Boyfriends Lie - Max and You

Vamos nos encontrar em todas as nossas vidas.

- Gente... Ah... sério, vamos dar uma... vamos dar uma pausa - Steve diz, ofegante.

- Mas Steve... - tento contestar mas Mike me corta.

- Ele tem razão, a gente já deve estar a horas em busca dessas pegadas, e não chegamos a lugar nenhum.

Eles estavam certos na verdade, estávamos caminhando a mais de duas horas. Achamos sim muitas pegadas, mas cada uma nos levava a caminhos diferentes e todas acabavam em lugar nenhum.

- Vamos ser sinceros, achamos várias pegadas, elas não nos levam a nada. É quase como se as pessoas desaparecessem de uma hora para a outra - Will diz, se sentando em uma grande pedra junto com Eleven, e Mike. Dustin, Steve e Robin sentam-se em cima de folhas caídas. Lucas também se senta sobre as folhas, mas um pouco distante dos outros. Enquanto eu continuo em pé.

- Não podemos desistir agora! Vamos deixar assim?! Vamos deixar a Max seja lá onde ela estiver e voltar como se nada estivesse acontecendo?! - Pergunto indignada, com os olhos já lacrimejando.

- Vem cá Sn - Mike diz calmo e eu me aproximo, ele me puxa para que eu sente ao seu lado e passa seu braço pelos meus ombros, me abraçando.

- Não vamos desistir, só precisamos pensar melhor, não temos pra onde ir, não temos nenhuma pista - Eleven me tenta me acalmar e consegue.

Por um tempo, ficamos ali, apenas apreciando as árvores, que para ser bem sincera não era uma boa vista. Não havia folhas em seus galhos, não, todas elas já estavam no chão, em um tom alaranjado e avermelhado de outono. O dia em si não era um dia bonito, o acinzentado do céu transformava a situação em algo pior, as nuvens cada vez mais escuras me faziam temer algo, e eu nem sequer sabia o que era.

No silêncio, eu começo a pensar, em tudo, na Max, principalmente. Não quero deixá-la, não agora, nós tínhamos uma promessa, e eu não quero a quebrar. 

- Max, o que acha que acontece após a morte?

Eu, na época, era apenas uma criança olhando o mar da Califórnia. Estávamos sozinhas naquele momento, sentadas em pequenos banquinhos na varanda da minha casa. De lá, era possível ver a praia, era um dia frio, não havia ninguém na areia mas ainda assim, ver o mar era reconfortante.

- Não sei, nunca pensei nisso, tenho medo que exista algum monstro pós morte, então prefiro acreditar na teoria de que vamos apenas dormir até que chegue a hora de acordar... - A ruiva levanta e se apoia no vidro da varanda, desviando seu olhar para o horizonte - E você?

- Também não sei bem, sabe? Meu pai diz que teremos muitas vidas depois dessa, e que em cada uma teremos que lidar com nossos erros da vida passada, até que consigamos descansar em paz. Minha mãe não acredita nele, ela também acha que dormiremos eternamente até que Deus volte - Dou uma pausa para que ela entenda e então continuo - Eu prefiro acreditar nele. Tenho medo do que o "eternamente" significa, acho que o "para sempre" é muito grande, e isso me assusta... Mas também não quero pensar que minha vida vai acabar em algum instante.

Ela não disse nada, e nem eu. Ficamos ouvindo o som das ondas enquanto observávamos o imenso céu. Isso me assusta até hoje, eu não sei descrever o medo que eu tenho do "infinito", o céu me dá medo, pois não sei onde ele acaba. O Universo, me assusta, porque não sei de onde ele veio. Minha mãe sempre nos levou para igrejas, eu e a Lily, e Deus, me dava pavor, eu não conseguia imaginar um ser que não teve um início e que não terá um fim, por isso, hoje em dia, não me deixo pensar nisso.