CAPÍTULO 6

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    Comemos e agora estamos vendo as outras casas, até o momento não achamos nada de muito útil, mas está sendo bom fazer isso, distraí um pouco, logo vamos ter que voltar a caminhada. Eu conseguir achar rastros recentes, alguém já passou por aqui e não tem muitos dias, provavelmente a pessoa procurava por comida, se tivesse alguma aqui ela levou tudo que encontrou, espero que tem achado, só de imaginar o tanto de pessoas por aí sem ter o que comer, com medo de sair aqui em fora para procurar alimentos,  uma situação realmente triste.

—Acho melhor irmos,  não vamos achar mais nada útil aqui—Falou Roger.

—É, vamos voltar logo, não podemos perder tempo muito tempo aqui—Respondeu Agnes—Parece que já fizeram a limpa aqui.

—Sim, mas temos comida conosco, não precisamos nos preocupar com isso agora.

—A caminhada será mais chata a partir de agora, o sol vai nos castigar sem pena—Disse Agnes olhando para o céu que estava completamente aberto.

—Mas não temos escolha, água temos bastante ainda, morrer de desidratação não vamos—Roger falou bebendo um pouco de água para iniciar a jornada.

    Caminhamos a tarde inteira, a noite já se aproxima, depois de um dia de sol castigante, a noite vem para trazer um pouco de alívio a nossa longa caminhada. Felizmente não encontramos nenhum Observador, nem selvagens, como estamos em campo aberto, se aparecer qualquer um dos dois, estaremos em grandes apuros. Espero que as outras duplas estejam bem, que estejam tendo a mesma sorte que nós, sem encontrar nenhuma daquelas criaturas malditas. Ando pensando sempre de onde vieram esses alienígenas, de como era o planeta de onde vieram, e o motivo deles terem escolhido nosso planeta para fazer tudo isso. Será que já sabiam como era aqui? E se for isso, como que souberam? Um planeta com seres tão fracos. Não creio que vieram às cegas, ao meu ver sabiam muito bem o que encontrariam aqui.

—Ei Roger, parece que há alguém no chão mais a frente—Falou Agnes despertando Roger dos seus pensamentos—Pegue sua arma.

—Pode ser uma isca dos selvagens—Disse Roger sacando sua arma—Vamos nos aproximar bem devagar.

—Será que não está morto? Perguntou Agnes mais para si mesma.

—Pode estar, ou é um louco para estar aqui deitado—Falava Roger ainda quando o sujeito se mexeu parecendo querer se levantar.

—Calma aí irmão, continue deitado ou vou ter que atirar  em você—Agnes sugeriu ao homem deitado no chão.

—É bom obedece-lá—Completou Roger.

—Por favor não atire, eu...eu não quero problemas—Suplicou o desconhecido.

—Continua deitado aí então que nada vai acontecer—Respondeu Agnes ao homem.

—Porque está aqui dessa maneira?—Roger perguntou.

—Eu estava cansado, tenho andado a muito tempo—Respondeu o homem.

—Em um lugar assim? Não acha perigoso demais?—Dessa vez foi Agnes perguntou—Muito fácil para você ser visto...

—Estava muito cansado—Falou o desconhecido estranhamente tentando evitar o contato visual.

—Tem caminhado por quanto tempo? E de onde você vem?—Roger fez a pergunta com muita suspeita.

—Da Torre—O homem respondeu.

—Torre?—Perguntou Agnes.

—É, a Torre—Respondeu o desconhecido um pouco incomodado por ter que repetir.

—E onde é que fica essa tal Torre?—Roger perguntou com  muita curiosidade.

—Para aquela direção—O estranho homem apontou com o dedo—Ma...mas não sugiro que vão para lá.

—É por qual motivo?—Intrigado Roger perguntou.

—Não querem mais pessoas lá.

—Isso explica o porquê de você estar aqui?—Agnes perguntou.

—Sim..Sim, isso mesmo, esse é o motivo—Respondeu o estranho começando a ficar um pouco nervoso.

—Está nos falando a verdade?—Roger pressionou vendo o nervosismo do homem—Parece que está escondendo algo.

—Não não não, eu não estou escondendo nada, eu juro—Defendeu-se—Tenho muita fome e sede, vocês tem algo para me dar? Pode ser qualquer coisa mínima, eu não aguento mais.

—Tudo bem...Podemos fazer isso—Respondeu Roger vendo que o estado em que o homem estava parecia realmente que estava com fome e sede.

    Demos uma certa quantidade de comida ao estranho homem, e ele tá comendo como se não houvesse o amanhã, devia estar a um bom tempo sem comer. Fiquei curioso com essa tal "Torre" de onde ele veio, nunca tinha ouvido falar disso, nem nada parecido. Mas viver em uma Torre seria perigoso demais, ainda mais muitas pessoas, estão muito visíveis para os inimigos, mas não sei como ela é, então não posso afirmar nada, mas ainda assim acho meio estranho. Se existir mesmo esse lugar, devem estar passando por muita dificuldade, para estarem expulsando pessoas, uma forma meio radical de resolver o problema. Além do perigo dos alienígenas e dos selvagens, ainda tem essa questão, recursos limitados, a fome logo vai ser tornar mais um grande problema para os sobreviventes, o declínio da humanidade só se intensifica cada vez mais, a esperança de um dia ela se reerguer só se desfaz. Espero não estar vivo quando isso tudo piorar, não que eu deseje morrer, mas só de imaginar como será daqui a alguns anos, é um tanto desesperador.

—Está saciado? Está se sentindo melhor?—Perguntou Roger ao estranho homem.

—Sim sim, muito obrigado, agradeço muito pela bondade de vocês—Respondeu o homem parecendo estar realmente muito agradecido.

—Não foi nada, seria crueldade eu recusar seu pedido—Falou Roger—O que vai fazer agora?

—Eu...Não sei, eu poderia ir com vocês?

—Isso não podemos aceitar, temos comida só para duas pessoas, e já te damos um pouco dela, então seria um pouco complicado te levar conosco—Protestou Agnes—E também não temos um destino certo, não sabemos quanto tempo vamos peregrinar.

—Ela está certa, isso não podemos fazer por você—Roger reafirmou o que Agnes disse.

—Eu não vou ser um fardo para vocês, como muito pouco, pelo caminho podemos até encontrar mais comida, e se acontecer de eu começar a ser um problema para vocês, me separarei, seguirei meu caminho sozinho. Por favor, deixe eu ir com vocês, por favor—O estranho homem implorava para que Roger e Agnes o levassem.

—Cara...Não sei...Nem sabemos para onde vamos—Falou Agnes.

—Não importa, por favor deixe-me acompanhar vocês—Suplicava o homem.

—O que acha? Levamos ele?—Perguntou Agnes a Roger.

—Hm...Tudo bem vamos, mas se ele começar a ser um problema o deixamos e seguimos nosso caminho—Disse Roger e logo depois os três iniciaram a caminhada.

—Por que você está tão coberto em um dia tão quente como hoje?—Agnes perguntou ao homem, achou muito estranho ele está tão coberto por roupas.

—Ah...É que eu gosto—O homem respondeu se embaraçando com a pergunta.

—Você gosta...Entendi—Disse Agnes ainda estranhando mais ainda por conta de como foi a reação dele ao ser questionado—Mais uma coisa, qual o seu nome?

—Me chamo Henry—Respondeu o estranho homem.

ESFERAS ( Em Andamento )Onde histórias criam vida. Descubra agora