Conversa na Varanda

642 86 41
                                    


AS GAROTAS FICARIAM na Villa François, e o lugar era tão chique quanto Natasha imaginava. Não que estivesse surpresa. Tinha visto a casa onde a família de Steve morava e o chalé nos fundos do terreno onde o próprio noivo vivia. Conheceu a mãe dele. Viu como suas camisas eram lavadas. Havia ordem e precisão em toda a família Rogers.

Essa casa não era deles, mas Wanda comentou que pertencia a velhos amigos que amavam o estilo moderno. isso ficou evidente no momento em que a minivan entrou pelos portões e o grupo viu o local.

A casa era localizada nas colinas em Super-Cannes, um bairro exclusivo onde todas as pessoas muito ricas ficavam. Era perto de Cannes e da praia, tinha vários empregados e janelas de ponta a ponta. É claro que também contava com uma piscina e terraço nos fundos, com vista para o Cote d’Azur, a expansão brilhante abaixo deles. A piscina convidativa tinha o tamanho de uma raia olímpica e várias jacuzzis. Havia também cadeiras estofadas embaixo de guarda-sóis brancos para acomodar todo mundo.
Natasha não tinha dúvidas de que as toalhas também seriam felpudas. Esse seria um final de semana em que até os detalhes eram extremamente caprichados.

Os funcionários guardaram tudo, e o grupo estava voltando para a casa depois da primeira noitada, que foi um sucesso. Natasha se sentiu aliviada conforme andava pela varanda com vista para a piscina, iluminada de forma elegante por luzes fracas e velas. Abaixo delas, a vizinhança exclusiva reluzia e o ar da Riviera francesa as abraçava. Até mesmo a atmosfera tinha aroma francês, se é que isso era possível.

— Não sei quanto a vocês, mas estou cheia. – Wanda acariciou a barriga assim que se aproximou da mesa onde Natasha havia separado uma cadeira para ela.

Usava calça culote, blusa verde e um lenço de chifon. Parecia uma socialite dos anos 1950. A moça não pôde deixar de admirar a combinação.
Wanda sorriu para ela enquanto se sentava.

— Obrigada, madrinha desaparecida.
Natasha fez uma reverência.

— Qualquer coisa pela noiva – respondeu. — Posso pegar uma bebida para você?

Uma pessoa se aproximou.

— Alguém disse bebida? – O sotaque sokoviano de Magda ficava mais acentuado conforme a noite se estendia. — Os empregados já foram?

Natasha assentiu.

— Eles saem às nove. Já são dez, então estamos por conta própria.
Mas como madrinha, sou toda da Wanda.

— Está ouvindo isso, Darcy? – Wanda gritou, se inclinando na cadeira. — Natasha está se oferecendo para fazer o que eu quiser, porque é minha madrinha.

Elas ouviram a risada de Darcy quando ela apareceu na varanda, seguida pelo resto do grupo.

— Isso porque ela está sendo paga...

O estômago de Natasha se apertou conforme as palavras morreram na língua da amiga. Ela se virou e encarou a moça, mas tinha quase certeza de que a outra não conseguia enxergá-la sob a luz fraca. Será que ela contaria tudo logo no primeiro dia?
Darcy foi até elas, com o resto das garotas atrás.

— Ela está pagando o preço por ter te abandonado há anos. Já peguei um milhão de taças de vinho para Wanda nas últimas décadas, quando Natasha esteve ausente. Ela precisa recuperar o tempo perdido.

Boa, Darcy. Natasha estalou os dedos e apontou em sua direção.

— Ela tem razão. Se eu pegar vinho branco e algumas taças, todas bebem?

Gritos de alegria foram a resposta de que Natasha precisava para ir até a cozinha.

— Onde está a Jean? – Wanda perguntou. — Ela poderia ajudar.

Antes que Você diga SimOnde histórias criam vida. Descubra agora