo. Quando os dois saíram pelo corredor gritando, decidi que era minha deixa para continuar me movendo e terminar minhas compras.

Comprar comida às duas da manhã em um supermercado vinte e quatro horas significava o aumento da tendência a se deparar com compradores peculiares.

Eu me encaixava perfeitamente.

— Como você está hoje, Ryen? — Doris, a operadora de caixa, perguntou enquanto eu colocava minhas compras na esteira. Ela trabalhava nesse supermercado desde que comecei a frequentá-lo, há cinco anos.

Era uma senhora muito gentil. Eu sabia que ela era avó de nove netos e o décimo estava a caminho.

Doris também era uma das poucas pessoas para quem eu havia contado a verdade sobre o motivo pelo qual eu fazia compras a sessenta e cinco quilômetros de distância de casa no meio da noite.

— Estou bem. — Ela passou um pacote de alcaçuz preto, seguido de duas latas de Pringles e duas caixas de brownies.

Não são itens que costumo comprar no mercado, então expliquei:

— Estou comprando isso para uma viagem de carro, não estou grávida.

Doris ergueu as sobrancelhas.

— Uma viagem de carro? Deve ser algo especial, já que você pretende entrar em um pequeno carro para percorrer uma longa distância.

— Tenho que limpar o apartamento do meu pai em Manhattan.

— Ele faleceu ano passado, não foi?

Assenti.

— Passei todo esse tempo evitando. Prefiro ser torturada por afogamento a colocar os pés em uma ilha minúscula com uma população de oito milhões e meio de habitantes. Sem contar as horas presa em um carro no trânsito engarrafado para chegar lá. Pura tortura.

Doris franziu a testa.

— Você não pode contratar alguém para fazer isso?

Eu tinha contratado alguém. Mas então, uma combinação da minha própria culpa e o Dr. Maxwell, meu terapeuta, me fizeram decidir que eu mesma deveria fazer isso.

𝐋𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑𝐒 𝐅𝐎𝐑 𝐘𝐎𝐔, 𝙟𝙖𝙙𝙚𝙣 𝙝𝙤𝙨𝙨𝙡𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora