Brother

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Narrador/ Guizo.

Inquieto, batia o pé de mono frenético.

Curioso, o jovem olhava cada rua a medida que o automóvel se movia.

Essa era a primeira vez desde que chegará a essa nova era que o menino de madeixas avermelhadas saia da Ordem.

E não poderia ser por outro motivo, Guizo, estava finalmente indo rever seu Xande...

Foram tantas semanas de angústia, tantas noites mal dormidas, tantos pesadelos...

As vezes quando fechava seus olhos, ele podia ver o mais novo coberto de sangue e quase sem vida envolvido nos seus braços.

Essas sem dúvidas eram as piores noites.
Tão dolorosa que ele se rendia a pedir proteção aos abraços de Chico, o baixinho assim como a parede entendiam perfeitamente sua dor.

Desde a última "conversa" com a garota mais baixa, foram raros os momentos em que se viam, ela estava evitando- os.

E aquilo... Aquilo machucava.

Passaram por tanto... Para no final isso?
Serem ignorados num momento tão delicado.

O rapaz não conseguia entender tamanha crueldade.

Ao seu ver, não existia razão nenhuma para isso.

Era para eles estarem unidos... Os quatro se ajudando e torcendo para a recuperação do quinto membro.

Eles eram uma família.
Não eram?

O carro parou.

- Chegamos - Arthur anunciou.

O garoto o olhou e sorriu minimamente, abriu a porta descendo do veículo.

Ele estava nervoso.
Não sabia bem como reagiria quando finalmente encontrasse o outro.

Porém, estava de certo modo feliz, feliz em ser ele o primeiro dos quatro a rever o amigo.

Ele andava silenciosamente pelos corredores acompanhando o mais velho.

Arthur tinha de tornado um grande amigo deles, ele e dona Ivete, tinham acolhido os cinco de bom grato.
Tão amorosos que chega aquecia seus corações machucados.

- Ele está dormindo agora, mas você pode ficar no quarto e esperar ele dissertar, se precisar de qualquer coisa estarei na sala de espera - ele abraça da maneira que pode o menino se despedindo brevemente.

Guizo olha a porta branca.

Sua mão treme ao tocar a maçaneta.

Ele respira fundo, acalmando sua alma.

Gira o objeto e entra no quarto.

Nada poderia preparalo para esse momento.

Ver seu Xande, deitado em uma cama, ligado a vários aparelhos, doeu.

Doeu tanto...
As lágrimas escorrem.

Ele funga, tentando conter o choro que se instalava em sua garganta.

- Xande...

Sussurra baixinho, se aproximando do outro, para ao seu lado, gentilmente, acaricia o rosto do menino com a ponta dos dedos.

Sua pele era macia, menso estando gelada e pálida.
Abaixo de seus olhos, olheiras profundas eram visíveis.

Mas mesmo com tudo isso...
Em meio a tanta dor, outro sentimento nasce.

Alívio.
Esse sentimento, trás consigo um reconforto sem tamanho, depois de tanta angústia...

Ver o loiro "bem" e vivo, era tudo que precisava.

Ele então se senta ao seu lado, naquelas cadeiras duras e geladas de hospital.

Entrelaça suas mãos, tentando com esse ato, levar segurança e proteção ao menino adormecido.

- Xande... Tive tanto medo, achei que tinha te perdido, nunca mais dê uma de herói por favor... Não aguentaria te perder.

Falava baixinho para o outro, olhando um ponto aleatório a medida quê falava se entregava ao choro.

- Estou tão feliz em te ver vivo... Se pudesse trocaria de lugar com você, igual você sempre fez.

Desaba.

O ruivo tingido abaixa o rosto, as lágrimas inundavam sua face.

E então, sente um aperto eu sua mão.

Xande tinha retribuído o afeto, agora, ambas as mãos estavam entrelaçadas.

Ele o olha, o seu skatista estava acordado o encarando profundamente. 

- Xande!!!

Guizo se levanta e o abraça com cuidado mais ainda com certa urgência.

Chorava algo em seu peito.

Agora ambos os rapazes compartilhavam lágrimas...

Por Sinais, linhas e canções : Nosso amor aconteceu.Onde histórias criam vida. Descubra agora