𝐓wenty 𝐓hree

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「 🍁 」

Peguei uma mala, porque dessa vez a coisa era séria, e coloquei o máximo de coisas possíveis: roupas, sapatos, acessórios, dinheiro da minha mesada que eu havia guardado, tudo que consegui eu enfiei naquela mala, fazendo-a ficar um pouco pesada. Deixei naquele quarto só o que era menos importante, na verdade, tudo ali era importante para mim. Aquele quarto era uma parte minha, meu lugar favorito, meu refúgio, mas sei que se eu ficasse naquela casa, eu teria um destino horrível: minha tia no Texas. Ela era legal e tal, mas já deveria ter uns cem anos, por aí. Sem contar que ela morava numa fazenda com, mais ou menos, quinze pessoas.  Imagina eu numa fazenda com mais quinze pessoas... uma fazenda... quinze pessoas... Essa vida não era para mim.

Joguei minha mala pesada pela janela e ela caiu no jardim fazendo um barulho nada favorecedor. Fiz todo um esquema para pular sem me machucar, mas no fim de tudo fui de encontro ao gramado, o que me doeu pra caralho. Depois de longos segundos gemendo de dor enquanto estava esparramado no chão, levantei-me rapidamente, e peguei minha mala com certo esforço. Eu não queria pegar meu carro, além de ter esquecido as chaves na sala, eu também não queria nada que tivesse vindo de meu pai, além do dinheiro da minha mesada e minhas roupas.

Saí pelo portão de casa tentando fazer o mínimo de barulho possível e andei um pouco até me afastar da frente da nossa casa. Eu não conseguia conter as lágrimas, elas escorriam automaticamente. Eu não tinha para onde ir, pensei em ir para a casa de Jin, pois sabia que por mais que ele estivesse com raiva de mim, ele não me deixaria na mão em uma situação delicada dessas, mas mesmo assim, haveria sua mãe super moralista que logo me denunciaria ao meu pai e "olá titia idosa no Texas". Confesso que eu nem sabia o nome dessa tia minha, acho que eu só tinha a visto uma vez, e eu era muito novo, acho que com três anos, mais ou menos.

Até que a pior pessoa de todas veio à minha cabeça: Jungkook. Droga, não, não, essa era a pior hipótese de todas, mas eu estava desesperado e não sabia o que fazer. Sentei-me no meio fio da calçada, as lágrimas escorrendo, o frio desagradável me atingindo e a escuridão me assustando. Peguei meu celular e eu nem sabia se eu tinha seu número em minha agenda, fui em minhas mensagens e, com toda a sorte, achei uma mensagem de Jungkook que dizia: meu, somente meu. Revirei os olhos ao ver aquela mensagem que eu havia recebido já fazia um tempinho e pressionei com o dedo onde estava escrito "ligar", começou a chamar e eu desliguei, sem coragem alguma. Fiquei mais um tempo ali, tomei coragem e liguei novamente, no quinto toque ele atendeu.

— Jimin?

— Alô, Jungkook... — falei com a voz trêmula. — Me ajuda.

— Jimin, o que aconteceu? — seu tom de voz havia mudado, agora parecia ter certa preocupação. — Onde você está? Quem sequestrou você?

— Ninguém, Jeon. Vem me buscar por favor, vou te esperar em frente a terceira casa depois da minha. — as lágrimas voltaram a cair.

— Já estou indo. — e desligou.

「 🍁 」

Jungkook's vision

— Vai se foder, tá na cara que os Lakers vão ganhar. — eu dizia para o idiota do Yoongi enquanto estávamos assistindo ao jogo: Bostons x Lakers.

— Também aposto nos Lakers. — Namjoon disse, logo enfiando uma mão cheia de bolinhas de queijo em sua boca.

— Tá louco, vocês são uns cuzões. — Yoon disse e eu peguei minha arma na cintura e apontei para ele, fingindo que ia atirar.

— Repete quem é cuzão, Yoongi. — Namjoon riu.

— O Hoseok, claro. — aposto que sua cueca estava borrada. Medroso.

Possessive • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora