Familia

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Chegando ao quintal Rio me apresenta para sua mãe e sua avó. A mãe dele me olhava com cara de julgamento e eu já estava arrependida de ter ido até lá.
As duas me cumprimentaram e voltaram a conversar normalmente e eu só observava as crianças brincarem.
Aquela família nem parecia que era composta por traficantes assassinos. Rio estava diferente do comum, sorria com facilidade e estava mais a vontade.
Aquele filho da puta estava lindo por mais que estivesse apenas de jeans, camisa e jaqueta, todas pretas.
Em outras circunstâncias talvez eu estivesse entranhada em seus braços.

- Você bebe?

Afasto meus pensamentos quando a avó de Rio pergunta, balanço a cabeça positivamente enquanto sorria.

- tem preferência de bebida?

Ela pergunta novamente e leva sua taça do que eu deduzi ser vinho aos lábios bebendo um pouco.

- Bourbon.

Rio responde antes que eu possa raciocinar, sua avó e sua mãe lhe olham com uma expressão que eu não consegui definir. A mais velha foi buscar a bebida enquanto eu encarava Rio que conversava com sua mãe algo que eu não conseguia ouvir. Eu estava me sentindo um passarinho fora do ninho naquele ambiente.
A senhora me trouxe bourbon e eu pensei umas 10 vezes antes de beber, "e se estiver envenenado? Se me chamaram aqui pra me matar?" Por Deus, afasto o pensamento da minha cabeça e tento relaxar enquanto encarava o copo em minha mão.
Sinto um olhar sobre mim e olho pra frente, lá estava ele a razão de toda minha vida ter desandado nos últimos meses. Qual o problema em assaltar um mercadinho e não ter consequências? Tinha que ter um traficante no meio!
Reviro os olhos tentando afastar meu pensamento enquanto encarava Christoph, ele sorri de lado e sinto minhas pernas bambearem.
Porque ele tinha que ser assim?
Aquele maldito vem em minha direção, seu olhar cai em meu copo e depois volta para o meu rosto.

- Não está envenenado Elizabeth.

Sua voz sai um pouco rouca e meu corpo treme, seu olhar me examina.

- Não havia pensado nisso.

Minto e ele sorri balançando a cabeça negativamente.

- Não minta pra mim Elizabeth.

Não respondo, meus olhos teimam em cair sobre seus lábios, Rio pega o copo da minha mão e bebe um pouco do líquido, enquanto olhava meus olhos que estão nos movimentos dos seus lábios, ele passa a língua sobre eles o que faz minha mente voltar ao nosso beijo.

- Esta vendo? Não há veneno.

Ele diz me devolvendo o copo, fico sem palavras e um embrulho toma conta do meu estômago. Bebo o líquido pelo mesmo lado que Rio bebeu, pondo meus lábios no lugar que antes estava os dele. Seus olhos foram para minha boca e eu devolvo o sorriso que ele tinha me dado antes.

- Elizabeth!

Ele coloca suas mãos nos bolsos mantendo a postura enquanto me comia com os olhos,  e como eu queria que fosse de verdade.

Elizabeth! Quando você saiu de uma mãe dona de casa para uma traficante safada?

- Christoph querido, estava falando para vovó que fazia um bom tempo que não trazia o Marcos para nos visitar.

A mãe dele interrompe o clima me olhando de cima a baixo. Que mulher mais chata.

- Ele estava com a mãe dele, entrou em uns cursos está com a agenda curta.

Seu tom se tornou descontraído quando falava com sua mãe, havia muito daquele homem que era desconhecido.
A tarde se passou bem rápido, graças a Deus, eu estava a ponto de sair correndo dali.
No jantar eu me sentei ao lado de Rio de frente para um moço que não sei se é primo ou irmão dele.

The Bitch and BossOnde histórias criam vida. Descubra agora