XI

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--Mas não se preocupem, eu fiz um acordo com o Olo'eyktan..--Tonowari abre um pouco mais os olhos, movimentando levemente a cabeça de lado esperando para ouvir.--Ele vai vir conosco para ajudar, e levará seu exército.

--E o que você dará em troca?--Neytiri questiona atrás de Neteyam, segurando os ombros do filho de forma amorosa.

--Paz, vou ter que voltar para o meu clã e vencer o ritual de lutas para ser a nova líder e então acabarei com a guerra..

--Vocês gostam de uma luta, viu?--O mais novo dos Sully comenta, me arrancando um pequeno sorriso desesperado.

--Porém.. se eu fracassar..--faço o gesto de uma lâmina cortando meu pescoço com o polegar, podendo ver suas expressões mudando rapidamente.

--Não, você não quer isso! Me disse que voltaria com a gente, comigo!--Neteyam se solta das mãos de sua mãe, dando passos fortes até mim. Continuo o encarando tranquila.

--E eu vou.--Dou dois tapinhas em seu peitoral exposto, levantando meu olhar para o mesmo que parecia estar com inúmeras duvidas por dentro.--Não se preocupe, eu ja disse que vou quebrar essa promessa? Não é muito a minha cara liderar pessoas.--me viro para encarar os outros presentes, principalmente jake que estava com um sorriso maroto enquanto balançava sua cabeça negativamente.

--Vai fazer isso mesmo? Promessas na'vi são sagradas..--Ronal diz em tom certeiro, apenas com a cabeça baixa.

--É bom dar o troco nas pessoas às vezes.--Passo de leve as mãos por cima de meus braços, deixando a amostra alguns pelos sujos com sangue.

--Ele fez isso com você?--O filho mais velho dos Sully pergunta com o maxilar trancado, fechando seus punhos com força.

--Costumes de família, sabe como é..--doía, doía muito.

Pisco para ele de forma travessa, me virando de costas e caminhando um pouco até a saída da tenda.--Quem quer conhecer a vila? Vamos sair daqui mais cedo do que três dias, então gostaria que vissem algumas coisas daqui.. não é de todo mal..

--Eu vou!--Lo'ak quase pula animado.

--Indo..--Aonung..

--Nós voltamos daqui a pouco.--Tsireya.

--Pai, eu fico de olho neles, ok?--Não preciso nem dizer, né?

--Ai que saco, sosseguem em um lugar só cacete.--A mãe da garota a repreende pelo linguajar, mas logo a libera para ir junto.
Sorrio, saindo para deixar os adultos refrescarem a mente um pouco, devem estar cansados.

Os outros me seguem enquanto andamos pelo lugar que mais parecia um cenário de guerra, mas já era comum para os habitantes. De certa forma me sentia nostálgica.

--Onde vamos primeiro?-- A herdeira Metkayina se aproxima com suas dúvidas, me fazendo ter um clique.
Mordo meus lábios ansiosa.

--Ver os shows!--Seguro a mesma pelos braços e a trago comigo.

--Ei vai com calma ai, mulher! Neteyam da um jeito na sua namorada.--O irmão de Tsireya já estava ficando para trás com a correria que o estava deixando frustado. A única coisa que ele escuta após isso é um "uhum" vindo do Sully que ignorava as palavras dele com um pequeno sorriso.

Neteyam sentia que algo estava errado, algo errado com Tek'yrr. Ela parecia estar fingindo. Fingindo estar bem.

Ah, os shows de pirotecnia eram um trunfo para a cultura dos Keäakayie. Sua adoração pelo fogo era enraizada desde o ventre de suas mães, eles possuiam paixão pelo o que faziam com ele. Ao avistarem um local no qual apresentavam esse tipo de espetáculo se sentaram à assistir. Foi feito uma fila, estava entre Neteyam e Kiri, que se sentava ao lado de Aonung e Tsireya com Lo'ak. Um belo encontro de casais, hm?

Era possível escutar conversas entre outras besteiras, porém quando o espetáculo começa apenas nos calamos para observar com calma.
Eram na'vis com ótima coordenação motora e usufruiam disso para movimentar suas tochas com fogo ardente na ponta. Estavam todos maravilhados com essa nova técnica presente, hipnotizados era uma palavra melhor, além disso as músicas nativas eram altas e com muito ritmo, boas para dança, eu diria.

retiro um pouco minha atenção daquilo e levo meu olhar para o chão.

--Tekyiee, eu amo assistir isso com você!--Pude sentir na pele seu abraço vindo logo depois, era a voz de uma criança. Meu primo Tahëk.--Levo de maneira assustada meus olhos para o lado, podendo ver ele com seu sorriso brilhante, o mais belo sorriso que já pude ver. Eu o considerava um irmão. Tahëk apreciava eventos como esse.

--Eu também amo.

--Está falando sozinha?--sinto o abraço de lado do herdeiro Sully, que me trás para perto de forma com que eu encoste a cabeça em seu ombro.

--Sinto que estou ficando maluca.--ele leva seus olhos até mim. Os apresentadores passam voando por cima de nós em seus banshees cuspindo fogo, minha visão cintila.

--Sabe que não é verdade.--Seu rosto se aproxima de meu ouvido, sussurrando. abro minha boca de leve, querendo ter uma resposta à altura.

--Sei de muitas coisas.. como que você espera eu dormir pra mexer no meu cabelo!--tento mudar de assunto para algo menos pesado, mas o garoto parece perceber isso e ignora.

--Tentando fugir da conversa? Sei que não está bem com nossa vinda aqui, não minta pra mim.--ele passa os dedos pelo meu pescoço, os levanto até o queixo e me trazendo para mais perto. Se eu insistisse em mentir para o Sully arranjaria problemas.

--Neteyam, eu--

--Não minta.

--Odeio ter que estar aqui..--Puxo o ar de forma dolorosa.

--É, eu vejo.--Olha para um lado para o outro, se levantando e estendendo a mão para que eu a segure.

--O que está fazendo?

--Neteyam, senta ai mano!--Kiri diz, tentando ter seu foco na apresentação.

--Nos esperem aqui.--Ele volta a dizer, e enfim seguro sua mão e me levanto. Começamos a andar com as mãos ainda juntas pelas pessoas até chegarmos próximos a uma árvore maior que as outras em volta.

--Olha, seu habitat.--aponto de maneira irônica para a floresta próxima, e só sinto minhas costas baterem no tronco da árvore atrás de mim com força, solto um gemido de dor.
Ele me encurrala prendendo meus braços com os seus, me encarando de forma intensa com uma risadinha sacana.

--Engraçadinha.-- sussura o garoto, se aproximando ligeiro ate próximo do meu rosto de maneira com que eu posso sentir sua respiração, seus olhos oscilam entre os meus e meus lábios, e eu apenas faço força para frente, os colando de maneira agressiva.

Suas mãos descem rapidamente até minha cintura, a apertando enquanto ele pede permissão sua língua e eu a concedo. Enquanto nos beijávamos pudemos escutar algum barulho entre a mata, o que fez minhas orelhas se agitarem mas ignorarem em seguida.

--Ficam se engolindo sempre por aí?--Era a voz de jake sully, que nos faz pular de susto e em seguida empurro Neteyam, que passa o antebraço sobre a boca para tirar de la um resquício de saliva.

--Pai..--Olho o mais velho segurando a risada.

--Foi mal ai, Jake--Levanto as mãos em rendição me juntando ao mesmo dando gargalhadas, observando Neteyam vermelho de vergonha.

--Foi mal ai, Jake--Levanto as mãos em rendição me juntando ao mesmo dando gargalhadas, observando Neteyam vermelho de vergonha

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Olhe bem.. se passaram três dias.

Hoje é a comemoração especial do ritual de purificação.
Espero que tudo dê certo.

Avatar: OS GIGANTES DE GELOOnde histórias criam vida. Descubra agora