velhas convicções sendo questionadas

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Draco estava em seu quarto lendo alguma coisa que ele encontrou em sua estante. Era um livro antigo e surrado que falava sobre a magia antiga e alguns bruxos que vinheram antes dele. Era interessante e Draco poderia admitir em silêncio e mais para si mesmo que era legal estudar sobre política. Não tanto da forma que sua mãe quer que ele aprenda, mas era instigante conhecer mais sobre o que aconteceu antes dele existir. 

Só que sua mãe, apesar de lhe dar aulas e ter lhe disponibilizado alguns livros para ele ler, não sabia que Draco também tinha ido atrás de sua própria leitura e ele pegou alguns materiais sobre a primeira guerra bruxa. Ele ainda não tinha começado a ler, tinha medo de ser pego já que seu pai estava de olho nele muito mais do que antes. 

Seu pai não sabia sobre as aulas que Draco recebia, bom... pelo menos ele não sabia exatamente qual eram os conteúdos abordados. Ele pensava que sua mãe apenas o estava instruindo sobre política, mas Draco já havia percebido que o intuito de sua mãe era não fazer Draco os levar diretamente para a forca que os aguardava. 

Tola... 

Havia duas forcas e não era necessário sua mãe o dizer isso. Ele teve a confirmação no dia da sessão da suprema corte. Ele bateu o pé e disse que não iria para sentar lá e ver Potter fingir ser alguém que vale alguma coisa. Era humilhante saber que um Potter e um Black tinham o futuro de suas vidas na palma da mão. Só que sua mãe foi implacável em relação a isso e disse que Draco iria para se familiarizar com o mundo político. Ele e sua mãe ficaram mais afastados para não levantar olhares de ninguém, apesar que Draco suponha que sua mãe preferiu ficar mais reservada para não encarar Black e nem sua irmã, Andrômeda. 

Draco sentou e assistiu todos se encolherem quando Potter entrou junto com Black e o lobisomem, ele revirou os olhos. Na opinião de Draco tudo aquilo era uma imensa tolice, ele não conseguia ver fundamento, mas ele precisava estar lá. Ele assistiu todos os chefes de Casa se colocarem de pé e só sentarem quando Potter e Black se sentaram, ele o viu ser reconhecido por Dumbledore e assistiu com as sobrancelhas erguidas quando os totens se colocaram aos pés de Potter, o totem Black... 

O que Draco poderia fazer com relação a isso? Ele escutou até com uma certa curiosidade quando Black e Potter colocaram a proposta para a votação. Claro que ele achava um absurdo tal proposta ser até pensada, mas ele não deixou de refletir sobre aquela linha que dividia as pessoas entre nós e eles. E se Draco não tivesse nascido em uma familia rica? E se ele tivesse a infeliz sorte de nascer em uma familia pobre, ou até mesmo em uma familia trouxa? O que seria dele? 

Ele balançou a cabeça tentando afastar esses pensamentos. Era loucura pensar nisso! Ele nasceu em uma boa família que é respeitada política e socialmente, eles têm ouro e Draco não precisa se preocupar com isso... mas... mas e se Black tiver realmente o poder de os deserdar já que nem seu pai nem sua mãe respeitaram as cláusulas de casamento? Então talvez seria pior que já nascer em uma familia pobre. Eles seriam piores que os Weasleys? Por Morgana! 

Mas no fundo Draco estava imensamente confuso. Sua mãe e Severus diziam algo, seu pai o criou para outra coisa. O que ele poderia fazer e em quem ele poderia acreditar? Foi com esse pensamento que Draco resolveu pegar alguns livros e estudar por conta própria, ele queria formar sua própria opinião, mas a droga da fala de Potter no salão nobre não saia da sua mente. 

Draco sempre foi ensinado que essa linha existia e que era para a segurança de todos. Eles não poderiam se misturar já que uma reputação eles tinham a manter. E Draco achava isso o correto. Ele achava que as coisas deveriam serem mantidas assim ou então a linhagem poderia ser contaminada com bruxos de sangue ruim e raças nojentas. Seu pai o ensinou tudo que um bruxo puro sangue deveria saber... Quem ele deveria odiar e desprezar e ele nunca sentiu a necessidade de ter empatia por ninguém, de se colocar no lugar de ninguém e nem de imaginar "e se fosse comigo?

the men of the stars - livro doisOnde histórias criam vida. Descubra agora