Apocalíptico

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Clara não se contentou em tirar suspiros de Lia que, pega de surpresa, cedeu aos prazeres sentidos. Envolveram-se tanto às escondidas que esqueceram-se do mundo e o dia simplesmente amanheceu. Sim, ali naquele canto. Extremamente preocupada com o ocorrido, Lia veste-se com o que tem e entra no restaurante para pegar outras roupas que ali guardara para emergências. Não como essas, claro. Sequer despede-se de Clara e parte para casa com a cabeça muito cheia de pensamentos.
Chegando em casa vê Sabrina dormindo como um anjo e se questiona sobre o que fazer. Se contar a verdade pode perder sua amada esposa, mas mentir nunca fora uma opção entre elas. Resolve esfriar a cabeça, toma seu café e pega a bicicleta, partindo em direção à Orla. Ao mesmo tempo, pensa na hipótese de encontrar Clara por ali, mas seu pensamento cai por terra quando não a vê.
Antes de voltar para casa, resolve curtir um pouco a praia e tomar uma água de coco para refrescar as ideias. Todo seu pensamento, naquele momento, era no modo de dizer o que acontecera na noite anterior a sua esposa. Ela realmente não sabia o que fazer. Era duro. Uma atitude complicada.
Duas horas depois, Lia chegou em casa e viu Sabrina acordada. Pensou que podia tomar a decisão de contar um pouco mais para frente, então tentou curtir o dia ao lado da esposa que logo perguntou: -"Onde você esteve até de manhã?"
O olhar de Lia nurchou e ela sabia que precisava ser sincera, mas será que conseguia?
Lia olhou firmemente para Sabrina e contou toda a verdade. Depois de vinte minutos, a esposa ainda estava muda. As palavras esvairam-se de tal forma que o diálogo se findou.

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