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Pequenas linhas eram desenhadas na areia pelos finos e pequenos dedos da pequena garota. Ela gostava de desenhar linhas, porque as lembrava das listras que tinha em sua pele e na pele do restante do povo. Mas ela gostava de principalmente desenhar os padrões que antes havia na pele de seus pais. Ela costumava dizer que as listras deles eram como caminhos, caminhos tão azuis como o mar. Com essa lembrança ela sorriu.
Atrás dela estava Ikeyni trançando seus curtos cabelos. Sua face exalava calma, mas sua alma estava triste. Sete anos haviam se passado desde que a pequena sentada a sua frente nasceu, e perdeu seus pais durante a guerra contra o povo do céu. A Tsahik cuidou da pequena bebê como se fosse sua neta. Elas criaram um laço forte.
Mas a poucos meses, Ikeyni recebia sonhos em suas noite. Sonhos que eram como visões do futuro. Em todos os recorrentes sonhos, T'Kanau, a pequena garotinha estava. Tsahik podia ver como o futuro que aguardava sua pequena neta era tão brilhante e lindo, ela seria abençoada. Mas infelizmente, esse futuro não era aqui. Não era com ela.
A mais velha terminou sua última linha de trança e deixou um breve e suave beijo na cabeça da garota a sua frente que sorriu pelo afeto. T'Kanau virou seu rosto para poder olhar melhor para Ikeyni. — Obrigada. — Falou sussurado se referindo às tranças recém feitas em seu cabelo. A mulher sorriu enquanto estendia sua mão para tocar a bochecha da pequena fazendo um carinho de leve.
—Ma T'Kanau. — Falou a mais velha sentindo seus olhos se inundarem lentamente. — Você tem algo grandioso te aguardando minha linda e forte T'Kanau. — A garota ainda continha um sorriso estampado. — Mas esse algo não é aqui.
Os lábios descendo e seu sorriso se desmanchando lentamente enquanto se perguntava o que Ikeyni queria dizer com aquilo. Tsahik apenas sorriu e olhou para o vasto mar, sentindo sua brisa e ouvindo suas ondas como uma melodia.
— Olhe para lá. — Apontou com seu indicador para que T'Kanau pudesse enxergar a imensidão a sua frente. — Aquilo te aguarda.
A pequena estava confusa. Ela odiava quando sua avó conseguia ser tão enigmática. — A água? — Questionou ainda confuso. Ikeyni riu.
— Não ma 'ite, o mundo. — Explicou. — Minha pequena garotinha forte, nossa grande mãe tem me concedido a oportunidade de ver como você tem um destino glorioso. — Ela começou.
T'Kanau se virou completamente agora, olhando nos olhos da mulher à sua frente com curiosidade, mas medo. — O que quer dizer?
— Quero dizer, que seu lugar não é aqui. — Proferiu a mulher sentindo finas lágrimas desceram por seu rosto. A pequena também sentindo seus olhos aderem. — Tayrangi é de onde você veio, mas não é onde você pertence.
Tsahik se colocou sobre seus pés e fez alguns estalos com sua língua, podendo segundo depois ver um Ikran menor que os outros pousar perto delas. T'Kanau se levantou rápido. — Por quê ela está aqui?
