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Como todos os outros alunos, Edgar se levantou e arrumou suas coisas sem pressa.

Até se deparar com a figura já familiar na sua frente, acelerou um pouco o processo de colocar os cadernos na mochila.

Ranpo sentou em uma das mesas da sala, na espera de seu amigo para saírem juntos.

Finalmente, Poe se levantou com sua mochila e ficou em frente á Ranpo.

- Vamo embora! Não aguento mais escola!- pronunciou o menor.

- Mas ainda é o primeiro dia! - Murmurou.

- E só de pensar em ter que ficar aqui o ano inteiro já me dá desespero. - Tagalerou Ranpo.

Ranpo se levantou da mesa e seguiu caminho, seguido de Poe atrás dele.

Até o portão principal, eles conversaram sobre que jogos gostavam. Esse era um assunto que Ranpo gostava, assim ele podia analisar os gostos da pessoa só por um jogo.

- Já jogou "The Last of us" ? - questionou Ranpo.

-Hum... Acho que nunca nem ouvi falar. - respondeu Edgar.

- Em que caverna você vive? - Indagou. - Vai lá em casa um dia pra você jogar!

- Sério? Não vou incomodar?

-Lógico que não, por que incomodaria?

"Ele está falando sério?" Poe se perguntou.

Poe iria ter que se acostumar com a nova amizade aos poucos, se acostumar com o carinho de alguém novo não era uma tarefa fácil.

Um pouco distante de onde eles estavam, Ranpo avistou uma figura familiar na porta da escola, esperando por alguém. Ele se destacava entre os demais adultos por estar usando um kimono japonês, e também estar bastante sério. Parecia que havia acabado de sair de um anime japonês onde era um espadachim super forte.

Logo que Ranpo o viu, saiu correndo e o abraçou estantaneamente. E o homem, o abraçou de volta.
-Pai! Que saudade! - Ranpo disse, e as pessoas voltaram a encará-los com alguns olhares de julgamento, por que? Porque Ranpo falou algo em japonês, e isso foi o suficiente para incomodar alguns senhores de 3° idade conservadores que estavam ali em volta.

Era possível escutar alguns cochichos sobre os dois, mas Ranpo e seu pai simplesmente não ligaram. Poe assistiu de longe e se lembrou de alguns momentos com o seu pai na França, eram bons momentos.

- Bem, como foi o primeiro dia? - o senhor perguntou.

- Foi muito legal, eu consegui fazer um amigo novo! - E logo apontou para Poe que estava á alguns passos longe de ranpo.

Poe estava um pouco desconcertado pois os quando os olhos do pai do Ranpo se prenderam nele, ele sentiu um arrepio enorme nos pelos da nuca. Rapidamente, Poe virou o olhar para o chão com vergonha e sentindo que estava fazendo algo de errado.

Lógico, Poe ficou ainda mais confuso pois, o senhor mais velho não tirou o olho dele por alguns minutos, e Ranpo falava japonês com seus parentes e amigos do Japão. Então pensou que Ranpo podia ter dito algo de ruim sobre ele para seu pai.

Mas, seus pensamentos se afastaram ao ver que o senhor tinha se inclinado um pouco, em uma forma de comprimento.

Poe ficou ainda mais confuso, mas Ranpo deu um sinal de joia e um sorriso, sem ao menos entender a situação, Poe se inclinou também. Com vergonha, se levantou novamente e decidiu observar o senhor.

Seus olhos penetraram novamente e o arrepio voltou, fazendo Poe ficar completamente imóvel. Ranpo deu mais um sorriso enquanto o clima não parecia estar muito bom. Edgar engoliu seco e olhou para Ranpo como um sinal de "o que que eu faço agora?" E esperou para que tivesse uma resposta.

SetembroOnde histórias criam vida. Descubra agora