Capítulo 4

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Alerta: conteúdo adulto, palavras de baixo calão, possíveis gatilhos, violência, referência a tortura, sexo explícito... Conteúdo sensível não adequado a menores. Leiam com responsabilidade.

Vegas mexeu-se desconfortavelmente no banco do carro.

Ninguém dizia nada e ele com certeza não seria o primeiro.

O pai olhou pela janela o tempo todo até casa e Macau tremia tanto de mão dada com ele que fazia Vegas ficar louco, de raiva por não poder ajudar o irmão a acalmar-se.

Macau antigamente não fazia ideia que o pai era violento.

Pensava que o pai era frio e que, talvez, não gostasse muito deles, mas não sabia que o pai deles era o responsável por quase matar o irmão de porrada diversas vezes.

Vegas fez de tudo para encobrir, Macau ia ser diferente.

Macau ia ter a vida que ele não teve, ia ter amigos, ia rir, ia viver uma vida escolhida por ele e sem preocupações com guerras de famílias e poder.

Vegas ia carregar tudo em cima dele se isso significava que Macau ia ser feliz.

Se isso significava que Macau não se ia sentir desiludido por não ter uma família normal.

Merda, era tudo o que Vegas queria na vida.

Aliás, ele daria a vida por isso: pela felicidade e uma vida normal do irmão.

Mas foi tudo estragado quando Macau chegou muito cedo a casa por não ter tido escola à duas semanas atrás e encontrou o pai com o joelho em cima das costas do irmão.

Vegas estava deitado de barriga para baixo e tinha a cara espalmada contra o chão. Gritou tanto e tão alto, Macau não estava em casa por isso Vegas podia gritar de dor se quisesse, normalmente não gritava para Macau não ouvir.

O joelho nas costas de Vegas e o sangue que lhe saía da boca com a saliva faziam quase com que fosse impossível respirar.

Quando Macau chegou e viu o pai ali.

Viu o irmão naquele estado e todos os guarda costas em sentido ao lado do pai e ninguém a fazer nada para ajudar, Macau percebeu tudo.

A verdade deu-lhe um estalo tão grande que ele podia ter sido lançado contra a porta.

"Pai" Macau suplicou.

Deixou a mochila cair-lhe do ombro desamparada, e passava o olhar vago por tudo e por nada ao mesmo tempo.

Vegas gritou-lhe.

-Macau sai daqui. Por favor sai.- Vegas levantou ligeiramente a cara para olhar para ele e suplicou-lhe desesperado- Está tudo bem, não vejas isto. Vira-te de costas.

Quando o pai viu o olhar desamparado do filho mais novo lançou uma gargalhada para o ar e fez mais pressão com o joelho nas costas do filho mais velho.

Vegas urrou de dor.

-Ma--cau. Por favor, por favor. Sa--i daqui.- Vegas arranhou a carpete com força.

Não queria que Macau estivesse ali, não era suposto ele estar.

-Filho, chegaste mesmo a tempo. O teu irmão às vezes parece que não compreende bem o que lhe digo e pensa que a cabeça dele lhe pertence para pensar por ele.- O pai diz enquanto olha Macau nos olhos e agarra o cabelo de Vegas e puxa-lhe com força a cabeça para trás- Mas filhos... As vossas cabeças pertencem-me, dei-vos tudo o que tenho, dei-vos a vida- olhou para baixo e aproximou a boca do ouvido do filho quando disse- também posso ser eu a tirá-la.

Loosing Game *VEGASPETE*Onde histórias criam vida. Descubra agora