+18 | Quem cultiva a semente do amor,
segue em frente e não se apavora.
Se na vida encontrar dissabor,
vai saber esperar a sua hora.
- Tá Escrito... Xande de Pilares.
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Núbia.
Eu estava apenas existindo, havia chego mercadoria na loja hoje. Então tive que reorganizar minha sessão, ajeitar as araras e ainda arrumar no estoque.
A gerente estava na loja, então não me deixou almoçar no meu horário até terminar no estoque, quase 15horas da tarde que consegui comer alguma coisa.
Minha cabeça estava latejando de dor, já tinha tomado dois dipironas e nada da dor passar. Não se agradeço ou se choro, mas hoje eu sairia mais cedo por conta da minha conversa com o Guerra. Como prometido, um menino foi lá em casa levar o gás e eu fiquei grata, porque consegui fazer meu cafezinho antes de vir trabalhar.
Minha irmã tinha me mandando mensagem mais cedo perguntando se a Manu não poderia passar esse fim de semana com ela lá no Recreio e eu deixei, vou morrer de saudades da minha bebê, mas vai ser melhor pra ela sair um pouco da favela, dessa loucura minha e do Matheus.
A separação, muita coisa pra cabecinha de criança dela. Lá também tem os primos, vai comer do bom e do melhor, enfim, vai ser bem cuidada nesses dois dias. Minha irmã é 22, mas cuida bem das crianças.
— Hoje vamos pro Manolo depois do trabalho, partiu? — Janaína falou comigo fingindo que tava mexendo nas araras pra gerente não brigar.
— Hoje não dá, deixa pra próxima.
— Você sempre fala isso Núbia, parece até que não gosta de ficar com gente, parece até pouco caso.
A maioria das pessoas que trabalham comigo na Riachuelo, ainda mais no Barra shopping ou eram jovem aprendiz ou alguém sem filhos, sem aluguel, sem responsabilidade alguma e eles acabavam achando que todo mundo tinha a vida deles.
Eu tinha vergonha de falar que eu não aceito porque não quero, mas porque não tenho dinheiro mesmo. Muito menos pra parar em Manolo.
— Se eu falo que não posso, é porque eu não posso Jana, deixa pra próxima.
— Hummm, não te chamo mais, sempre fura. — falou fazendo drama e eu revirei os olhos.
— Prometo que mês vem a gente toma umas, mas nada de Manolo, algo mais acessível, tipo uma torre na praça de alimentação. — falei piscando e ela bateu palma.
— Vou cobrar tá linda?
Janaína era uma das poucas meninas que eu tinha amizade aqui, ela é legal, só vive uma realidade diferente da minha.
Quando foi chegando minha hora, fiquei enrolando um pouco na minha sessão e depois bati o meu ponto na correria, já estava atrasada pra encontrar o outro lá, se eu falar que eu não tô engasgada com o ele me disse vou está mentindo, tá bem na pontinha na língua pronto pra esculachar aquele velho, mas no momento, preciso engolir todos os sapos pela a minha filha, apenas por ela.