Algo de errado não está certo...

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"_ Acho que já sei por onde posso começar -olho para Nezu- Posso investigar o caso?

_ Faça como tiver vontade S/n -me responde e eu sorrio de canto.

_ Não irá se decepcionar -fecho o computador e o guardo na mochila."

_ Acho que meus próximos dias aguentam algumas latinhas de café a mais -subo na moto e coloco o capacete.

Saio disparada em direção à delegacia. Eu já tinha meu suspeito e meu local de procura, e usaria deles para conseguir todas as informações necessárias. Agora, no horário de almoço, as ruas estavam bem mais movimentadas, quase me fazendo ficar estressada. Desvio de alguns carros e outros veículos, com todo cuidado para não causar um acidente naquelas ruas lotadas. E isso acabou sendo mais difícil do que eu imaginava, mas não impossível.

Estaciono alguns prédios antes, retiro o capacete e desço calmamente. Pelo que me lembro, nunca tive uma relação muito boa com a polícia, isso porque sempre fui de ser uma pessoa que fala sem se importar com as consequências e também por eu me "intrometer" em seus casos.

Entro sem pensar duas vezes e vou andando como se eu mandasse na área. Passo pela recepcionista, que tentava chamar minha atenção para que eu não subisse e vou subindo as escadas até o terceiro andar. A polícia tinha um sério problema de se meter nas minhas investigações, e isso me deixava extremamente irritada, até porque quase sempre sou eu quem saio como errada nisso tudo.

Chego na porta do delegado, e dou três toques, ele logo permite minha entrada. Passo pela mesma e me deparo com um homem alto, de barba feita e cara fechada. Naomasa estava bonito como sempre. Sorrio para o mesmo e ele apenas suspira ao me ver, me sento na cadeira e sua frente e estico o notebook para o mesmo.

_ O que é isso? -ele pergunta e abre o aparelho.

_ Assista o vídeo e observe o bolso em que o Overhaull coloca a mão -digo simplista e ele dá um play no vídeo. O moreno assistia de maneira concentrada, o deixando com uma aparência mais bonita do que o normal- "Tenho que parar de ter fraco em homens mais velhos que eu" -suspiro e sacudo a cabeça.

_ Você está suspeitando da polícia? É isso mesmo? -ele me olha levemente irritado, com suas sobrancelhas franzidas.

_ Não, mas suspeito que haja um infiltrado aqui, que anda passando informações para o Overhaull e vice-versa -me levanto e o encaro nos olhos- Conhece o homem da gravação?

Ele hesita por alguns segundos, mas eu mantenho o contato, tentando o intimidar. Ele relaxa na cadeira, aceitando me ajudar, e abre uma das gavetas, tirando de lá uma pasta cinza. O moreno a estica para que eu a pegasse, e assim faço. Abro devagar e folheio alguns documentos, dou uma rápida lida por eles e então percebo algo muito estranho.

_ Como assim ele está morto? -olho para o moreno que dá de ombros.

_ Depois que ele começou a entrar em um caso de investigação de certas drogas, seu corpo foi encontrado morto, pouco tempo depois -ele suspira e me encara- Em mais ou menos dois meses que entrou no caso se não me engano.

_ Merda, esse bastardo do Overhaull já está passando dos limites -resmungo e continuo olhando os documentos- Espera, o policial foi morto há quatro meses, e a minha gravação é de dois... algo está errado.

_ Posso fazer uma observação? -eu o encaro e assinto- Não fomos investigar nenhum caso de assassinato em uma casa em construção -franzo o cenho confusa.

_ Então esses policiais devem ser falsos, como uma distração... -sussurro para mim mesma e guardo os documentos de volta na pasta.

_ Se quiser nossa ajuda, poderíamos tentar resolver isso juntos. Não é fácil estar contra a super-heroína número quatro -Naomasa diz e eu o encaro com desdém.

_ Se eu precisar de ajuda, venho até vocês novamente -me levanto- Posso levar estes documentos para dar uma olhada?

_ Se me devolver depois, fique à vontade -responde calmo e volta sua atenção para o computador- A propósito, já achou o paradeiro do chefe da polícia?

_ Infelizmente ainda não, mas tenho uma equipe investigando o máximo que podem sem levantar suspeitas -ele assente. Pego meu computador e o coloco na mochila em segundos, guardo a pasta junto e saio de lá, deixando apenas um aceno.

_ "Algum vilão que tenha o poder de copiar a aparência de alguém? Será que a liga dos vilões está envolvida nisso também?" -penso enquanto caminhava até os degraus. Desço novamente as escadas e olho o horário no meu celular, eram ainda uma e meia da tarde e eu sentia que já havia passado pelo menos das quatro.

Dias cansativos demoram para passar de uma maneira assustadoramente lenta. Saio do prédio e vou até minha moto, coloco o capacete e suspiro desanimada. Quando achei que finalmente iria avançar na investigação, eu descubro que algo saiu do controle e tenho que ir atrás para descobrir o que é.

Ligo a moto e decido fazer minha patrulha agora mais cedo, para depois focar apenas no resto. E, patrulhar me ajuda a pensar com mais calma. Ando devagar, evitando acelerar demais por não estar com pressa e querer pensar um pouco, e sempre atenta há tudo que acontecia ao redor. Pessoas conversando, alunos a caminho da escola, trabalhadores, clientes, outros super-heróis... tudo normal.

Continuo a rondar por aí até ouvir alguns gritos de uma rua ao lado, viro minha moto e acelero até o lugar o mais rápido que eu podia. Vejo algumas pessoas gritando e apontando para o lado desesperadas, e em alguns segundos percebo o que estavam dizendo.

_ LADRÃO, PEGA LADRÃO!! -uma senhora berrava e eu acelero atrás do indivíduo.

Desvio dos outros veículos e pessoas, sempre mantendo a velocidade um tanto alta, até avistar um rapaz correndo com uma bolsa azul clara na mão. Aumento mais um pouco a velocidade para ultrapassá-lo, conseguindo sem muito esforço, e na primeira brecha que eu vejo, subo na calçada, parando bem à sua frente. O rapaz me olha desesperado e volta a correr, desta vez para o outro lado.

_ Se pensa que vai escapar de mim, precisa de muito mais que isso -ativo minha individualidade, ficando totalmente de prata.

Vejo o mesmo tentar correr e acelero em sua direção, de repente vejo ele ameaçar atravessar a rua e, em um golpe rápido, lanço uma corrente em sua direção, que enrosca em seu corpo e o derruba.

Bom, vou explicar um pouco para vocês: Minha individualidade é "Pratear", ou seja, consigo me deixar fisicamente de prata e também produzir coisas deste mesmo material e absorver oque produzo. Tenho alguns pros e contras, como ter que evitar água, pois no caso de enferrujar teria de utilizar alguns elementos químicos para voltar ao normal, no lugar de hematomas meu corpo metálico ganhar amassos e o principal, e mais perigoso se não for bem controlado, posso produzir o quanto eu quiser de prata, porém não posso absorver todo o metal que produzo se for em grandes quantidades. O porquê disso é simples, eu acabo virando uma bomba de espinhos e posso explodir para todos os lados.

Enfim, voltando à perseguição. Chego até o homem, caído, que tentava se soltar das minhas correntes, e dou um sorriso sarcástico. Me agacho ao seu lado e pego a bolsa azul clara de suas mãos. Abro a mesma e encontro uma identidade feminina.

_ Bom, suponho que você seja a Senhora Kamachi, não é? -ironizo e ele bufa em resposta- Você está preso rapaz, por roubo e tentativa de fuga.

O pego no ombro e volto para meu veículo, saindo da calçada e voltando até o local onde antes eu havia visto a senhorinha. Ela chorava e reclamava para dois policiais sobre o ocorrido. Estaciono perto deles e jogo a bolsa para a velhinha.

_ Era essa sua bolsa? -ela olha surpresa para o objeto em suas mãos e assente- Ótimo. Policiais, este aqui é o culpado, façam o que tiver que ser feito.

Entrego o cara para os policiais que o algemam e agradecem a ajuda, sorrio e absorvo a corrente que havia usado para prendê-lo. Saio de lá animada por ter ajudado a resolver o problema, voltando mais empolgada para continuar a patrulha. O resto do trabalho foi tranquilo, nada que precisasse fazer, o que de certa forma me deixou feliz por todos estarem bem e seguros.

Volto para a agência, sentindo o efeito da cafeína passar, significando que eu precisava de mais, ou descansar, porém não tinha muito tempo para isso. Entro na minha sala e pego de novo meu computador e passo todo o resto da tarde trabalhando naquele caso. Infelizmente, tendo que deixar todos os outros de lado...

Minha ex pior aluna-Imagine AizawaOnde histórias criam vida. Descubra agora