Antes que Você diga Sim

Equipe de Casamento

— AÍ ESTÁ A MINHA linda filha postiça! – Magda correu até Darcy para abraçá-la. Um abraço do tipo sokoviano, bem apertado. Nada daqueles beijos "no ar" do sul, como sua mãe sempre dizia.
Wanda sentiu seu coração se aquecer. Magda e Darcy se amavam.

Quando finalmente se soltaram, a amiga de Wanda deu um passo para trás, abrindo seu melhor sorriso.

— É ótimo te ver, Magda. Está pronta para ver sua filha se casar com alguém que é quase da realeza?

— Esperei por seu casamento desde que ela era uma batatinha. – Magda colocou o braço ao redor do ombro de Wanda, apertando com firmeza.

— Mas vê-la se casando com um riquinho? Isso eu nunca imaginei.
Principalmente porque sou de Sokovia. Já falei isso antes?

De repente, seu sotaque se tornou o mais sokoviano possível. Wanda revirou os olhos. Essa era outra coisa que Darcy e a mãe tinham em comum:
forçar o sotaque sokoviano para fazer piada.

— Você conseguiu, Magda! – Darcy respondeu.

As duas caíram na gargalhada antes de se sentarem à mesa que ela havia escolhido quando chegou. Estavam no Bart's Bar, em Canary Wharf, onde Wanda e Darcy trabalhavam.

Eram seis da tarde de uma quinta-feira, e o bar estava cheio de pessoas que haviam saído para beber depois do trabalho, sem paletós e gravatas frouxas. Era o mundo delas, mas não o de Natasha.

Como será que era seu mundo? Wanda não tinha ideia.

Tudo que sabia era que a moça era uma exímia solucionadora de problemas. Alguém que realmente se dedicava ao trabalho. Mas quem era ela? Wanda não sabia. Queria poder mudar isso logo.

Natasha estava se tornando alguém com quem ela contava para apoio. A moça havia dito que ela poderia perguntar qualquer coisa, mas sempre conversavam sobre Wanda e nunca sobre ela. Natasha se mudou muito quando criança. Morava com a melhor amiga em Brighton. Tinha bom gosto para roupas. Isso era tudo que sabia.

— Será que vocês podem parar de exagerar no sotaque quando a Natasha chegar? Gostaria que ela não pensasse que somos doidas.

Magda esticou o braço por cima da mesa, dando tapinhas na mão de Wanda.

— Se a carapuça serve, amor.

Ela não havia mudado sequer uma vogal do sotaque.

— A propósito, o Steve não é da realeza. A família dele só foi bem-sucedida negociando propriedades. E eu não estou me casando com ele por causa de dinheiro, então podem parar de fazer essas piadas na frente da Natasha?

Magda se recostou na cadeira com um suspiro.

— Eu nunca disse que Steve era uma pessoa ruim. Sei que ele é adorável desde quando ficou em nossa casa. Ele comeu a salsicha que seu pai fez no café da manhã e nem perguntou o que era. Isso é amor.

Wanda riu. Steve era exatamente assim, se encaixava em todos os lugares.

— Só quero que a Natasha tenha uma boa impressão.

Darcy ergueu a sobrancelha para a amiga.

— Jesus, Wanda. É como se você estivesse se casando com a Natasha e não com o Steve. Ela é uma empregada, como você mesma disse da última vez que nos encontramos.

Wanda sentiu o rosto corar. Odiava usar essa palavra. Era assim que Sarah se referia a quem trabalhava para ela. Contudo, realmente se lembrava de ter usado o mesmo termo. Talvez os Rogers a tivessem influenciado demais.

— Só quero que tudo corra bem. – Wanda olhou o relógio. — Ela deve chegar a qualquer instante. – Olhou para Darcy. — Sem ataques, certo?

Darcy assentiu, com um sorriso frio nos lábios.