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— Vire à esquerda aqui

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— Vire à esquerda aqui.

Estacionei perto de uma placa “Pare”, que também marcava o fim da estrada pela qual viajamos durante a última meia hora. Nós basicamente tínhamos duas escolhas. Virar para a esquerda ou dar a volta.

— Hummm… Doc. Não há mais estrada pavimentada. Se eu virar à esquerda, só terá caminho de terra.

— Bem, então acho que vamos dirigir por um caminho de terra por um tempinho.

Suspirei.

— Posso ver o mapa, por favor?

Doc passou os últimos três dias revirando meia dúzia de mapas dobráveis. Ele também tinha um atlas gigantesco.Peguei o mapa da mão de Doc e tracei a rota que ele havia destacado em amarelo.

— Não sei por que não podemos usar o Waze. Ele diz quando devemos ir para a esquerda ou direita e também como evitar engarrafamentos.

— Esses aplicadores são dispositivos de rastreamento.

— Você quer dizer aplicativos.

— Que seja. O governo já sabe coisas demais sobre nós.

Inclinei-me para frente no assento e olhei para a estrada de terra na qual Doc queria que eu seguisse. Parecia muito suspeita. Nosso veículo não tinha tração nas quatro rodas, e o caminho era bem estreito.

— Não acho que deveríamos ir por esse caminho. Tenho medo de atolarmos.

— Ok. Então, vamos andando.

— Andando? — Franzi o cenho. — Para onde você está nos levando?

— É só um pequeno desvio. Não deve ficar a mais de oitocentos metros da estrada.

Sacudi a cabeça.

— Pensei que tínhamos parado com os desvios ontem, depois que você me fez dirigir trezentos e vinte quilômetros fora do itinerário para ver uma mariquita-papo-de-fogo.

— Um desvio significa sair do caminho. Essa pequena visita fica bem no nosso caminho.

Olhei novamente para a estrada de terra.

— Acho que o nosso caminho é na interestadual.

Doc desafivelou o cinto de segurança e começou a sair do veículo. Acho que vamos fazer mais um desvio.

— O tecelão baya constrói os ninhos mais lindos. Ele os constrói para a fêmea e, se ela aprovar, passará a ser sua companheira. Eles nunca foram vistos nesse país antes do mês passado.

Desliguei o motor home e tirei o cinto. Pensei que, já que o homem havia tirado duas semanas de sua vida para fazer essa viagem maluca comigo, o mínimo que eu poderia fazer era ceder a sua animação em relação a pássaros. Não tinha alguém nos esperando na Califórnia.

𝐋𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑𝐒 𝐅𝐎𝐑 𝐘𝐎𝐔, 𝙟𝙖𝙙𝙚𝙣 𝙝𝙤𝙨𝙨𝙡𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora