O Café

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NATASHA COMBINOU DE SE ENCONTRAR com Wanda no Pinkies Up, uma adição recente ao burburinho de cafés na Balham High Street. Ela havia entrado em contato com Sam, um amigo que morava ali perto, e ele comentou que aquele lugar era badalado. E não estava errado.

O café continha muitas mesas de madeira branca com cadeiras combinando. As paredes eram pintadas de um rosa claro, enfeitadas com plantas exuberantes em vasos, cujas folhas ficavam penduradas por toda parte.

Natasha gostou da atmosfera. Plantas a acalmavam e faziam com que se sentisse segura.

Estava adiantada, pois era assim. Natasha se sentou e olhou ao redor enquanto bebia seu café americano com leite quente. O lugar estava cheio, com alguns pais, crianças e também pessoas digitando furiosamente em seus laptops.
Natasha nunca os entendeu até começar o próprio negócio.
Agora, sabia como era ter a oportunidade de trabalhar fora das quatro paredes da sua casa, com o burburinho da interação humana.

Apesar de que depois do longo trabalho que fez, ansiava por uns dias de solidão. Lidar com o público era parte de seu trabalho, e isso nunca foi fácil.

Exatamente às dez, uma mulher entrou torcendo as mãos e com o olhar furtivo percorrendo o café. A mulher do e-mail. Wanda.

Natasha se aprumou. Mesmo que não tivesse visto sua foto, saberia que era a cliente. Já havia feito isso muitas vezes. Apesar de que, normalmente, as noivas não eram tão relutantes quanto a moça soou ao telefone. Elas adoravam ter atenção extra. Talvez Wanda fosse um desafio maior que o normal.

Natasha disse a ela que estaria usando uma camiseta amarela. Sabia que contrastava com sua pele queimada de sol, sempre recebia elogios quando usava essa cor. Escolheu calça preta e um par de tênis brancos para parecer casual, mas também arrumada. Se estivesse formal demais no primeiro encontro, costumava prejudicar tudo.

Natasha ficou de pé e acenou para Wanda.
Ela estendeu uma mão quando a moça se aproximou.

— Obrigada por vir, Wanda. É um prazer te conhecer.

A cliente apertou sua mão com força e ofereceu um aceno de cabeça, se sentando de frente para ela. Usava blusa preta e jeans escuros. As unhas estavam pintadas de vermelho. Isso dizia a Natasha que Wanda se cuidava. O cabelo castanho era longo no meio das costas, levemente ondulado. E ela tinha lindas maçãs do rosto.
Sem dúvida nenhuma, Wanda era incrível.

Segurou a bolsa Coach marrom conforme analisava Natasha de cima abaixo.
Será que seu cabelo ruivo, os olhos verdes e o melhor sorriso passariam no teste? Parecia que sim, porque o corpo de Wanda relaxou visivelmente.

— Quase não vim. – Ela tinha um leve sotaque sokoviano. Então se recostou na cadeira. — Mas fiquei pensando na educação que recebi em casa. Sei que você veio de Brighton, então seria grosseria te dar um bolo. – Os ombros se levantaram e depois relaxaram novamente. — E agora, aqui estou. Quanto tempo vou ficar... bem, aí depende.

— Depende do quê? Se o café é gostoso? Estou achando que sim. – Natasha chamou a atenção de uma garçonete.

Wanda fez o pedido. Se revirou no assento novamente antes de pendurar a bolsa na parte de trás da cadeira.
Ela ia ficar. Natasha conseguiu vencer a primeira rodada.

— Tenho que admitir, você não é o que eu estava esperando.

— É? – Natasha raramente era. — O que você estava esperando?

— Alguém usando um vestido de madrinha. Eu sei que é idiota. Você não está em um casamento, então por que faria isso? É só que você parece uma das minhas amigas. Alguém que eu conheceria. Não estava esperando algo assim.

Antes que Você diga SimOnde histórias criam vida. Descubra agora