Dmitri Antonov...

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Joyce

Há alguns dias atrás, eu e Murray finalmente chegamos no Alasca, sim, no Alasca.

Depois de muitas pesquisas em jornais e bibliotecas, não encontramos nada que pudesse nos ajudar com a informação que tínhamos. Murray sabia que qualquer americano pego seria enviado a KGB, e que eles, por sua vez, o torturariam em algum buraco escondido.

Não sabíamos por onde começar a procurar, então, vamos iniciar com um nome: Dmitri Antonov.

- Deus! Que frio! - Murray reclama mais uma vez, coberto com diversas roupas, coisa que não o impedia de resmungar a cada segundo da neve que caia.

- Vamos logo! O que o documento falava sobre o Antonov? - questiono.

- Ele trabalha para a KGB, então não temos muitas informações. O máximo que sabemos é onde fica a casa de sua mãe, por mais aleatório que isso seja.

- Então começaremos por aí.

Pouco tempo depois, chegamos em uma pequena casa de madeira, que se parecia com uma cabana. Seu telhado triangular estava coberto de neve, e de uma chaminé de pedra, saia fumaça.
Murray bate na porta, e eu espero pacientemente. O Homem sabia russo, diferentemente de mim, portanto, nesse momento eu não seria nem um pouco útil.

Em alguns segundos uma senhora aparece na porta, com cabelos grisalhos e coberta por roupas quentes.

Murray começa a murmurar algo com a mulher, algo que eu, claramente não entendia. Logo, ela nos dá passagem para entrar, com um sorriso meigo e ingênuo em seu rosto, o qual tento retribuir.

- Ela disse para esperarmos no quarto do Dmitri, ele logo virá visitá-la.

- O que disse para ela?

- Que somos amigos antigos de seu filho e estamos querendo botar papo em dia - Murray ri.

Enquanto caminhávamos até o quarto do homem, eu observava o interior da casa. Os móveis todos com os mais variados tons de vermelho contrastavam com a cor marrom da madeira, deixando um ar aconchegante. Na sala, havia também uma lareira que estava acessa, explicando a fumaça do lado de fora.

A senhora começa a falar novamente, e Murray responde.

- Ela nos ofereceu um chá.

- Gentil... Será que chá russo é bom?

- Se não gostar, me dê!

Entramos em um quarto, quase não decorado, havia uma cama de solteiro com cobertas em vinho e poucos quadros na parede com fotos de família.

Durante o que eu acredito ter sido cerca de uma hora, apenas escuto a conversa do moreno com a idosa, que era em russo. Até que finalmente, ouvimos o barulho de uma chave e uma porta sendo aberta, a senhora diz algo e sai da sala.

- Ele chegou.

Em minuto, um homem passa pela porta, desconfiado. Seus olhos azuis se franziam em confusão enquanto a neve derretia em seu grande casaco.
Tudo foi rápido, mas assim que ele nos vê sua mão vai até um bolso, retirando de lá uma pistola e apontando para nós. Eu e o mais velho levantamos a mão, em sinal de rendição, enquanto a senhora tremia atrás de seu filho.

- Quem são vocês e o que querem?! - Dmitri indaga fortemente, revezando sua mira entre Murray e eu.

- Calma, calma. Só queremos conversar - tento apaziguar a situação - Temos uma boa oferta...

Quando Murray tenta pegar a maleta que ele antes segurava, Antonov aponta sua arma, o fazendo levantar a mão novamente.

- Só quero lhe mostrar o que temos.

Boyfriends Lie - Max and YouOnde histórias criam vida. Descubra agora