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Brasil, São Paulo
Pela primeira vez eu e Antony conversamos durante o caminho, mas o assunto era diferente.
― Você acha certo apresentar um namoro falso para o seu filho? – perguntei com inocência.
― Nós dois sabemos que não é certo, mas se vamos conviver juntos por dois anos, é necessário. – Antony não tirou a atenção do caminho que fazia com o carro.
Fiquei em silêncio novamente e Antony me encarou.
― O que foi? – olhei para o mesmo, que deu um risinho já preparando a sua resposta.
― Você ficou quieta de repente, e isso é muito raro. – ele disse rindo mas sem olhar para mim, soltei uma risada curta mas tentei ficar séria em seguida.
― Mas agora é sério, tente agir naturalmente, seja espontânea. – Antony disse parando de rir aos poucos, mas me fez entender o recado.
― Seu filho mora com você ou com a mãe? – perguntei sendo breve.
― Guarda compartilhada. – Antony respondeu sendo breve também.
Me lembrei das notícias que eu li na internet, sobre sua fama de infiel. Eu estava criando coragem para perguntar, mas quando eu ia começar, Antony parou o carro e abriu a porta.
― Aja naturalmente. – ele disse baixinho quando eu desci do carro, o mesmo já pegou na minha mão e nós dois entramos no restaurante.
Vimos uma mesa junta assim que entramos, o garotinho levantou da cadeira rapidamente e foi correndo até o pai. A família de Antony foi levantando aos poucos das cadeiras e eu acabei encontrando o Emerson no meio deles, que piscou para mim como se estivesse me lembrando do combinado.
Fui conhecendo um por um dos parentes de Antony, e sua irmã estava grávida, inclusive, era muito bonita assim como o resto de sua família.
― E esse aqui é o Lorenzo. – Antony colocou o garotinho na minha frente assim que a sua família foi novamente para a mesa. Meu coração disparou mas eu contive as emoções e me ajoelhei na frente do menininho.
― Oi Lorenzo, eu sou a Lua. Você é muito lindinho. – o garotinho me olhou com a mesma expressão que Antony faz de desconfiado, mas logo abriu um sorriso de orelhas.
― Você também é muito linda, titia. – O garotinho me abraçou.
Fomos até a mesa depois daquele abraço, me sentei ao lado de Antony e nós estávamos na frente de Emerson, que dava um sinal para nós nos beijarmos, mas assim, do nada?
A família de Antony fez várias perguntas, até sobre como nós nos conhecemos, e novamente eu me assustei com a facilidade de Antony quando o assunto é mentir. Eu confesso que foi melhor do que o esperado, eles conseguiram me tirar risos sinceros.
― E o beijo? – Emerson puxou o assunto e a família de Antony concordou e ficaram esperando.
Minha “sogra” Fátima cobriu os olhos de Lorenzo com as mãos e Antony me olhou quando viu o que sua mãe havia feito. Nós nos aproximamos e nos beijamos, mas dessa vez não foi apenas um selinho
